Orientador : Mario Eduardo Costa Pereira / Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciencias Medicas / Made available in DSpace on 2018-08-01T16:35:10Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2002 / Resumo: Os estudos sobre a histeria apontam - explícita ou implicitamente - a necessidade de ser determinar a natureza do que chamaremos neste trabalho de o sofrimento histérico. O desafio é tanto teórico quanto clÚlico,o que justifica a criação de modelos capazes de melhor depreender sua especificidade. Nossa hipótese é a de que a melancolia constitui um paradigma, eficaz do ponto de vista teórico e clínico, para a aproximação do que faz sofrer a histérica. Ainda que todo sintoma seja, como mostrou Freud, uma solução de compromisso e, portanto, contenha uma satisfação, isso parece mais evidente na histeria, o que provoca um descrédito em relação à sua dor. A atualidade de uma discussão sobre a histeria é aqui debatida a partir das implicações clÚlicas do desaparecimento dessa categoria das classificações psiquiátricas atuais. A dimensão intersubjetiva do sintoma em psicopatologia bem como as implicações clínicas de uma abordagem operacional e pragmática que abandona a escuta da histeria são problematizadas. Faz-se, em seguida, um percurso pelos textos freudianos apontando-se, a partir deles, alguns de seus aspectos fundamentais: a associação entre histeria e feminino e a importância da regressão narcísica na histeria. Alguns casos clínicos serão apresentados e certas questões relativas à hipótese destacadas. Além de permitir o esclarecimento do que se chama de sofrimento neste
trabalho, as discussões clÚlicas permitirão ilustrar alguns traços histéricos e a dificuldade experimentada pelo analista em deixar-se afetar por tal sofrimento. A partir do segundo e terceiro casos clínicos faz-se uma reflexão sobre as semelhanças e diferenças entre histeria e estados-limites para, finalmente, situar a dolorosa incompletude da histérica e seus meios para lidar com ela. A quarta parte do trabalho visa à construção do paradigma da melancolia diferenciando, inicialmente, melancolia de depressão e justificando a escolha do primeiro termo. São revisitadas as elaborações freudianas acerca da melancolia e, a partir de um último caso clínico, a pertinência do modelo será, finalmente, demonstrada. Momentos de melancolização surgem freqüentemente nos tratamentos das mais diferentes patologias, o interesse que eles despertam aqui advém, porém, do caminho que eles apontam: a função paradigmática da melancolia. Na falência das defesas histéricas em direção à conquista de uma posição feminina, algo da ordem de um "buraco hemorrágico" parece escavar-se. o sujeito abandona a reivindicação incessante de ser amado incondicionalmente e a castração, até então contornada pelos mecanismos histéricos, passa a ser afirmada
provocando um esvaziamento de sentidos e instalando a ameaça do nada. O melancólico, tendo sofi-idoo desaparecimento do Outro ao qual procurava identificar-se, identificou-se ao nada. O sujeito histérico resiste na sua insatisfação, afirmando não ter o que deseja, para não ver despedaçada sua fi-ágilidentificação narcísica. A relação entre essas duas posições permitirá, uma nova abordagem sofi-imentohistérico e seus efeitos no manejo clínico. do Em um momento de retraimento narcísico na histeria propõe-se diferenciar a vivência do nada, destruidor do reino da fantasia, do vazio que se associa ao feminino e
que, suportado na transferência, pode constituir um espaço para a construção da metáfora e assimilação da ausência / Abstract: Either implicit1yor explicit1y,studies on hysteria indicate the need to determine the nature ofwhat we will call here the hysterical patient's suffering. The challenge is both clinical and theoretical, and this explains the need for establishing models that are better able to describe it. My hypothesis is that melancholia constitutes an efficient paradigm to enable a better understanding of just what hysterical patients undergo. Although, as Freud said, every symptom is a compromise solution, therefore implying some degree of satisfaction, this paradox would seem to be especially evident in hysteria, with the result
that the patient's suffering is downplayed. This present discussion on hysteria is based on the clinical consequences of virtual disappearance of hysteria ftom current-day psychiatric c1assifications. In the
dissertation, first the intersubjective dimension of this symptom in psychopathology is treated, together with the clinical implications of the current operational and pragmatic approach that prec1udes the act of listening to such patients. Next, a number of Freud's texts are mentioned regarding the matter and two basic aspects are discussed, namely, 1) the association between hysteria and the feminine, and 2) the importance of narcissistic regression in hysteria. Several clinical cases are then described and aspects related to the hypothesis are discussed. Besides providing a clarification of what is meant by the term suffering in this dissertation, the clinical discussions also allow the author to illustrate different hysterical traits and the difficulties that analysts encounter when faced with this type of patient. Based on the second and third c1inicalcases, the author presents a discussion ofthe similarities and differences between hysteria and borderline states. Finally, the author describes the painful incompleteness ofhysterical persons and their ways of dealing with it. The fourth part of the dissertation consists of the construction of the paradigm for melancholia, differentiating it ftom depression and explaining why the concept of
melancholia was chosen. Freud's treatment ofmelancholia and the pertinence ofthe model are demonstrated in the context ofthe final c1inicalcase presented here. Moments of "melancholization" come up during the treatment of many different pathologies, but the interest they hold for the present dissertation is especially related to the aspect taken up here, namely, the use of melancholia as a paradigm for hysteria. When the hysterical defenses against attaining a feminine position begin to falter, something that might be called a "hemorrhagic hole" seems to appear. The subject gives up her ceaseless insistence on being unconditionally loved, and castration, until then circumvented by hysterical mechanisms, become affirmed, causing an emptying of meaning and installing the threat of nothing. Having suffered ftom the disappearance of the other with which she had tried to identify, the melancholic patient then becomes identified with nothing. To avoid seeing her ftagile narcissistic identification destroyed, she resists in her dissatisfaction, claiming that she has nothing to desire. The relationship between these two positions allows an appropriate approach to both hysterical suffering and new inroads to clinical treatment.
In moments of narcissistic regression in hysteria, the experience of nothing, which destroys the domain of fantasy, should be differentiated from the void, which is associated with the feminine. Sustained in the transference, the feminine may constitute an opportunity for the construction of the metaphor and the assimilation of absence / Doutorado / Saude Mental / Doutor em Ciências Médicas
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.unicamp.br:REPOSIP/311197 |
Date | 18 March 2002 |
Creators | Leite, Adriana Campos de Cerqueira |
Contributors | UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS, Pereira, Mario Eduardo Costa, 1961-, Tarelho, Luiz Carlos, Moreira, Ana Cleide Guedes, Seccarelli, Paulo Roberto Borges, Berlinck, Manoel Tosta |
Publisher | [s.n.], Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Ciências Médicas, Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
Format | 251 p., application/pdf |
Source | reponame:Repositório Institucional da Unicamp, instname:Universidade Estadual de Campinas, instacron:UNICAMP |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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