Na pesquisa brasileira em educação científica, há uma lacuna no que diz respeito ao interesse e à participação das mulheres na ciência. Recentemente, a pesquisa internacional tem apontado que diferenças no processo de socialização podem produzir nos homens e nas mulheres diferentes maneiras de conhecer o mundo. O presente trabalho busca investigar algumas diferenças e semelhanças entre estudantes de graduação em Física com respeito ao gênero. A fundamentação teórico-metodológica desta pesquisa está na teoria da mediação de Vigotski e na filosofia da linguagem do círculo de Bakhtin. A pesquisa contou com a participação de 22 estudantes de graduação em Física. Foi proposto a esses estudantes que debatessem sobre um tema da Física tão bem como suas visões de ciência. O uso que os estudantes fizeram da linguagem científica permitiu responder às seguintes questões: (1) Existe algum indício de que, quando discutem um tema de Física, homens e mulheres estão propensos a pensar de maneira diferente? (2) Existe alguma diferença entre homens e mulheres quanto às visões de ciência que carregam? (3) Existe alguma tendência entre os homens de dominar a situação do debate? Os resultados de pesquisa, ao mesmo tempo em que denunciam a dominação masculina, ilustram como as mulheres podem resistir a essa dominação. Enfim, a partir dessa pesquisa é possível defender a inclusão das mulheres na ciência não somente como uma questão de justiça social, mas como a saída mais vantajosa para a própria ciência, que poderá ganhar novas epistemologias e estilos de linguagem baseados nas maneiras tipicamente femininas de conhecer. / There is a particular gap between Brazilian and international research in science education concerning women’s attitudes toward and participation in the fields of science. Recently, international research has asserted that gender differences in socialization may produce different ways of understanding the world amid men and women. This study aims to investigate some differences and similarities between Physics’ undergraduate students concerning gender. The theoretical framework that supports this inquiry is Vigotski’s theory of mediation and Bakhtin’s linguistic philosophy. This research was made on 22 Physics’ undergraduate students. It was suggested that these students had a debate on some topic in Physics as well as their views of science. Students’ use of scientific language let us respond the following questions: (1) Is there any sign that, while discussing physics, men and women are more likely to think in different ways? (2) Is there any difference between men and women concerning the views of science they support? (3) Are men more likely then women to dominate the debate? As well as stressing male domination, research results illustrate how women may resist to this domination. At last, from this research, it is possible to argue that an increase in women’s participation in the fields of science and science education may result in new epistemologies and styles of language based on women’s ways of knowing.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:lume.ufrgs.br:10183/15650 |
Date | January 2009 |
Creators | Lima Júnior, Paulo |
Contributors | Ostermann, Fernanda, Santos, Flavia Rezende Valle dos |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Format | application/pdf |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS, instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul, instacron:UFRGS |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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