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Mulheres da paz : histórias de vida, interseccionalidades e processos de subjetivação

Esta dissertação tem como objetivo discutir de que forma a interseccionalidade dos marcadores sociais de gênero, raça, classe e geração/idade atravessam a relação das mulheres com o Projeto Mulheres da Paz, transcorrendo pelos percursos que as levaram até este projeto social, como definem e entendem o sentido de “ser uma mulher da paz” e a relação deste projeto nos processos de subjetivação. Por meio dos relatos das trajetórias de vida de 10 mulheres da paz, a interseccionalidade destes marcadores sociais e seus atravessamentos na relação das participantes da pesquisa com o Projeto Mulheres da Paz foi descrita e analisada. Conceitos do campo das relações de gênero e sua articulação às questões interseccionais foram fios condutores deste estudo. A partir desta pesquisa foi possível elencar e compreender a magnitude das marcas concebidas pela interseccionalidade do gênero, da classe, da raça e da geração/idade na história de vida dessas mulheres, incidindo na maneira com que produzem sentido à suas participações neste projeto social. Além disso, por intermédio desse engajamento no programa, relevantes elementos imbricaram transformações nos processos de subjetivação, tais como o fortalecimento das relações comunitárias e o empoderamento Fatores que possibilitaram às entrevistadas mudanças nas suas relações familiares, aprendizados sobre relações de gênero e acesso aos direitos e a participação nos espaços públicos de maneira a serem reconhecidas e valorizadas. Outra questão apontada com veemência foi o desafio posto às práticas de trabalho/pesquisa que se pautam no olhar interseccional, em que a operacionalidade deste conceito nos interroga diante de sua complexidade, ao mesmo tempo em que nos convoca a uma perspectiva afinada e valiosa de análise das relações sociais de poder. Por fim, foi percebido que o campo das políticas públicas para as mulheres (e não só) precisa estreitar laços com a discussão teórica e prática das interseccionalidades, como forma de romper com riscos que reproduzam violação de direitos, apostando em estratégias que acionem mudanças nos jogos de poder vigentes na nossa sociedade. / This paper aims to discuss how the intersectionality of social markers, such as gender, race, class and generation/age go through the relationship of women in the Projeto Mulheres da Paz - Women of Peace Project, in free translation - moving along the paths that led them to this social project, how do they define and understand the meaning of "being a woman of peace" and the relation of this social project in subjective processes. Through the narrative of life trajectories given by 10 women of peace, the intersectionality of these social markers and their crossings in relation to the study participants in the Women of Peace Project had been described and analyzed. Concepts from the field of gender relations and their articulation to intersectional issues were conductive wires for this study. From this research, it was possible to list and understand the magnitude of the marks designed by gender intersectionality, class, race and generation/age in the history of life of these women, focusing on the way they produce meaning in their participations in this social project Moreover, through the engagement in the program, other relevant elements intertwined transformations in subjectivity processes, such as the strengthening in community relations and empowerment; factors that had enabled changes in the interviewees‟ family relationships, learnings about gender relations and access to rights and participation in public spaces, in order to be recognized and valued. Another issue strongly pointed was the challenge put to the working practices/research which were based on intersectional look, in which the operationalization of the concept questions us on its complexity, at the same time that calls us to a more finely tuned and valuable perspective analysis of the social relations of power. Finally, it was realized that the field of public policies for women (and not only) have closer ties with the theoretical discussion and practice of intersectionality as a way to break away from risks that reproduce violation. Betting strategies that trigger changes in the power games existing in our society.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:www.lume.ufrgs.br:10183/157434
Date January 2016
CreatorsD'Ávila, Michele Nunes
ContributorsNardi, Henrique Caetano, Machado, Paula Sandrine
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS, instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul, instacron:UFRGS
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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