[pt] Essa dissertação pretende debater o encontro entre feminismo e marxismo, a partir da análise central da Campanha Internacional Salários pelo Trabalho Doméstico, que tomou forma na década de 1970. A atual relevância da produção teórica e atividade política dessas feministas se dá na medida em que contribui para uma crítica da situação das mulheres no contexto de sua inserção no sistema capitalista, ou seja, das relações que se estabelecem entre elas e o capital. Segundo as autoras cujos trabalhos serão fundamentais para esta dissertação, no capitalismo, a posição social da mulher está atrelada, em boa medida, a sua exploração invisibilizada na esfera da reprodução social – aquela que engloba tudo que é necessário à reprodução da classe trabalhadora em sua condição de dependência e subordinação – da qual o modo de produção capitalista é dependente. Essas análises se desenvolveram à luz dos debates sobre a exploração do trabalho doméstico e sexual das mulheres no interior da família e perderam sua força desde a chamada virada neoliberal. A partir da década de 80, a agenda feminista se concentraria cada vez mais em pautas liberais, refletindo uma política individualista e abandonando, em boa medida, os debates em torno dos efeitos que a reorganização mundial da reprodução social, nesse período, impunha sobre os corpos e as subjetividades femininas. Acreditamos que, sem atentar para essas questões, arrisca-se a manter um feminismo que cuide sempre de sintomas, entendendo-os como a raiz dos problemas. / [en] This dissertation intend to discuss the encounter among feminism and Marxism, based on the main analysis of the International Campaign Wages for Housework, which took shape in the 1970s. The current relevance of the theoretical production and political activity of these feminists is given as it contributes for a critique of the women situation in the context of their incorporation in the capitalist system, that is, of the relations established between them and capital. According to the authors whose work will be fundamental to this dissertation, in capitalism, women s social position is, to a large extent, tied to their invisible exploitation in the sphere of social reproduction – that which encompasses all that is necessary for the reproduction of the working class in conditions of dependence and subordination – on which the capitalist mode of production is dependent. These analyzes have developed in the light of the debates about the exploitation of women s domestic and sexual work within the family and have lost their strength since neoliberal politics has taken place. From the 1980s, the feminist agenda would increasingly focus on liberal patterns, reflecting an individualistic political view, and largely abandoning debates about the effects of the worldwide reorganization of social reproduction on the female bodies and subjectivities. We believe that, without looking at these issues, we risk maintaining a feminism that always takes care of symptoms, understanding them as the root of problems.
Identifer | oai:union.ndltd.org:puc-rio.br/oai:MAXWELL.puc-rio.br:29417 |
Date | 16 March 2017 |
Creators | CARLA DA CUNHA DUARTE FRANCISCO |
Contributors | RODRIGO GUIMARAES NUNES |
Publisher | MAXWELL |
Source Sets | PUC Rio |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | TEXTO |
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