Return to search

Descontinuidade do cuidado odontológico de crianças e adolescentes que receberam atendimento de urgência nos serviços públicos Municipais de Curitiba

Orientador: Prof. Dr. Fabian Calixto Fraiz / Coorientadora: Profª. Drª. Luciana Reichert da Silva Assunção Zanon / Dissertação (mestrado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Odontologia. Defesa: Curitiba, 2016 / Inclui referências : f. 32-37;52-59 / Resumo: A Política Nacional de Saúde Bucal determina a ampliação do atendimento às urgências, sendo que o cuidado longitudinal nas redes de atenção do Sistema Único de Saúde (SUS) é realizado na Atenção Primária à Saúde. A dor de dente, ainda prevalente na população brasileira, impacta na qualidade de vida e na demanda por serviços de saúde bucal. Este estudo buscou analisar os atendimentos de urgência odontológica de crianças e adolescentes na rede pública de atenção à saúde bucal de Curitiba. Como objetivos específicos, avaliou: I) de modo transversal os fatores relacionados com os atendimentos nas unidades básicas de saúde (UBS) e de pronto atendimento (UPA). II) de forma prospectiva a descontinuidade do cuidado em saúde bucal na atenção regular em um período de seis meses. Foram avaliados 1012 atendimentos de urgência em indivíduos de 0 a 17 anos e com cadastro definitivo no SUS/Curitiba. Foram coletados dos prontuários dados demográficos do atendido e da utilização dos serviços. Na análise estatística utilizou-se o teste do Qui Quadrado, estimando-se a razão de prevalência (RP) (IC95%) para o estudo transversal, enquanto para o estudo prospectivo estimou-se o risco relativo (RR) (IC95%). Os dados foram estratificados pela faixa etária (crianças e adolescentes) para o estudo transversal, e pelo Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) (médio/alto e muito alto) para o estudo prospectivo. Do total de atendimentos, o estudo transversal demonstrou que 68,2% e 31,8% eram crianças e adolescentes, respectivamente. Nas UBS ocorreram 89,7% dos atendimentos e nas UPA 10,3%, e 12,2% se caracterizaram como primeiro acesso ao sistema de saúde bucal. Adolescentes tenderam utilizar mais a UPA para o atendimento de urgência do que crianças (RP=1,84; IC95%: 1,28-2,64). Entre as crianças aquelas que não visitaram o dentista no último ano utilizaram mais a UPA para o atendimento de urgência (RP=1,86; IC95%: 1,09-3,17). Os adolescentes para os quais o atendimento de urgência foi o primeiro acesso ao sistema utilizaram mais a UPA (RP=2,16; IC95%:1,04-4,46). A proximidade entre a UBS de cadastro e a UPA mais próxima esteve associada com a maior utilização da UPA tanto para crianças como para adolescentes. No estudo prospectivo a incidência de descontinuidade do cuidado encontrada foi de 42,2%. No grupo de IDHM médio/alto o RR de descontinuar o cuidado foi maior nos menores de 05 anos de idade (RR=1,27; IC95%: 1,02-1,57), naqueles para os quais o atendimento foi caracterizado como primeiro acesso ao sistema (RR=1,37; IC95%: 1,11-1,69) e naqueles que não haviam visitado o dentista no último ano (RR=1,44; IC95%: 1,20-1,74). A utilização da UPA se demonstrou associada à descontinuidade independente do IDHM (RR=1,53; IC95%: 1,10-2,13). As UBS foram responsáveis pela maior parte dos atendimentos de urgência odontológica. Crianças e adolescentes com menor vínculo na UBS e residentes próximos as UPA apresentaram uma maior prevalência de utilização da UPA para um atendimento de urgência. Nos indivíduos com menor idade e menor vínculo na UBS provenientes de regiões de IDHM médio/alto, e ainda aqueles que buscaram as UPA apresentaram maior risco de descontinuidade do cuidado ao receberem atendimento de urgência. Palavras-Chave: Saúde bucal, odontalgia, sistema único de saúde, criança, adolescente. / Abstract: The national oral health policy in Brazil determines the broadening of urgent dental care units, whereas long-term care in the public healthcare system is performed in the primary care setting. Dental pain (toothache) continues to be prevalent in the Brazilian population, exerting an impact on quality of life and the demand for oral health services. The aim of the present study was to analyze urgent dental care for children and adolescents in the public oral healthcare network of the city of Curitiba, Brazil. The specific objectives were I) to perform a cross-sectional evaluation of factors related to treatment at primary care and urgent care units and II) perform a prospective evaluation of the discontinuity of urgent care by regular care in a six-month period. A total of 1012 cases of urgent oral health care for individuals aged 0 to 17 years definitively registered with the Curitiba public healthcare system were analyzed. Demographic characteristics and data on the utilization of services were collected from patient charts. Statistical analysis involved the chi-square test with the estimation of prevalence ratios (PR) and respective 95% confidence intervals (CI) in the cross-sectional study as well as relative risk (RR) and 95% CI in the prospective study. The data were stratified by age group (children and adolescents) in the cross-sectional study and by the Municipal Human Development Index (MHDI) (medium/high and very high) in the prospective study. The cross-sectional study revealed that 68.2% and 31.8% of the patients were children and adolescents, respectively. A total of 89.7% of treatments occurred in primary care and 10.3% in urgent care units. A total of 12.2% of cases were characterized as the first access to the oral healthcare system. The adolescents tended to use urgent care more than the children (PR=1.84; 95%CI: 1.28-2.64). Children with more than one year since the last appointment used urgent care units more (PR=1.86; 95%CI: 1.09-3.17). Adolescents for whom urgent care constituted the first access to the system used urgent care units more (PR=2.16; 95%CI: 1.04-4.46). Proximity to the primary care unit at which the individuals were registered and the closest urgent care unit was associated with greater utilization of the latter units among both children and adolescents. In the prospective study, the incidence of the discontinuity of care was 42.2%. In the group with a medium/high MHDI, the risk of discontinuity was greater among children less than five years of age (RR=1.27; 95%CI: 1.02-1.57), individuals for whom treatment constituted the first access to the system (RR=1.37; 95%CI: 1.11-1.69) and those with more than one year since their last appointment (RR=1.44; 95%CI: 1.20-1.74). The use of urgent care units was associated to discontinuity independently of the MHDI (RR=1.53; 95%CI: 1.10-2.13). Primary care units accounted for a larger portion of cases of urgent care. The prevalence of the utilization of urgent care units for cases of urgent care was higher among children and adolescents with less of a link to a primary care unit and those residing near an urgent care unit. The risk of discontinuity of oral care among individuals who received urgent care was higher among younger children, individuals with less of a link to primary care units in areas with a medium/high MHDI and those who sought urgent care units. Key words: Oral health, dental pain, Brazilian public healthcare system, child, adolescent.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:dspace.c3sl.ufpr.br:1884/46019
Date January 2016
CreatorsPereira, Fábio Augusto de Oliveira
ContributorsZanon, Luciana Reichert da Silva Assunção, Universidade Federal do Paraná. Setor de Ciências da Saúde. Programa de Pós-Graduação em Odontologia, Fraiz, Fabian Calixto
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Format67 f. : il., tabs., application/pdf
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFPR, instname:Universidade Federal do Paraná, instacron:UFPR
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess
RelationDisponível em formato digital

Page generated in 0.0088 seconds