O presente trabalho pretende analisar, a partir do processo de regularização fundiária da Comunidade Remanescente de Quilombo Cambará em Cachoeira do Sul/RS, o lugar do parentesco na aliança entre um laudo antropológico e um território quilombola. Procurei discutir, a partir das exigências normativas relacionadas ao reconhecimento de comunidades quilombolas do Rio Grande do Sul, o estatuto do relatório antropológico nos desdobramentos da potencialização de Cambará como comunidade. Segue-se nas trilhas deixadas pelos antigos moradores na forma de taperas e de como as taperas codificam o parentesco e circunscrevem o território. Evidenciou-se, também, o modo como o parentesco sobrecodifica o território. E, por fim, se reconstituiu as implicações do processo de construção de um relatório antropológico de uma comunidade quilombola, processo esse que só se completa na aliança entre o território e o texto. Não se trata apenas de constatar o lugar mais ou menos privilegiado que a genealogia do parentesco tende a ocupar na estratégia de escrita desse tipo de relatório acadêmico sob demanda administrativa, nem, tampouco, de reafirmar o quanto o parentesco é importante na territorialização das comunidades quilombolas. A questão que norteou este trabalho pode ser mais bem definida enquanto investigação do modo como se deram a interpenetração de textos, territórios e pessoas na forma de parentesco. A pergunta de partida foi quanto ao como, o parentesco associa pessoas, territórios e textos. / This paper analyses the place of kinship in the union between an anthropological report and a quilombola territory bearing in mind the process of land regularization of Quilombo Cambará’s remaining community in Cachoeira do Sul/RS. Considering the regulatory requirements related to the recognition of quilombola communities of Rio Grande do Sul, I tried to discuss about the status of anthropological report on the steps to development Cambará as a community. In order to do this, we follow the tracks left by previous owners in the form of “taperas” and how these houses codify the kinship and circumscribe the territory. It was clear, too, how the relationship over codify the territory. And finally, the construction implications of an black community anthropological report were reconstructed – a process that is only completed in the alliance between the territory and the text. It is not only see the place more or less privileged that kinship genealogy tends to be as an writing strategy of this kind of academic report on management demand, nor, to reaffirm how important the kinship to the territory establishment of quilombola communities . The question that guided this work can best be defined as research on how texts, territories and people in the form of kinship connected to each other. The starting question was about how the kinship links people, territories and texts.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:www.lume.ufrgs.br:10183/25819 |
Date | January 2009 |
Creators | Ramos, Ieda Cristina Alves |
Contributors | Anjos, José Carlos Gomes dos |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Format | application/pdf |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS, instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul, instacron:UFRGS |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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