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Quem tem AIDS se cuida: uma pesquisa qualitativa sobre o autocuidado

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Previous issue date: 2010-01-01 / Nenhuma / Analisar as percepções e práticas de autocuidado de pessoas vivendo com AIDS, em acompanhamento em um serviço especializado, de nível secundário, em um hospital do município de Porto Alegre-RS. MÉTODOS: Estudo qualitativo e analítico que utilizou como técnica de investigação social a entrevista semi-estruturada. Foram entrevistadas 21 pessoas vivendo com HIV/AIDS em acompanhamento em um serviço de atenção especializada de um hospital estadual do município de Porto Alegre-RS, nos meses de setembro e outubro de 2009, maiores de 18 anos e com diagnóstico a partir de 1996 (ano em que iniciou a distribuição universal de antirretrovirais). A análise dos dados se deu por meio de categorização das entrevistas a partir das regularidades e das particularidades nas falas dos sujeitos entrevistados. RESULTADOS: O diagnóstico de HIV/AIDS mudou a forma de refletir sobre saúde-doença, a AIDS passou a ser um episódio biográfico na vida das pessoas entrevistadas. A AIDS se torna um marcador para o autocuidado, onde cuidado passa a ter diferentes significados e práticas. O corpo, a alimentação e o ambiente passam a ser alvos de maior preocupação em função do preconceito. O cuidado autônomo (anterior ao diagnóstico) passa a ser buscado e legitimado em serviços de saúde, onde o uso de medicação, a realização de exames periódicos e a interação com profissionais de saúde adquirem significados. Questões de gênero e tempo de diagnóstico interferem no autocuidado. As ações de autocuidado são solidárias e se estedem ao cuidado de outras pessoas. CONCLUSÕES: A partir da análise das entrevistas, é possível indicar que o cuidado se estabelece em diferentes níveis e no interior de diferentes relações e contextos. O autocuidado depende, assim, do lugar que a AIDS ocupa na vida de cada pessoa, salientando que a doença é uma construção social. A AIDS desempenha, para as pessoas entrevistadas, um papel de marcador para o cuidado no que se refere às trajetórias por elas relatadas. O cuidado está inscrito em diferentes níveis: dentro e fora do serviço de saúde; é individual e simultaneamente coletivo na medida em que é estabelecido no contexto das relações com os outros (família, amigos, colegas de trabalho) e com o ambiente. / To analyze the perceptions and self-care practices of people living with AIDS, followed at a specialized secondary level, at a hospital in Porto Alegre-RS. METHODS: a semi-structured interview was used as social research tool in this qualitative and analytical study. Twenty-one individuals over age 18, diagnosed with HIV/AIDS after 1996 (year that the universal distribution of antiretroviral began), followed at a specialized health care facility in the city of Porto Alegre, during September and October 2009, were interviewed. Data analysis was done by categorizing the interviews from the regularities and peculiarities in the speech of interviewees. RESULTS: The diagnosis of HIV/AIDS changed the way people think about health and disease, AIDS has become a biographical episode in their lives. AIDS becomes a marker for self-care, where care has different meanings and practices. The body, food and the environment become the targets of greatest concern because of prejudice. The self-care (before diagnosis) starts to be sought and legitimized in health services, where the use of medication, periodic exams and the interaction with health professionals acquire meanings. Issues of gender and time of diagnoses interfere with self-care. The actions of self-care are solidary and go beyond the others? care. CONCLUSIONS: Based on the analysis of the interviews, it is possible to indicate that care is established at different levels and within different contexts and relationships. The self ?care, thus, depends on the place that AIDS occupies in the life of each person, noting that the disease is a social construction. AIDS works, for the interviewed individuals, as a marker for the care in their trajectories. Care is enrolled in different levels, within and outside the health service, is based on the individual but is also collective since it is established in the context of relationships with others (family, friends, coworkers) and with the environment.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:www.repositorio.jesuita.org.br:UNISINOS/3007
Date28 September 2010
CreatorsMüller, Letícia Possebon
Contributorshttp://lattes.cnpq.br/9038555170562286, Barcellos, Nêmora Tregnago
PublisherUniversidade do Vale do Rio dos Sinos, Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, Unisinos, Brasil, Escola de Saúde
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UNISINOS, instname:Universidade do Vale do Rio dos Sinos, instacron:UNISINOS
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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