Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Florianópolis, 2009 / Made available in DSpace on 2012-10-24T13:58:58Z (GMT). No. of bitstreams: 1
271257.pdf: 1270985 bytes, checksum: 0166ec7e8cd587f4de818a09c49caf35 (MD5) / Os estudos sobre os homens, o masculino ou as masculinidades surgiram ao longo da década de 1970 dentro de diferentes tendências do feminismo ou de sua área de influência. Os esforços de diálogo entre estas tendências são escassos, pretendendo esta dissertação se somar a eles. Dentre uma ampla lista de obras pertencente a estes estudos, foi selecionado um conjunto de textos que puderam ser agrupados em sete tradições, diferenciadas segundo a área acadêmica ou política, a língua e o campo de diálogo. Dentro de cada uma destas tradições, foi escolhida uma autora ou um autor cuja obra foi lida com particular atenção. As tradições e autoras escolhidas foram as que seguem: feminismo negro estadunidense (bell hooks), feminismo pós-estruturalista estadunidense (Eve Sedgwick), ciências humanas em língua inglesa (Raewyn Connell), ciências humanas em língua francesa (Daniel Welzer-Lang), ciências humanas em língua portuguesa (Rita Segato), ciências humanas em língua castelhana (José Olavarría) e psicanálise (Monique Schneider). Em cada um dos casos, procedeu-se a uma leitura das obras das autoras, procurando-se ressaltar a especificidade de cada pensamento, o modo como se inserem ou dialogam com a tradição feminista e alguns dos pontos que permitem uma comparação com outras autoras das tradições consideradas. Outras pensadoras e pensadores feministas, anti-coloniais e/ou pósheideggerianos foram também lidos na medida em que enriqueciam as discussões dentro dos capítulos ou entre estes. No último capítulo, alguns aspectos coincidentes e divergentes entre diferentes textos foram aprofundados, aqueles relacionados à perspectiva histórica, ao espaço dito subjetivo dos homens e às concepções políticas no campo do gênero. O debate mais frutífero que se estabeleceu ao longo da dissertação ocorreu entre as autoras que se encontram dentro do paradigma do tráfico de mulheres (principalmente Sedgwick, Segato e também Robyn Wiegman) e aquelas dentro do pensamento anti-colonial (hooks, novamente Segato e Wiegman, Connell e também Angela Davis, Michele Wallace e Arlette Gautier), permitindo a emergência de uma hipótese compreensiva que articula os distintos modos de domínio da (hetero)sexualidade das mulheres às formas diferenciadas de exploração do trabalho que emergem com a expansão colonial e capitalista e que deram origem às configurações raciais, tal como exposto por Aníbal Quijano. Imbricadas as formas de opressão, também o estão as formas de resistência, tornando-se a luta pela liberação das mulheres uma forma de descolonização dos povos. / The studies about men, masculine and masculinities appeared along the seventies within different tendencies of the feminism or of its area of influence. Efforts of dialogue between these different tendencies are still scarce, and this dissertation is intended to sum to them. Among a broad list of works on the subject, a set of texts was selected which could be grouped in seven traditions, according to academic or political area, language and dialogue field. Within each one of these traditions, an author was chosen and his or her work was read with particular attention. Traditions and authors chosen were the following: black North American feminism (bell hooks), post-structuralist North American feminism (Eve Sedgwick), human sciences in English (Raewyn Connell), human sciences in French (Daniel Welzer-Lang), human sciences in Portuguese (Rita Segato), human sciences in Spanish (José Olavarría) and psychoanalysis (Monique Schneider). Within each one of the cases, the authors# works were read and we tried to highlight the singularity of each thought, the way they are inserted in the feminist tradition and the points that allow a comparison with other authors who write about the traditions that were considered. In the last chapter, some coincident and divergent aspects between different texts were deepened. They were related to historical perspective, to the so called subjective space of men and to political notions in the field of gender. The most beneficial debate that happened along the dissertation was between the authors that are in the paradigm of traffic of women (Sedgwick and Segato, mainly) and those in the anticolonial thinking (hooks, Segato again, Connell and also Angela Davis, Michele Wallace and Arlette Gautier), allowing the emergency of a comprehensive hypothesis that articulates the control of women (hetero)sexuality to the racially differentiated forms of work exploitation in the modernity/coloniality, as exposed by Aníbal Quijano.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufsc.br:123456789/92917 |
Date | 24 October 2012 |
Creators | Clímaco, Danilo de Assis |
Contributors | Universidade Federal de Santa Catarina, Toneli, Maria Juracy Filgueiras |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Source | reponame:Repositório Institucional da UFSC, instname:Universidade Federal de Santa Catarina, instacron:UFSC |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
Page generated in 0.0019 seconds