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Violência e tráfico: o indizível e o impronunciável - cenas de Campinas, Rio de Janeiro e São Paulo

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Previous issue date: 2007-05-11 / The agony and the insecurity generated by the violence can not be solved
exclusively by the police presence, or purely and simply for the truculent and
intimidated action of the police agent. We need to abandon repressive and punitive
practical considered inefficient and not capable, in favor of more effectiveness
actions that privilege the distributive system of properties, opportunities and power.
Impunity of the delicts needs to be finished.
According to this perspective, in Campinas Metropolitan Region we are
going to note an urban growth completely disordered (particularly in the peripheric
poor regions, where clandestine occupations, land divisions and slum quarters
represent the commoner format), unemployment of the poorest part of the population
and the smaller level of education, exaggerated concentration of the rich people in
the hands of a small part of the population (creating a social contrast extremely
accentuated), lack of assistencial and urban structure that reaches a great part of the
poorest peripheric population (point of convergence (meeting) of various highways),
complemented with a high acquisitive power (in terms of Brazil) of the population.
These factors, in its conjunct, become the Region an attraction center of violence and
criminality.
In Campinas Metropolitan Region, the Organized Crime, particularly that
dedicated branch to the traffic of drugs and weapons find a lucus extremely
favorable, because the region is rich and crossing point of important highways
connecting to the coast an the North to the South of the country, having penitentiary
complexes, besides being a pioneer area o PCC (First Command of The Capital)
actuations, presents hegemonic in all its area inside and outside of the penitentiaries.
The word of the Traffic in the Region presents similar characteristics of the
ones found in Sao Paulo than in Rio de Janeiro. The geographic configuration
represented by the relief, better transit condition in Campinas peripheral areas,
facilitates the escapement of the trafficker ant the blitz moments.
We don t find in the Region serious rivalries among factions because the
hegemony was conquered by the PCC, that acts much more as a franchise firm,
asking for the associated traffickers protection and logistic support (supplying
weapons, vehicles and judicial protection as the dono of areas or boca de trafico .
They act inside an eminently enterprise structure, the reason why it will have to be
more studied by the economists inside a Criminal Economy .
It doesn t exist a clear assistance by outlaws in relation to the population
because the Silent Law is more guaranteed by the violence than by the relations of
complicity, assistance and protection.
About all the other characteristics, proper of the organization of the space
by the Traffic, we are going to find them in the Campinas Metropolitan Region, since
is an area of important influence of the city of Sao Paulo, the reason why any public
politics of combat and prevention to the violence and criminality will have to be,
before everything, integrated with similar politics for all there regions.
If urgent measures were not adopted to try to control the violence and the
criminality in the Region, in few year we will have situations extremely complicated
for life quality, crack seems to be the drug that is going to have terrify increase,
especially with the presence of the super-crack cheaper and devastator / A angústia e insegurança geradas pela violência não podem ser solucionadas
exclusivamente pela presença policial, ou, pura e simplesmente, pela ação truculenta e
intimidatória do agente policial. Precisamos abandonar as práticas repressivas e punitivas,
consideradas ineficientes e pouco eficazes, em favor de práticas mais atuantes que
privilegiem o sistema distributivo de bens, oportunidades e poder. A impunidade dos delitos
precisa acabar.
Dentro dessa perspectiva, na Região Metropolitana de Campinas vamos
perceber um crescimento urbano completamente desordenado ___particularmente nas
regiões periféricas e mais pobres, onde ocupações, loteamentos clandestinos e favelas
representam o formato mais comum___, desemprego de grande parcela da população mais
pobre e de menor nível de escolaridade, concentração exagerada da riqueza nas mãos de
uma parte pequena da população ___gerando um contraste social extremamente
acentuado___, falta de infra-estrutura urbana e assistencial ___que atinge grande parte da
população periférica mais pobre___, além da localização estratégica da cidade.
Na Região Metropolitana de Campinas, o Crime Organizado, particularmente
aquele ramo dedicado ao tráfico de drogas e armas, encontra um lócus extremamente
favorável, visto ser a região rica, entroncamentos de rodovias importantes ligando o interior
ao litoral e o Norte ao Sul do país, tendo vários complexos penitenciários, além de ser uma
área pioneira de atuação do PCC Primeiro Comando da Capital, que se apresenta
hegemônico em toda a sua área, dentro e fora dos presídios.
O mundo do tráfico na Região apresenta características mais próximas daquelas
encontradas em São Paulo que do Rio de Janeiro, graças à geografia local, ao tipo de
relação entre as facções do tráfico local, ao tipo de relação entre o tráfico e a população,
além da proximidade entre Campinas e a capital do estado.
De fato, a configuração geográfica, representada pelo relevo, oferece melhores
condições de trânsito nas áreas periféricas campineiras, facilita a fuga dos traficantes em
momentos de blitz. Na Região não encontramos rivalidades sérias entre facções, visto a
hegemonia ter sido conquistada pelo PCC, que age muito mais como empresa de franquia,
cobrando dos associados traficantes proteção e apoio logístico (fornecimento de armas,
veículos e proteção judicial), que como dona de áreas ou bocas de tráfico. Age dentro de
uma estrutura eminentemente empresarial, razão pela qual deveria ser mais bem estudada
pelos economistas dentro de uma Economia Criminal.
Não existe um assistencialismo claro por parte dos bandidos em relação à
população, sendo que a lei do silêncio é muito mais garantida pela violência que
propriamente por relações de cumplicidade, assistencialismo e proteção.
No que tange a todas as outras características, próprias da organização do
espaço pelo tráfico, vamos encontrá-las na Região Metropolitana de Campinas, visto ser
uma área de influência marcante da cidade de São Paulo, razão pela qual qualquer política
pública de combate e prevenção à violência e criminalidade deverá ser, antes de tudo,
integrada com políticas semelhantes para todas essas regiões.
Se não forem adotadas medidas urgentes para se tentar controlar a violência e a
criminalidade na Região, dentro de poucos anos teremos situações extremamente
complicadas para a sua qualidade de vida: o crack parece ser a droga que mais
proximamente vai ter um aumento assustador, particularmente com a presença do supercrack ,
muito mais barato e devastador

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:leto:handle/2679
Date11 May 2007
CreatorsAlmendra, Carlos Alberto da Cunha
ContributorsConcone, Maria Helena Villas Bôas
PublisherPontifícia Universidade Católica de São Paulo, Ciências Sociais, PUC-SP, BR, Ciências Sociais
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_SP, instname:Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, instacron:PUC_SP
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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