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Previous issue date: 2010 / Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico / Nesse estudo objetivamos explicar a complexidade do voluntariado à luz do sistema da
dádiva. Isso nos levará a aprofundar como a crescente racionalização e
instrumentalização do voluntariado vem influenciando duas organizações voluntárias
NACC e o GACC -, que direcionam suas atividades para pacientes com câncer.
Centrando a nossa discussão nos mecanismos institucionais e nas relações interpessoais
entre os sujeitos voluntários, profissionais, público-alvo e gestores pretendemos
explicitar como as organizações resolvem o dilema de se institucionalizarem, sem
marginalizarem sua missão. Partimos da hipótese de que embora, o processo de
profissionalização imponha suas lógicas neste setor, existe uma demanda por criação de
vínculos e valorização da pessoa, tão necessária quanto à sustentabilidade financeira das
organizações. A nossa pesquisa caracteriza-se como analítica e de aporte qualitativo,
tendo como técnicas centrais a entrevista e a observação participante realizada nas
instituições pesquisadas. Como ancore teórico-analítico associamos as discussões sobre
a ação social e racionalidade elaboradas por Max Weber (2000); Habermas (1987) e
Boaventura Santos (2009) ao circuito da dádiva na modernidade (Mauss, 1970; Caillé,
2002; Godbout, 1999; Martins, 2002). Nesta perspectiva, identificamos que as relações
de dádiva estabelecidas no cotidiano entre os agentes impedem que as organizações
priorizem a eficiência dos serviços e a burocratização das atividades em detrimento das
relações de proximidade. Ao ultrapassarmos explicações reducionistas, identificamos a
coexistência de lógicas distintas que caracteriza essas organizações como um espaço
híbrido. Espaço, complexo e heterogêneo, em que a instrumentalização das ações e a
formalização das relações, convivem com o caráter espontâneo e a informalidade dos
vínculos, que marcam a origem das instituições pesquisadas. Os dados da pesquisa nos
permitiram inferir que as instituições ao vislumbrar o paciente como um ser total ,
resgatando as relações de proximidade, e acolhendo as demandas simbólicas dos
usuários, relevam a complexidade do adoecer. Isso significa que se exige doar-se ao
outro não apenas em função dos resultados da ação, mas pelo compromisso e pela
obrigação que assumiu com este, ainda que o paciente caminhe inexoravelmente para a
morte. Com base nas constatações, concluímos que, o tratamento do câncer infantil
humanizado exige formas associativas híbridas, nas quais a busca de procedimentos
instrumentais administrativos e a contratação de profissionais especializados precisa se
adequar a necessidade da qualidade humana dos vínculos
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufpe.br:123456789/9564 |
Date | 31 January 2010 |
Creators | Soares de Lima Barbosa, Vilma |
Contributors | Henrique Novaes Martins de Albuquerque, Paulo |
Publisher | Universidade Federal de Pernambuco |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
Source | reponame:Repositório Institucional da UFPE, instname:Universidade Federal de Pernambuco, instacron:UFPE |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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