Return to search

ESTUDO DO MECANISMO DE RESISTÊNCIA NATURAL À MILTEFOSINA EM ISOLADOS DE Leishmania (Leishmania) chagasi OBTIDOS DE PACIENTES COM LEISHMANIOSE VISCERAL QUE APRESENTARAM DIFERENTES RESPOSTAS AO TRATAMENTO

Made available in DSpace on 2016-08-29T15:35:07Z (GMT). No. of bitstreams: 1
tese_8926_Tese - Juliana Brambilla Carnielli Trindade.pdf: 24757261 bytes, checksum: 0f32961de8457764e57a980e25aa13ad (MD5)
Previous issue date: 2015-06-16 / Leishmaniose visceral (LV) é uma doença sistêmica, fatal se não tratada, causada por parasitas protozoários do gênero Leishmania complexo donovani, o qual abriga a espécie L. (L.) chagasi. O tratamento da LV conta com poucas opções terapêuticas, incluindo os antimoniais pentavalentes, anfotericina B e a miltefosina. A miltefosina é a primeira droga de administração oral registrada para o tratamento da leishmaniose e tem sido utilizada com sucesso para o tratamento de LV na Índia. Contudo, diferenças na sensibilidade à miltefosina tem sido relatada em espécies de Leishmania clinicamente relevantes. Os mecanismos de resistência à miltefosina estão sendo elucidados em linhagens experimentais de Leishmania spp. resistentes a esta droga. Entretanto, os mecanismos de resistência natural à miltefosina em isolados clínicos de Leishmania são pouco conhecidos e explorados. Nesse contexto, o presente estudo utilizou as abordagens proteômica e genômica com o objetivo de identificar diferenças a nível molecular entre isolados de L. (L.) chagasi obtidos de pacientes que apresentaram diferentes respostas ao tratamento com miltefosina, visando contribuir para o entendimento do mecanismo molecular envolvido na resistência natural a essa droga. A análise comparativa dos perfis proteicos obtidos por 2D-DIGE, detectou 46 spots proteicos diferencialmente expressos entre os isolados obtidos de um paciente que apresentou cura e de um paciente que apresentou falha ao tratamento com miltefosina. A análise por espectrometria de massas (MALDI/ToF-ToF) permitiu a identificação de 32 spots com identificação de uma única proteína, os quais correspondem a 22 proteínas não redundantes. A maioria das proteínas com expressão aumentada no proteoma do isolado resistente à miltefosina estão associadas com a homeostase do sistema redox, resposta ao stress, proteção à apoptose e translocação de drogas. A análise genômica, realizada com isolados de L. (L.) chagasi obtidos de pacientes que apresentaram cura clínica (n=14, grupo cura) ou falha ao tratamento (n=12, grupo recidiva) com miltefosina, identificou um elevado número de SNPs e InDels entre os isolados analisados. Entretanto, assim como a análise do número de cópias de cromossomos, esses não foram capazes de discriminar completamente os isolados obtidos de pacientes que apresentaram diferentes desfechos clínicos ao tratamento com miltefosina. A análise de variação estrutural do número de cópias de genes (dose), entre os grupos cura e recidiva, identificou diferenças significativas (p < 0,01) em 93 grupos ortólogos (OG5). Dentre esses, foi avaliado o envolvimento da deleção dos genes in tandem LinJ.31.2370, LinJ.31.2380, LinJ.31.2390 e LinJ.31.2400 no fenótipo de resistência de L. (L.) chagasi à miltefosina. Foi demonstrado
que o processo de deleção do locus contendo esses genes in tandem ocorre por recombinação homóloga e, aparentemente não é induzido por pressão da droga miltefosina. A reexpressão individual desses genes em um isolado do grupo recidiva que não os continham, revelou que nenhum desses genes interfere no fenótipo de susceptibilidade in vitro da forma promastigota à miltefosina. Além disso, a análise de clones separados de isolados de L. (L.) chagasi (heterogêneo em relação à presença desses genes), mostrou que as formas promastigotas de clones que possuem esses genes são menos susceptíveis à miltefosina do que clones que não os possuem. Esses dados, assim como os da análise proteômica, sugerem que o mecanismo de resistência natural à miltefosina nos parasitas Leishmania spp. é complexo e multifatorial.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:dspace2.ufes.br:10/4602
Date16 June 2015
CreatorsTRINDADE, J. B. C.
ContributorsRUIZ, J. C., BORGES, W. C., KELLER, R. P., SANTOS, K. V., PALACI, M., Dietze, R, Pereira, FEL, SPANO, L. C., LEMOS, E. M.
PublisherUniversidade Federal do Espírito Santo, Doutorado em Doenças Infecciosas, Programa de Pós-Graduação em Doenças Infecciosas, UFES, BR
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Formattext
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFES, instname:Universidade Federal do Espírito Santo, instacron:UFES
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

Page generated in 0.0024 seconds