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Estudo de aspectos profissionais e psicossociais no trabalho e a depressão em enfermeiros atuantes em ambiente hospitalar / Study of professional and psychosocial work aspects and depression in nurses working at hospital environment.

O trabalho em Enfermagem tem sido objeto de inúmeras pesquisas, sobretudo pela possibilidade de adoecimento físico e mental dos trabalhadores devido a peculiaridades do processo e das condições de trabalho oferecidas pelas instituições de saúde. As hipóteses testadas foram: H1 - Os aspectos profissionais (carga horária, setor e turno de atuação), psicossociais do ambiente laboral (demanda psicológica e física, controle, apoio social e insegurança), o tipo de trabalho e a exposição ao estresse ocupacional são fatores associados ao aumento de depressão nos enfermeiros, após o controle das demais variáveis; H2 - A adição do apoio social influencia a relação entre demanda psicológica e controle no trabalho e a depressão nos enfermeiros, após o controle das demais variáveis. O objetivo foi avaliar os aspectos profissionais e psicossociais do trabalho em ambiente hospitalar e a presença de depressão em enfermeiros. Trata-se de um estudo observacional, descritivo e correlacional, tipo corte transversal do qual participaram 292 enfermeiros de um hospital universitário do interior do Estado de São Paulo. A coleta de dados foi realizada, no período de março a maio de 2009, por meio da aplicação de três instrumentos: Formulário de Identificação do Trabalhador, Questionários do Conteúdo do Trabalho (JCQ) e Inventário de Depressão de Beck - I (BDI-I). Os instrumentos escalares obtiveram de forma geral valores substanciais ou quase perfeitos. O BDI-I obteve alfa de Cronbach 0,83. As dimensões do JCQ obtiveram coeficiente alfa: demanda psicológica 0,72; controle 0,76 e sub-dimensões uso de habilidades 0,69 e autoridade decisória 0,59; demanda física 0,81; apoio social 0,79 e sub-dimensões apoio social dos supervisores 0,82 e apoio social dos colegas 0,71; e insegurança no trabalho 0,20. Quanto à caracterização dos participantes, a maioria era do sexo feminino (91,10%), casados (49,32%), com idade média de 38,6 anos. 45,21% revelaram ter apresentado mudança significativa em sua vida no último ano e 22,22% dessas mudanças eram relativas ao trabalho. Os trabalhadores eram servidores públicos (81,2%), ocupavam cargo de enfermeiro (70,89%), com tempo médio de atuação no hospital de 11,13 (DP±8,77) anos e carga horária de trabalho semanal média de 42,81h (DP±13,62). Quanto aos aspectos psicossociais no trabalho, as prevalências e médias das dimensões foram: alta demanda psicológica - 49,66% e 32,71 (DP±5,90); baixo controle no trabalho - 50,34% e 68,10 (DP±10,22); baixo uso de habilidades - 50,00% e 34,87 (DP±5,42); baixa autoridade decisória - 82,19% e 33,23 (DP±6,35); alta demanda física - 48,97% e 11,67 (DP±2,71); baixa insegurança - 81,16% e 5,05 (DP±2,44); baixo apoio social no trabalho - 82,88% e 22,41 (DP±3,43); baixo apoio do supervisor - 88,36% e 10,92 (DP±2,52); baixo apoio dos colegas - 84,93% e 11,49 (DP±1,58). Dentre os participantes, os tipos de trabalho vivenciados foram: alta exigência (23,63%), trabalho ativo (26,03%), trabalho passivo (26,71%) e baixa exigência (23,63%). Quanto à exposição ao estresse ocupacional os enfermeiros distribuíram-se entre exposição intermediária (52,74%), maior exposição (23,63%) e sem exposição (23,63%). Entre os enfermeiros 9% apresentaram presença de sintomas indicativos de depressão, classificados como depressão leve (5,14%) e depressão moderada (3,77%), com escore médio de 7,24 (DP±5,77). A hipótese 1 foi parcialmente confirmada e dentre os aspectos relacionados a depressão propostos no modelo final estão: demanda psicológica, controle, apoio social, demanda física, trabalho em alta exigência, maior exposição ao estresse ocupacional, carga horária de trabalho e unidade clínica, cirúrgica e ambulatorial. A hipótese 2 foi parcialmente confirmada e o apoio social demonstrou influenciar a medida da demanda psicológica e da sub-dimensão uso de habilidades. Dessa forma, as condições de trabalho vivenciadas pelos enfermeiros no ambiente hospitalar implicam em depressão e, possivelmente, em outras conseqüências para a saúde desses profissionais. / The work in Nursing has been object of numerous studies because of the potential for physical and mental damage to workers due to peculiarities of the process and the work conditions found in health institutions. The following hypotheses had been tested: H1 - The professional aspects (work hours, work unit and work shift), the psychosocial work aspects (psychological and physical demand, control, social support and insecurity), the type of work and the exposure to occupational stress are factors associated to the increase of depression in nurses, after the control of the others variables; H2 - The addition of social support influences the relation between psychological job demand and job control and the depression in nurses, after the control of the others variables. This observational, descriptive, correlational and crosssectional study aimed to evaluate the professional and psychosocial work aspects at hospital environment and the presence of depression in nurses. In total, 292 nurses from one university hospital have participated in this study. The data collection was realized, from March to May of 2009, through the application of three instruments: form of identification of worker, Job Content Questionnaire (JCQ) and Beck Depression Inventory - I (BDI-I). In general, the instruments had substantial or almost perfect values for Cronbach\'s Alpha. For BDI-I, alpha was 0.83. For JCQ\' dimensions, the values were: psychological job demand 0.72; job control 0,76 and its sub-dimensions skill discretion 0.69 and decision authority 0.59; physical demand of work 0.81; social support at workplace 0.79 and its sub-dimensions social support from supervisors 0,82 and social support from colleagues 0.71; and job insecurity 0.20. Among the participants, most were female (91.10%), married (49.32%), with average age of 38.6 years. 45.21% had significant and recent life event and 22.22% of these events were related to work. In regard to the work, most were public employees (81.2%), registered nurses (70.89%), with average time of performance in the hospital of 11.13 years (DP±8.77) and average of work hours per week 42.81 hours (DP±13.62). The prevalence and average of the psychosocial work aspects were: high psychological job demand - 49.66% and 32.71 (DP±5.90); low job control - 50.34% and 68.10 (DP±10.22); low skill discretion - 50.00% and 34,87 (DP±5.42); low decision authority - 82.19% and 33.23 (DP±6.35); high physical demand - 48.97% and 11.67 (DP±2.71); low insecurity - 81.16% and 5.05 (DP±2.44); low social support - 82.88% and 22.41 (DP±3.43); low support from supervisor - 88.36% and 10.92 (DP±2.52); low support from colleagues - 84.93% and 11.49 (DP±1.58). Among the participants, the types of work experienced were: high-strain job (23.63%), active job (26.03%), passive job (26.71%) and low-strain job (23.63%). According to the level of exposure to occupational stress, the nurses were divided into intermediate exposure to stress (52.74%), high exposure to stress (23.63%) and without exposure to stress (23.63%). Among the nurses, 9% of them have indicated depression symptoms, classified as minor depression (5.14%) and moderate depression (3.77%), with average score of 7,24 (DP±5.77). Hypothesis 1 was partially confirmed and the work aspects related to depression in the final model were: psychological job demands, job control, social support at workplace, physical demands of work, high-strain jobs, high exposure to occupational stress, work hours and clinical, surgical and ambulatory units. Hypothesis 2 was partially confirmed and the social support dimension has demonstrated its influence to the measure of the psychological job demand and the subdimension skill discretion. Thus, the working conditions faced by nurses at hospital environment imply in depression and, possibly, in other consequences for the health of these professionals.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:teses.usp.br:tde-10032010-083634
Date27 January 2010
CreatorsMarcela Luísa Manetti
ContributorsMaria Helena Palucci Marziale, Rosana Aparecida Spadoti Dantas, Liana Lautert, Vera Lucia Navarro, Maria Lucia do Carmo Cruz Robazzi
PublisherUniversidade de São Paulo, Enfermagem Fundamental, USP, BR
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP, instname:Universidade de São Paulo, instacron:USP
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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