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A cor vigiada : uma crítica ao discurso racializado de prevenção ao crime

Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Sociais, Departamento de Antropologia, Programa de Pós-graduação em Antropologia Social, 2010. / Submitted by Jaqueline Ferreira de Souza (jaquefs.braz@gmail.com) on 2011-04-02T23:00:08Z
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2010_GleidesSimoneFigueiredoFormiga.pdf: 833882 bytes, checksum: 9c1224e50d236d75b81b08e2f5d2d647 (MD5) / O presente estudo apresenta uma análise da noção de prevenção a partir de situações em que o objetivo é a prevenção ao crime. Exploro fontes de natureza variada, observando as interpretações que os sujeitos fazem da violência e da proposta preventiva enquanto solução para a diminuição de crimes. Analiso o modo como discursos e práticas da prevenção projetam-se nas relações e se articulam produzindo tecnologias e estratégias de proteção que vão além do material – muros, alarmes, blindagem de carros etc, sugerindo comportamentos, técnicas de identificação de sujeitos e situações potencialmente perigosas, a fim de poder evitá-las ou modificá-las. A partir desse comportamento, multiplicam-se as regras de evitação e a exclusão, produzindo práticas, relações, bem como diferenças hierarquizadas e identidades. Sugiro que o princípio da prevenção gira em torno de possibilidades evitáveis e que tal premissa não só parte de uma realidade ―X‖, reagindo a ela, mas é produtora de comportamentos de evitação, exclusão e de mais violência. Observando a incidência de um modelo de comportamento entendido como ideal – o preventivo – e de práticas justificadas mediante um contexto de violência, afirmo que este comportamento traduz uma ―metonímia de expansão da violência‖ – termo cunhado pelo antropólogo José Jorge de Carvalho – e que os elementos que acionam a evitação e a exclusão de determinados sujeitos tidos como suspeitos, bem como a identificação de outros compreendidos enquanto prováveis vítimas, estão inscritos em seus corpos enquanto signos sociais. Tais signos são contextuais – espaciais, históricos, circusntanciais – apresentando inclusive especificidades individuais, mas também, e principalmente por mim enfocados, estruturais, denunciando poderes e saberes históricos e naturalizados de constituição de relações e sujeitos. Mediante a grande quantidade de signos e marcas estruturais que apresentam esses sujeitos suspeitos e prováveis vítimas, escolhi trabalhar com um deles, especificamente, a raça/cor como signo de suspeição ou vitimização. Para tanto, utilizo como uma das fontes do trabalho a descrição de um caso, veiculado midiaticamente, em que um sujeito negro foi acusado, no estacionamento do hipermercado Carrefour de uma grande cidade (São Paulo), de roubar seu próprio carro. _______________________________________________________________________________ ABSTRACT / The following study presents an analysis of the notion of prevention from situations in which de goal is crime prevention. I explore several sources, observing the interpretations that subjects do of violence and of the preventive proposal as a solution to crime reduction. I analyze how discourses and practices in prevention are projected in relationships and produce technologies and strategies of protection which go beyond walls, alarms, armored cars and so on, suggesting behaviors, potentially dangerous situations and subject identifications, in order to avoid or modify them. From these behaviors rules of exclusion and avoidance multiply, producing practices, relations, as well as identities and hierarchical difference. I suggest that the bases of prevention treat avoidable possibilities and that such an assumption comes not only from an ―X‖ reality, reacting to it, but is producer of avoidance behaviors, exclusion and more violence. Observing a model of behavior understood as ideal – the preventive one – and of justified practices in a context of violence, I state that this behavior translates a ―metonymy of violence expansion‖ – an expression created by the anthropologist José Jorge de Carvalho – and that the elements which trigger avoidance and exclusion of certain subjects regarded as suspect, as well as the identification of other subjects understood as potential victims are inscribed on their bodies as social signs. Such signs are contextual – spatial, historical, circumstantial – showing individual specificities, but also, and mainly by me emphasized, structural, showing historical and naturalized knowledge of relationships and subjects. Through the great deal of structural marks and signs that these suspect subjects and potential victims show, I chose working with one of them, specifically, race as a suspicion or victimization sign. For this, I use as one of the sources of this paper the description of a case, shown in the media, in which a black subject was accused, on the parking lot of a supermarket in São Paulo, of stealing his own car.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.unb.br:10482/7265
Date16 March 2010
CreatorsFormiga, Glêides Simone de Figueiredo
ContributorsCarvalho, José Jorge de
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UnB, instname:Universidade de Brasília, instacron:UNB
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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