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Sacode a poeira e dá a volta por cima: resiliência em mulheres que vivenciaram violência sexual / Shake the dust and makes a comeback: resilience in women Who experienced sexual violence

O objeto deste estudo foi o processo de construção da resiliência em mulheres que vivenciaram violência sexual. A violência sexual contra a mulher é um problema antigo no mundo, onde o Brasil dispõe de elevadas estatísticas. As justificativas para a violência contra a mulher constroem-se sob normas e preceitos sociais de gênero, os quais definem as diferenças nos papéis e responsabilidades dos homens e das mulheres na sociedade e na família. As consequências físicas e psicológicas para a mulher em situação de violência sexual são alarmantes, podendo ocasionar traumas por longo prazo ou até mesmo para a vida inteira, impedindo-a de retomar seus direitos humanos e de se reinserirem em suas famílias e na sociedade. Entretanto, após a vivência de uma violência algumas mulheres têm seus comportamentos transformados a fim de retomarem o curso de suas vidas. Tais comportamentos dizem respeito à postura resiliente diante à violência sexual vivida e à sua superação. Reconhecendo este comportamento como uma nova possibilidade de promoção da saúde dessas mulheres, traçou-se como objetivo geral do estudo compreender o processo de construção da resiliência em mulheres que vivenciaram violência sexual. Desenvolveu-se uma pesquisa exploratória com abordagem qualitativa, realizada através da coleta da história de vida com seis mulheres que vivenciaram violência sexual atendidas em um hospital municipal do Rio de Janeiro (Brasil), referência no atendimento dessas mulheres. Os dados produzidos foram interpretados à luz da modalidade temática da análise de conteúdo de Bardin. Deste processo emergiram duas categorias: A violência sexual vivida expressa nas atitudes do cotidiano: sentimentos e emoções e A resiliência de mulheres em situação de violência sexual. Na primeira categoria identificaram-se as atitudes, sentimentos e emoções decorrentes da adversidade. Destacaram-se os sentimentos de medo, tristeza, culpa e perda como sendo as principais mudanças ocorridas com a violência. Na segunda categoria emergiram elementos existentes na vida das mulheres que vivenciaram violência sexual e que favoreceram no processo de construção da resiliência, sendo os aspectos individuais, familiares e sociais. A pesquisa considerou que a resiliência é elemento fundamental na promoção da saúde das mulheres que vivenciaram violência sexual assim como uma oportunidade de melhoria de sua qualidade de vida, uma vez que reduz os agravos decorrentes dessa violência e incorpora sentido de vida, serenidade, autoconfiança, autossuficiência e perseverança na vida da mulher. Contudo, a resiliência para ser desenvolvida precisa além dos aspectos individuais da mulher, uma rede de apoio familiar e social significativa e eficaz. A consulta de Enfermagem estabelecida nos princípios da humanização, integralidade e dialogicidade entre profissional e a mulher, seja nas Estratégias de Saúde da Família ou nos ambientes ambulatoriais e hospitalares, caracteriza-se como campo fértil na promoção e apoio a essa rede familiar e social. A enfermeira torna-se facilitadora na construção da resiliência em mulheres em situação de violência sexual, onde é preciso oferecer escuta sensível e sem preconceitos, incentivar a construção de sentido de vida, a recuperação da autoestima e autoconfiança e de sua reinserção social. / The object of this study was the process of building resilience in women who experienced sexual violence. Sexual violence against women is an old problem in the world, where Brazil has the highest statistics. The justifications for violence against women are built in norms and social precepts of gender, which define the differences in roles and responsibilities of men and women in society and family. The physical and psychological consequences for women in situations of sexual violence are alarming and can cause injury by long-term or even for life, preventing her from resuming their human rights and his reintroduce the family and society. However, after the experience of violence some women have changed their behavior in order to resume the course of their lives. These behaviors relate to resilient stance on sexual violence experienced, which concerns the overcoming of adversity. Recognizing this behavior as a new opportunity to promote the health of these women, traced to the general objective of the study: understanding the process of building resilience in women who experienced sexual violence. Developed an exploratory qualitative approach, carried out by collecting life history with six women who experienced sexual violence treated at a municipal hospital in Rio de Janeiro (Brazil), a reference to meet these women. The data obtained were interpreted in the light of a thematic content analysis of Bardin. From this process emerged two categories: sexual violence experienced in the expressed attitudes of everyday life: feelings and emotions and the resilience of women in situations of sexual violence. In the first category identified the attitudes, feelings and emotions arising from adversity. The highlights were the feelings of fear, sadness, guilt and loss as the main changes to the violence. In the second category emerged existing elements in the lives of women who experienced sexual violence and who favored the process of building resilience, and individual aspects, and social allowances. The research found that resilience is a key element in promoting the health of women who experienced sexual violence as well as an opportunity to improve their quality of life, as it reduces the damages resulting from such violence and incorporates the sense of life, serenity, confidence, self-reliance and perseverance in the life of the woman. However, the resilience need to be developed than the individual aspects of the woman, a network of family and social support meaningful and effective. Consultation with nursing established on the principles of humanization, integrity and capacity for dialogue between professionals and women, whether in Strategies Family Health or hospital outpatient settings and is characterized as a fertile ground to promote and support the family and social network. The nurse becomes a facilitator in building the resilience of women in situations of sexual violence, where you need to provide sensitive listening and without bias, promoting the construction of meaning in life, recover their selfesteem and self-confidence and its re-insertion social.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/urn:repox.ist.utl.pt:UERJ:oai:www.bdtd.uerj.br:1635
Date09 March 2010
CreatorsRaquel Fonseca Rodrigues
ContributorsLucia Helena Garcia Penna, Octavio Muniz da Costa Vargens, Denise Assis Corrêa Sória
PublisherUniversidade do Estado do Rio de Janeiro, Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, UERJ, BR
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UERJ, instname:Universidade do Estado do Rio de Janeiro, instacron:UERJ
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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