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Consequências emocionais do estresse em ratos: um modelo experimental de transtorno de estresse pós-traumático / Long-term emotional consequences of stress in rats: na experimental model of posttraumatic stress disorder

Made available in DSpace on 2015-12-06T23:46:04Z (GMT). No. of bitstreams: 0
Previous issue date: 2011 / Associação Fundo de Incentivo à Psicofarmacologia (AFIP) / Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) / Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) / Situações adversas que desafiam a integridade física ou psicológica de um
indivíduo são frequentes ao longo da vida. Porém, há situações que ultrapassam
as capacidades adaptativas e são consideradas traumáticas, podendo resultar em
sequelas emocionais persistentes e prejuízos significativos nas funções sociais,
caracterizando o Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT). É crucial
entender os aspectos psicológicos e biológicos básicos e os fatores de
vulnerabilidade e resiliência do TEPT, uma vez que apenas uma parcela das
vítimas de eventos traumáticos manifesta este transtorno. Para isso, tem-se
empregado modelos animais que mimetizam os aspectos fundamentais do
transtorno. O objetivo geral deste trabalho foi investigar a influência de condições
pré e peri-traumáticas na magnitude das principais reações emocionais a longoprazo
em um modelo de estresse traumático em ratos. Inicialmente foi
estabelecido o protocolo experimental para o estresse traumático. Foram
comparados dois paradigmas de condicionamento de medo: o condicionamento de
medo contextual (CMC), em que apenas um choque intenso, inescapável foi
aplicado e a configuração espacial (contexto do evento traumático) foi o elemento
condicionado ao choque; e o condicionamento de medo ao som (CMS), em que
uma pista de uma única modalidade sensorial (som) foi condicionada ao choque,
em apresentações repetidas, aplicando-se um choque de menor intensidade. Na
etapa de padronização metodológica também foram ajustados parâmetros
importantes para os estudos subsequentes, como a intensidade do choque a ser
empregada, o tempo de exposição ao choque e a ordem de realização dos testes
comportamentais. Selecionou-se o CMC para aplicação nas etapas subsequentes,
uma vez que, além de representar um evento único e intenso, este protocolo
também revelou um robusto efeito de sensibilização comportamental frente à
apresentação de um estímulo sonoro desconhecido e potencialmente aversivo. No
CMS, o som é o estímulo condicionado no momento do trauma. Utilizar o
paradigma do CMS no modelo de estresse traumático inviabilizaria a utilização do
som como estímulo incondicionado para avaliação da sensibilização do medo.
Além disso, a possibilidade de utilização de choque único no CMC favoreceu o
emprego do paradigma do choque imediato, uma abordagem que se mostrou
crucial para o estudo sobre elementos peritraumáticos. Foi visto que, animais
submetidos ao choque imediato, ou seja, que não tiveram a possibilidade de
explorar o ambiente do trauma antes do choque, não manifestaram as sequelas
emocionais como os animais que exploraram o ambiente. A hipótese aqui
defendida para explicar esse fenômeno é de que tenha havido uma importante
influência da percepção da inescapabilidade da situação traumática sobre a
magnitude das sequelas emocionais a longo-prazo observadas neste modelo. Por
fim, foi realizado um estudo para investigar se essas sequelas emocionais de
longo-prazo decorrentes do estresse traumático eram também influenciadas por
fatores pré-existentes. Especulou-se se a interrupção da relação mãe-filhote por
24 horas em períodos cruciais para o desenvolvimento do eixo HPA, que
sabidamente provoca alterações duradouras na vida adulta, tanto em aspectos
neuroendócrinos como comportamentais da resposta ao estresse, poderia alterar a
magnitude das reações observadas no modelo de estresse traumático aqui
empregado. Entretanto, essa hipótese não foi confirmada, pois a privação materna
não conferiu qualquer modificação nas consequências emocionais causadas pelo
choque traumático. / Adverse situations that challenge an individual´s physical or psychological
integrity are frequent throughout life. However, some situations go beyond the
adaptive capacities and are considered as traumatic, leading to persistent
emotional consequences and significant social impairment, defining what is called
Posttraumatic Stress Disorder (PTSD). It is crucial to understand psychological
and biological aspects as well as vulnerability and resilience factors, once only
some victims that face traumatic events develop PTSD. Animal models that mimic
basic aspects of PTSD have been extensively employed in basic research. The
general purpose of this study was to investigate the influence of pre- and
peritraumatic conditions on the magnitude of the main emotional long-term
reactions in a rat model of traumatic stress. Initially, we established the
experimental protocol to induce a traumatic stress. We compared two paradigms
of fear conditioning: contextual fear conditioning, in which one intense,
inescapable electric shock was applied and the spatial configuration (traumatic
context) was the element conditioned to the shock; and the tone fear conditioning,
in which a single sensorial modality cue (tone) was conditioned to the shock, with
successive presentations, applying a weaker shock. In the methodological
standardization phase, we also adjusted important parameters for the subsequent
studies, like shock intensity, shock exposure duration and the order of behavioral
tests. We have selected the contextual fear conditioning for the subsequent phases
because, besides representing a single and intensive event, this protocol also
revealed a robust behavioral sensitization effect upon presentation of an unknown
and potentially aversive acoustic stimulus. In the case of tone fear conditioning,
the same tone used as mildly aversive acoustic stimulus is the conditioned
stimulus during the traumatic event, hindering sensitization assessment.
Moreover, using a single shock with contextual conditioning allowed the
employment of the immediate shock paradigm, an essential approach to explore
peritraumatic aspects, herein investigated. We found that rats submitted to the
immediate shock paradigm, which are not allowed to explore the traumatic
environment before shock delivery, do not show the same emotional sequel as do
rats that explored the context prior to trauma. Our hypothesis to explain this
phenomenon is that there was an important influence of perception of
inescapability of the trauma on the magnitude of long-term emotional emotional
consequences found in this model. Finally, we investigate if the myriad of
emotional consequences would also be influenced by pre-existing factors. We
speculated whether the interruption of the mother-infant relationship by 24 hours
in moments that are crucial for the development of the HPA axis, which is known
to elicit long-lasting neuroendocrine and behavioral changes in adulthood, could
alter the magnitude of the reactions observed in the model herein employed.
Nevertheless, this hypothesis was not confirmed, because maternal deprivation did
not modify the long-term emotional responses previously seen throughout the
study. / FAPESP: 2008/10148-7 / BV UNIFESP: Teses e dissertações

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.unifesp.br:11600/22670
Date January 2013
CreatorsGirardi, Carlos Eduardo Neves [UNIFESP]
ContributorsUniversidade Federal de São Paulo (UNIFESP), Suchecki, Deborah [UNIFESP]
PublisherUniversidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Format186 p.
Sourcereponame:Repositório Institucional da UNIFESP, instname:Universidade Federal de São Paulo, instacron:UNIFESP
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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