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Identidade e Mobilidade Angolanas na FicÃÃo de Pepetela

nÃo hà / Esta pesquisa tem como objetivo analisar a questÃo da identidade nacional angolana em obras de Pepetela, com Ãnfase para o romance O planalto e a estepe, publicado em 2009. A hipÃtese que serve como horizonte de trabalho à a de que Pepetela, atravÃs de suas obras, demonstra que qualquer modelo que tome a identidade nacional angolana como algo fixo e acabado està condenado ao fracasso, pois, assim como sua histÃria, a identidade dessa naÃÃo à dinÃmica e mÃvel, ou seja, està em constante processo de reconfiguraÃÃo. Com o fim de verificarmos tal premissa, elegemos como corpus de pesquisa quatro obras de Pepetela em que a discussÃo sobre a identidade angolana fica claramente evidenciada: o conto âEstranhos pÃssaros de asas abertasâ (extraÃdo da obra Contos de morte, de 2008) e os romances Yaka (1980), Mayombe (1985) e O planalto e a estepe (2009). Para a consecuÃÃo do trabalho, recorremos a alguns conceitos importantes ligados tanto à questÃo da identidade quanto Ãs marcas da produÃÃo ficcional de Pepetela, merecendo destaque a) a elipse do herÃi, tese atravÃs da qual Robson Dutra demonstra que Pepetela, com o fim de criticar os discursos hegemÃnicos e autoritÃrios, intencionalmente evita construir personagens à imagem e semelhanÃa dos herÃis clÃssicos; b) literatura insubmissa, conceito desenvolvido pelo professor Roberto Pontes e que se refere Ãs obras de autores africanos lusÃfonos que, mesmo antes da independÃncia de seus paÃses, se insurgiram contra as formas de literatura colonial que predominavam na ex-colÃnias africanas de Portugal; c) memÃria identitÃria, expressÃo cunhada por Janine Ponty e que à utilizada por JÃel Candau (2012) em um estudo sobre as relaÃÃes estreitas entre memÃria e identidade; e d) naÃÃo como narraÃÃo, argumento desenvolvido por Homi Bhabha, e que diz respeito ao fato de que a naÃÃo, como a literatura, à tambÃm uma narrativa, tendo em vista que se desenvolve a partir de um arranjo de sÃmbolos, acontecimentos, formulaÃÃes mÃticas e personagens que visa atribuir sentidos para a trajetÃria dos membros de uma dada naÃÃo. AtravÃs desses e de outros construtos teÃricos, mostramos que as diferentes Angolas que surgem das pÃginas da obra de Pepetela abrigam uma diversidade de identidades individuais que impossibilitam qualquer projeto de construÃÃo de uma identidade nacional angolana que se baseie na fixidez e na homogeneidade. / This research aims to analyze the Angolan national identity in Pepetelaâs literary works, with emphasis on the novel O Planalto e a estepe [The Plateau and the steppe], published in 2009. The hypothesis that guides this dissertation is that Pepetela, in his works, argues that any model that takes the Angolan national identity as something fixed and finished is doomed to failure because, as well as its history, the identity of Angola is dynamic and mobile, i.e., it is in a constant process of reconfiguration. In order to verify this assumption, we choose as research corpus four Pepetelaâs works in which the discussion of Angolan identity is clearly evident: the short story âEstranhos pÃssaros de asas abertasâ ["Strange birds with open wings"] (from the book Contos de morte [Tales of Death], 2008) and the novels Yaka (1980), Mayombe (1985) and O Planalto e a estepe (2009). To the development of this work, we turn to some important ideas linked to identity discussion and to Pepetelaâs fiction, being more important the following concepts: a) the ellipse of the hero, a thesis by which Robson Dutra shows that Pepetela, in order to criticize the authoritarian and hegemonic discourses, intentionally avoids to build characters inspired in classic heroes; b) the concept of unsubmissive literature developed by professor Roberto Pontes and that is linked with some works written by African Portuguese speakers who, even before the independence of their countries, rebelled against colonial literature forms prevailed in the former Portugal colonies in Africa; c) memory identity, an expression created by Janine Ponty and that is used by JÃel Candau (2012) in a study on the close relationship between memory and identity; and d) the understanding of nation as narration, argument developed by Homi Bhabha, and that has its origin in the fact that the nation, like literature, is also a narrative, given that it is developed from an arrangement of symbols, events, formulations and mythical characters that give meaning to the trajectory of the members of a given country. Through these and other theoretical constructs, we demonstrate that the different Angolas arisen from the Pepetelaâs works shelter a diversity of individual identities that preclude any construction project of an Angolan national identity based on fixity and homogeneity.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:www.teses.ufc.br:7354
Date27 August 2013
CreatorsFrancisco Ãlder Freitas Vidal
ContributorsStÃlio Torquato Lima, Francisco Roberto Silveira de Pontes Medeiros, JoÃo Batista Pereira
PublisherUniversidade Federal do CearÃ, Programa de PÃs-GraduaÃÃo em Letras, UFC, BR
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFC, instname:Universidade Federal do Ceará, instacron:UFC
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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