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DISSERTACAO - MILCA.pdf: 2159401 bytes, checksum: 485f9300b65003ded4e5e14e90a81672 (MD5) / A violência conjugal apresenta-se de forma intergeracional, independente de classe social, raça e etnia, idade e orientação sexual, estando sua raiz sustentada na desigualdade de gênero que confere ao homem o direito de dominação da mulher. As políticas de atendimento a mulher tentam interferir nesta problemática, a partir da construção de serviços que que busque atender as diversas demandas baseadas na integralidade da atenção, propondo uma interdependência e articulação entre os serviços. Trata-se de um estudo exploratório, descritivo e com abordagem qualitativa, tendo como objeto de estudo a vivência e o processo de enfrentamento da violência conjugal e o objetivo de analisar o discurso de mulheres sobre a vivência e o processo de enfrentamento da violência conjugal. Esta pesquisa foi realizada no Centro de Referência Loreta Valadares, localizado no município de Salvador-BA, tendo como participantes 15 mulheres em situação de violência atendidas no equipamento. A coleta de dados foi realizada mediante entrevista, com instrumento estruturado e utilização de um gravador. As informações referentes aos dados sócio-demográficos foram processadas no programa Excel e aos dados das entrevistas tiveram a organização ancorada no Discurso do Sujeito Coletivo (DSC), sendo a análise fundamentada em estudos de gênero e políticas públicas de violência. As participantes do estudo tinham, predominantemente, a faixa etária entre 31 a 50 anos, negras, católicas e evangélicas, com ensino médio completo, parcialmente dependente, renda de até um salário mínimo, não residindo mais com o ex-companheiro, com filhos e uma vivência média de violência de 17 anos. Estas já vivenciavam um contexto familiar norteado por ações desrespeitosas, discriminação, anulação, vulnerabilidade, violência e abandono, ocorrência que a direcionaram também para a redução do círculo de apoio durante a vivência de violência conjugal, bem como para inserção no contexto do caráter intergeracional da cultura da violência. Quanto ao cenário conjugal, estas mulheres vivenciavam uma rotina de privações e violência que traziam impactos em sua saúde física e mental, entretanto, continuavam a vivenciar estas rotinas pela própria construção social que naturaliza as desiguais relações de poder e a vivência da violência conjugal. Diante de um suporte familiar quase inexistente, estas mulheres buscam no suporte social o apoio para romper com a vivência de violência, entretanto acabam por esbarrar em serviços, entre eles os de referência para esta atenção, que não conseguem alcançar os objetivos propostos, as vulnerabilizando ainda mais, negligenciando sua atuação e importância. Em contraponto aos outros serviços da rede, as mulheres reconhecem no Centro de Referência, um espaço adequado para a assistência e o equipamento responsável por seu empoderamento e saída da relação de violência conjugal. Dessa forma, se percebe a necessidade da reavaliação da assistência viabilizada a esta demanda, principalmente diante de serviços de referência que não conseguem alcançar seus objetivos.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:192.168.11:11:ri/14476 |
Date | 23 August 2013 |
Creators | Carvalho, Milca Ramaiane da Silva |
Contributors | Maria, Normélia Freire Diniz |
Publisher | Escola de Enfermagem, Enfermagem, UFBA, brasil |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Source | reponame:Repositório Institucional da UFBA, instname:Universidade Federal da Bahia, instacron:UFBA |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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