[pt] Gustavo Dahl (1938-2011), conhecido principalmente pelo seu trabalho de
gestor nas duas principais instituições de cinema no Brasil: a Embrafilme (1975-
1979) e a Ancine (2002-2006), começou sua carreira como crítico de jornal e
depois cineasta. Este trabalho debruça-se sobre os anos iniciais dessa trajetória
quando o então jovem estudante, convidado por Paulo Emílio Sales Gomes,
publica o primeiro artigo para o Suplemento Literário do jornal O Estado de S.
Paulo (1958 -1961) e estende-se pelo período de estudos de cinema na Europa
(1960-1964). Como método, privilegia-se a análise dos artigos e as
correspondências do período europeu, quando Dahl teve por interlocutores: Paulo
Emílio, Glauber Rocha, Paulo César Saraceni e Joaquim Pedro de Andrade. Na
análise dos artigos observou-se o processo de aproximação do jovem crítico
paulista com os jovens bossa novíssimos, nome que Glauber Rocha utilizou para
nomear o grupo de diretores cujos primeiros filmes deram origem ao movimento.
Na análise das cartas foi possível um entendimento mais alargado das relações
entre Dahl e os jovens diretores de modo a ressaltar as diversas fases desse
processo de aproximação, da desconfiança inicial para a profunda cumplicidade
na defesa do novo cinema brasileiro. Por esta intersecção, foi possível apreender a
atuação estratégica de Dahl na origem do Cinema Novo. Em jogo, o desejo de
modernização do cinema brasileiro e sua inserção nas vanguardas artísticas da
década de 1960, em consonância com os jovens cinemas do período: a nouvelle
vague francesa, o cinema independente americano e o cinema revolucionário
cubano. / [en] Gustavo Dahl (1938-2011), known mainly for his managerial work at the
two major Brazilian film institutions: Embrafilme (1975-1979) and Ancine (2002-
2006), began his career as a film critic in newspapers and then became a
filmmaker. This work focuses on the early years of this trajectory when the then
young student, invited by Paulo Emílio Sales Gomes, publishes the first article for
the Literary Supplement of the newspaper O Estado de S. Paulo (1958 -1961) and
extends for the period of film studies in Europe (1960-1964). As a method, the
analysis of articles and correspondence of the European period is favored, when
Dahl had as interlocutors Paulo Emílio, Glauber Rocha, Paulo César Saraceni and
Joaquim Pedro de Andrade. In the analysis of the articles, we observed the process
of approaching the young São Paulo critic with the Young bossa novissimos, as
Glauber Rocha used to name the group of directors whose first films gave rise to
the movement. In the analysis of the letters it was possible to have a broader
understanding of the relationship among Dahl and the young directors in order to
emphasize the different phases of this process of approximation, from initial
mistrust to deep complicity in the defense of the new Brazilian cinema. Through
this intersection, it was possible to apprehend Dahl s strategic performance at the
origin of Cinema Novo. At stake was the desire for the modernization of Brazilian
cinema and its insertion in the artistic avant-garde of the 1960s, in consonance
with the young cinemas of the period: the French nouvelle vague, the American
independent cinema and the Cuban revolutionary cinema.
Identifer | oai:union.ndltd.org:puc-rio.br/oai:MAXWELL.puc-rio.br:52106 |
Date | 08 April 2021 |
Contributors | SERGIO BRUNO GUIMARAES MARTINS, SERGIO BRUNO GUIMARAES MARTINS |
Publisher | MAXWELL |
Source Sets | PUC Rio |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | TEXTO |
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