Orientador: Flavio Cesar de Sa / Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciências Médicas / Made available in DSpace on 2018-08-06T20:56:49Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2006 / Resumo: A Saúde como direito é uma prerrogativa da Constituição vigente no Brasil, que nasceu intrinsecamente ligada à idéia de que os homens têm direitos inalienáveis decorrentes de sua condição humana. No entanto, milhares de cidadãos brasileiros fazem uma leitura reducionista, entendendo-a como restrita ao acesso à consulta médica, realizada de forma imediata nos diversos Serviços de Saúde. Um dos fatos paradigmáticos desta cultura instituída é a tradicional superlotação dos Pronto-Socorros com pacientes portadores de casos de baixa complexidade clínica, passíveis de resolução em outros serviços de menor complexidade, que será tomada como objeto deste estudo. O ponto de partida foi o questionamento sobre quais fatores seriam condicionantes e moduladores desta configuração de demanda, optando por uma abordagem do problema numa perspectiva simbólica, tendo o estudo por objetivo compreender os significados que os usuários atribuem às suas necessidades de procura por algum cuidado em caráter de urgência. O caminho percorrido para chegar aos resultados foi o Método Qualitativo utilizando-me dos conceitos de urgência e emergência, articulados ao Modelo Teórico das Representações Sociais. Foi realizada uma investigação em um Pronto-Socorro Hospitalar em quatro Unidades Básicas de Saúde do município de Campinas, utilizando-se como instrumento entrevistas semi-estruturadas com usuários e profissionais de saúde. O material foi analisado através da Análise temática, evidenciando que o usuário constrói representações sociais sobre o urgente, que são histórica e culturalmente construídas, e muitas vezes conflitantes com o Paradigma Biomédico, tornando-se estas diferenças, elementos significativos na configuração da demanda e na dinâmica de funcionamento de serviços de saúde. Os resultados evidenciaram que, dos 38 (trinta e oito) pacientes entrevistados, doze (31,5%) referiram algum nível de gravidade em seus problemas, e os critérios utilizados para justificar a gravidade sentida foram principalmente as repercussões na autonomia para realização de suas atividades e a intensidade da dor. Entretanto, quando abordados em relação ao conceito de urgência e emergência, trinta e cinco pacientes os entendiam como sinônimos, sem expressarem-se claramente sobre os significados, embora os relacionando fortemente a acidentes de trânsito, ocorrências em vias públicas, traumas em geral na maior parte dos relatos, e muito pouco à intercorrências clínicas, evidenciando um distanciamento dos critérios utilizados pelos profissionais para definição de graus diferenciados de urgência para os problemas clínicos apresentados pelos pacientes. As questões levantadas a partir dos resultados apontam para a necessidade de rever a dimensão em que os interesses, necessidades, valores, atitudes e crenças da população estão sendo considerados como elementos norteadores de ações de planejamento na área da Saúde. Ressalta-se ainda a importância do desenvolvimento de mecanismos de gestão que incorporem a subjetividade das relações entre as expressões individuais e coletivas do saber leigo e os saberes estruturados da clínica e epidemiologia, articuladas a um amplo desenvolvimento de ações de educação em saúde, além de uma legitimação e integração qualificada da demanda espontânea ao conjunto de ações nas Unidades Básicas de Saúde, para que se viabilizem como efetiva porta de entrada, garantindo acesso às diferentes necessidades apresentadas pela população / Abstract: Health as a right is a prerogative of the actual Constitution in Brazil, which was born intrinsically linked on to the idea that men have inalienable rights recurring of the human being condition. However, thousands of Brazilian citizens make a reduced reading, understanding it as restricted to the access to the medical consultation, carried through in an immediate form in the several services of health. One of the paradigmatic facts of this instituted culture is the traditional super capacity of the Emergency Department with patients carrying cases of low clinical complexity, passable of resolution in other services of smaller complexity, which will be taken as object of this study. The starting point was the questioning on which factors would be conditioners and modulators of this configuration of demand, opting to a boarding of the problem in a symbolic perspective, having for objective of the study to understand the meanings that the users attribute to their necessities of search for some care in a state of urgency. The covered way to arrive at the results was the Qualitative Method using the urgency concepts and emergency, articulated to the theoretical Model of the Social Representations. An inquiry was carried through in an Emergency Department Hospital and four Basic Units of Health in the city of Campinas, using as instruments interviews half-structuralized with users and professionals of health. The material was analyzed through the Thematic Analysis, evidencing that the user constructs social representations on the urgent, which are historical and culturally constructed, and many times conflicting with the Biomedical Paradigm, becoming these differences, significant elements in the configuration of the demand and in the dynamics of functioning of the health services. The results evidenced that, of the 38 (thirty eight) patients interviewed, twelve (31,5%) related some level of gravity to their problems, and the used criteria to justify the sensible gravity was mainly the repercussions in the autonomy for the accomplishment of their activities and the intensity of pain. However, when asked about the relation of the concepts of urgency and emergency, thirty five patients understood them as synonymous, without expressing themselves clearly on the meanings, even though relating them strongly to the traffic accidents, occurrences in public ways, traumas in general in the biggest part of the stories, and very little to the clinical intercurrences, evidencing a gap on the criteria used by the professionals as a definition of different degrees of urgency for the clinical problems presented by the patients. The questions that were raised from the results point to the necessity to review the dimension where the interests, necessities, values, attitudes and beliefs of the population are being considered as guiding elements of action in planning in the Health area. It should be still highlighted the importance of the development of management mechanisms that incorporate the subjectivity of the relations between the individual and collective expressions of the common knowledge and the structuralized knowledge of the clinic and the epidemiology, articulated to an ample development of actions in the health education, besides a legitimization and a qualified integration of the spontaneous demand to the set of actions in the Basic Units of Health, so that they are made possible as an effective opening door, guaranteeing access to the different necessities presented by the population / Mestrado / Saude Coletiva / Mestre em Saude Coletiva
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.unicamp.br:REPOSIP/309366 |
Date | 23 February 2006 |
Creators | Assis, Arine Campos de Oliveira |
Contributors | UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS, Sá, Flavio César de, 1957-, Madureira, Paulo Roberto, Santos, Jose Sebastião dos |
Publisher | [s.n.], Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Ciências Médicas, Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Format | 207 p. : il., application/pdf |
Source | reponame:Repositório Institucional da Unicamp, instname:Universidade Estadual de Campinas, instacron:UNICAMP |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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