Ce travail a comme objectif d’établir un itinéraire sur la notion d'ambiguïté, d'un point de vue plus traditionnel, représenté par des études grammaticales et linguistiques de base formaliste, jusqu'à une perspective discursive, dans lesquels les facteurs extralinguistiques apparaissent comme constitutifs du processus de signification. À cette fin, nous avons étudié, dans le premier chapitre, comment l'ambiguïté est vue et entendue dans les grammaires et manuels normatifs et descriptifs en portugais, afin de montrer comment ce phénomène est pris en compte par la tradition grammaticale brésilienne. En outre, dans le deuxième chapitre, nous avons fait une analyse de la façon dont l'ambiguïté est entendue dans le statut linguistique. À cette fin, nous avons étudié, par exemple, des auteurs comme Ruth Kempson (1980) et Frank Palmer (1986). Celui-là dans une vue très formaliste; celui-ci analysant le phénomène d'ambiguïté à partir des relations de sens et, par conséquent, ne limitant pas l'étude que l'ambiguïté, en montrant qui le phénomène est lié à d'autres instances de la fonction constitutive de la langue, comme la métaphore et la polysémie. Nous avons remarqué qu’un idéal de langue transparente et homogène conduit toujours à une compréhension négative d'ambiguïté. Conséquemment, l'ambiguïté existe pour être annulée, selon des règles et des normes pré-établies. Ce point de vue limite l'étude du phénomène, dans la mesure où elle ne permet pas d'évaluer ses effets sur le langage et les sujets eux-mêmes. Toutefois, dans le troisième chapitre, nous montrons comment la théorie de l'Analyse du Discours français pense les phénomènes de sens, en particulier l'ambiguïté, en tenant compte du changement de terrain établie par la théorie de Michel Pêcheux, qui traite de différentes façons de signifier. En conséquence, nous avons étudié des textes importants pour le développement de la théorie du discours, écrits par Michel Pêcheux, au-delà de textes comme “Semântica do acontecimento” (2002), de Eduardo Guimarães; “Fazer dizer, Querer dizer” (1992), de Claudine Haroche; et “Da ambiguidade ao equívoco: a resistência da língua nos limites da sintaxe e do discurso (2000), de Leandro Ferreira. Ainsi, nous avons conclu que les études fondées sur des hypothèses de la théorie matérialiste du discours pensent l'ambiguïté comme un facteur constitutif du dire, attestant l'incomplétude et la résistance de la langue et l'équivocité du sujet. / Esta Dissertação tem por objetivo traçar um percurso a respeito do conceito de ambiguidade, desde uma perspectiva mais tradicional, representada pelos estudos gramaticais e por uma linguística de base formalista, até uma perspectiva discursiva, em que fatores extralinguístico aparecem como constitutivos do processo de significação. Para tal, investigamos, no Capítulo 1, como a ambiguidade é vista e entendida dentro de gramáticas descritivas e normativas e em manuais de Língua Portuguesa, com o objetivo de mostrar como esse fenômeno vem sendo tratado pela tradição gramatical brasileira. Além disso, no Capítulo 2, fizemos uma análise de como a ambiguidade é entendida dentro do estatuto linguístico, abordando desde autores com uma visão bastante logicista/formalista como Ruth Kempson (1980), até autores como Frank Palmer (1986), o qual procura abordar o problema do significado a partir das relações de sentido e, por isso, não limita o estudo apenas à ambiguidade, mas relaciona o fenômeno com outras instâncias constitutivas do funcionamento da língua como a metáfora e a polissemia. Percebemos que um ideal de língua transparente, homogênea e livre de contradições – como preconiza uma teoria logicista/formalista – sempre leva a um entendimento negativo da ambiguidade. Logo, a ambiguidade existe para ser desfeita, segundo regras e padrões pré-estabelecidos. Essa visão limita o estudo do fenômeno, na medida em que não avalia seus efeitos na linguagem e nos próprios sujeitos. Em contrapartida, no Capítulo 3, mostramos como a teoria da Análise de Discurso (AD) de linha francesa pensa os fenômenos de significação, sobretudo a ambiguidade, levando em consideração a mudança de terreno estabelecida pela teoria pecheuxtiana, a qual lida com diferentes maneiras de significar. Para isso, além de textos importantes para o desenvolvimento da teoria do discurso, escritos por Michel Pêcheux, trabalhamos com os textos “Semântica do acontecimento” (2002), de Eduardo Guimarães; “Fazer dizer, Querer dizer” (1992), de Claudine Haroche; e “Da ambiguidade ao equívoco: a resistência da língua nos limites da sintaxe e do discurso (2000), de Leandro Ferreira. Dessa forma, concluímos que os estudos embasados em pressupostos da teoria materialista do discurso pensam a ambiguidade como fator constitutivo do dizer – perdendo, assim, seu caráter negativo – atestando tanto a incompletude e a resistência da língua como a equivocidade do sujeito.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:lume.ufrgs.br:10183/101633 |
Date | January 2014 |
Creators | Hugo, Matheus Silveira |
Contributors | Zandwais, Ana |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Format | application/pdf |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS, instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul, instacron:UFRGS |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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