Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Psicologia, Programa de Pós-graduação em Psicologia Clínica e Cultura, 2018. / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). / São grandes e promissores os avanços no tratamento em saúde mental, visando à humanização do acolhimento e tratamento do sofrimento psíquico. No Brasil e no mundo, os profissionais da saúde que se dedicam a essa intervenção se vêem impelidos a inserirem o respeito e o amor pelo humano em sua prática profissional cotidiana. No entanto, ainda que direcionassem esforços nessa direção, a de acompanhamento do sofrimento humano, historicamente subjazia a imprecisão sobre qual seria, de fato, a ‘doença’ que estava sendo tratada a partir do diagnóstico de ‘psicose’. Milhares de pessoas com sofrimentos psíquicos diversos, além do estigma, foram internadas ou excluídas, quando não submetidas a tratamentos desumanizantes e alienantes. A fim de tentar minimizar o impacto dos “pré-conceitos” instaurados pela psiquiatria clássica, o termo a ser utilizado neste estudo, ‘sofrimento psíquico grave’, é um constructo que nos dará liberdade para discutir crises intensas de cunho ‘normal’ ou ‘psicótico’, tratando daquilo que é inerente ao humano: a crise. Tradicionalmente, a Gestalt-terapia está associada à prática terapêutica alicerçada na ética do cuidado, que inclui a entrega sem reservas do terapeuta na relação com o paciente. Tendo se inspirado originalmente nas filosofias do Humanismo, Existencialismo, Existencialismo Dialógico e na Fenomenologia, essa prática clínica tomou corpo com os estudos realizados pela Psicologia da Gestalt, Teoria de Campo, Teoria Organísmica e Holismo. Desde a origem até os tempos atuais, a Gestalt-terapia tem se mostrado dinâmica e ativa na compreensão e no atendimento do humano em seus diversos ângulos mostrando-se, assim, capaz de realizar em si ajustamentos criativos saudáveis e expansivos na direção evolutiva ascendente. Ainda que a prática clínica pautada na Gestalt-terapia esteja difundida amplamente, necessitamos de maior produção acadêmica e teórica que assegure contribuições à comunidade científica, sendo possível maior acesso ao conhecimento da parte de gestalt-terapeutas e pacientes. Eis a pertinência de um estudo que traz em seu bojo os constructos teóricos e práticos da Gestalt-terapia – como imaginada por seus primeiros autores e desenvolvida por seus precursores – associada ao acolhimento e cuidado requeridos quando ocorre a manifestação do fenômeno do sofrimento psíquico grave. Compreendendo também como a Gestalt-terapia elabora o fenômeno da psicose em seu contexto teórico e prático. Assim, este trabalho teórico-clínico – predominantemente teórico – tem como objetivo a aproximação dos conceitos de acolhimento e cuidado com o sofrimento psíquico grave, ao analisar os sintomas de maneira crítica tanto quanto possível, potencializando o estudo do percurso e progressos desta área do conhecimento, além de ilustrar com vinhetas de casos clínicos, intervenções e atuações terapêuticas realizadas dentro do contexto de pesquisa do Grupo de Intervenção Precoce nas Primeiras Crises do tipo psicótica (GIPSI). / The advances in the treatment in mental health are great and promising, aiming at the humanization of the reception and treatment of the psychic suffering. In Brazil and in the world, health professionals who dedicate themselves to this intervention are forced to insert respect and love for the human in their daily professional practice. However, even though they directed efforts in this direction, that of accompanying human suffering, historically underlay the imprecision about what would, in fact, be the 'disease' that was being treated from the diagnosis of 'psychosis'. Thousands of people with various psychic sufferings, in addition to stigma, were hospitalized or excluded, if not subjected to dehumanizing and alienating treatments. In order to try to minimize the impact of the "preconceptions" introduced by classical psychiatry, the term to be used in this study, "severe psychic distress", is a construct that will give us the freedom to discuss intense crises of "normal" or " psychotic ', dealing with what is inherent in the human: the crisis. Traditionally, Gestalt therapy is associated with therapeutic practice grounded in the ethics of care, which includes unreserved delivery of the therapist in relation to the patient. Having been originally inspired by the philosophies of Humanism, Existentialism, Dialogical Existentialism and Phenomenology, this clinical practice has taken shape with studies carried out by Gestalt Psychology, Field Theory, Organismic Theory and Holism. From the origin to the present, Gestalt therapy has shown itself to be dynamic and active in the understanding and care of the human from its various angles, thus showing itself capable of realizing healthy and expansive creative adjustments in the ascending evolutionary direction. Although the clinical practice based on Gestalt therapy is widespread, we need greater academic and theoretical production that assures contributions to the scientific community, allowing greater access to knowledge on the part of gestalt therapists and patients. This is the pertinence of a study that brings to the fore the theoretical and practical constructs of Gestalt therapy - as imagined by its early authors and developed by its precursors - associated with the reception and care required when the manifestation of the phenomenon of severe psychic suffering occurs. Understanding also how Gestalt-therapy elaborates the phenomenon of psychosis in its theoretical and practical context. Thus, this theoretical-clinical work - predominantly theoretical - has the objective of approaching the concepts of acceptance and care with severe psychic suffering, analyzing the symptoms in a critical way as much as possible, potentializing the study of the course and progress of this area of knowledge , besides illustrating with vignettes of clinical cases, interventions and therapeutic actions performed within the context of research of the Early Intervention Group in the First Crises of Psychotic Type (GIPSI).
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.unb.br:10482/34128 |
Date | 03 August 2018 |
Creators | Ramos, Thaís Carneiro Costa |
Contributors | Costa, Ileno Izídio da |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Source | reponame:Repositório Institucional da UnB, instname:Universidade de Brasília, instacron:UNB |
Rights | A concessão da licença deste item refere-se ao termo de autorização impresso assinado pelo autor com as seguintes condições: Na qualidade de titular dos direitos de autor da publicação, autorizo a Universidade de Brasília e o IBICT a disponibilizar por meio dos sites www.bce.unb.br, www.ibict.br, http://hercules.vtls.com/cgi-bin/ndltd/chameleon?lng=pt&skin=ndltd sem ressarcimento dos direitos autorais, de acordo com a Lei nº 9610/98, o texto integral da obra disponibilizada, conforme permissões assinaladas, para fins de leitura, impressão e/ou download, a título de divulgação da produção científica brasileira, a partir desta data., info:eu-repo/semantics/openAccess |
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