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Abuso sexual na infância de mulheres brasileiras / Sexual abuse in childhood of brazilian women

INTRODUÇÃO: O Abuso sexual na infância (ASI) tem sido associado a outras formas de violência, bem como a vários desfechos de saúde. Dados acerca do ASI, mesmo subestimados, são elevados, e apontam para estreita relação com questões de gênero. Escassos são os estudos que tratam da prevalência do ASI e ainda mais raros são aqueles sobre fatores associados a esta violência. OBJETIVOS: Estimar a prevalência de ASI entre mulheres brasileiras de áreas rurais e urbanas e analisar fatores associados. MÉTODO: São analisados dados brasileiros oriundos do estudo transversal, multicêntrico em 11 países, coordenado pela Organização Mundial de Saúde. A amostra probabilística brasileira foi representativa e composta por 2.645 mulheres de 15 a 49 anos, residentes no município de São Paulo (SP) e na Zona da Mata de Pernambuco (ZMP) entre 2000 e 2001. Foi realizada análise de regressão logística não condicional para variáveis socioeconômicas, familiares, relacionadas a questões de gênero e à experiência do ASI. Foram estimados os odds ratios (OR) e os respectivos intervalos de confiança (IC95 por cento ). Foram propostos dois modelos estatísticos: um com variáveis temporalmente anteriores ou próximas ao ASI para a amostra total e outro sem restrição de temporalidade para SP e para a ZMP. RESULTADOS: A prevalência em SP foi de 7,67 por cento e de 4,68 por cento na ZMP. A violência ocorreu sobretudo entre 12 e 15 anos. O principal agressor foi familiar do sexo masculino de 30 a 39 anos. O abuso ocorreu em múltiplas ocasiões em aproximadamente um terço dos casos. Proporção significativa de mulheres teve sua iniciação sexual forçada, inclusive antes dos 15 anos. No primeiro modelo, variáveis associadas foram: mãe ter sido agredida por companheiro, os pais não morarem juntos ou não saber da violência. No segundo modelo, para SP, foram: abuso sexual após os 15 anos, primeira relação sexual antes dessa idade, uso de medicamentos para dor, tristeza ou sono nas últimas quatro semanas, sofrer violência exclusivamente física por parceiro íntimo e marido/companheiro ter sofrido violência física por familiar na infância. Por outro lado, para ZMP, foram: abuso sexual após os 15 anos, primeira relação sexual antes dessa idade, uso diário de álcool, sofrer violência física, psicológica e sexual combinadas ou violência exclusivamente sexual perpetrada por parceiro íntimo e mãe sofrer violência por parceiro íntimo, a mulher não se lembrar dessa violência ou os pais não morarem juntos. CONCLUSÕES: O primeiro modelo aqui testado, que buscou explorar mais as causas do ASI, indica que o ASI é determinado pela violência contra a mãe da criança. Concluímos que a violência de gênero atinge mulheres adultas e suas filhas. No segundo modelo, voltado a identificar marcadores de risco de ASI retrospectivo, concluo que há muitas variáveis que podem servir para identificar as mulheres que tenham experienciado o ASI, a quem se pode oferecer cuidado psicossocial. Reduzir a prevalência de ASI, elevada em áreas urbanas e rurais brasileiras, requer a interrupção das violências sofridas pela mulher, principalmente por parceiro íntimo em áreas urbanas brasileiras / BACKGROUND: Child sexual abuse (CSA) has been associated with other forms of violence, as well as various health outcomes. Data on the CSA, even underestimated, are high, and point to close relationship with gender issues. Scarce are the studies dealing with the prevalence of ASI and even rarer are those on factors associated with this violence. OBJECTIVES: To estimate the prevalence of CSA among Brazilian women from rural and urban areas and to analyze factors associated. METHODS: We analyzed data from the Brazilian cross-sectional study, a multicenter in 11 countries, coordinated by the World Health Organization The Brazilian probability sample was representative and composed of 2,645 women aged 15 to 49 years living in São Paulo (SP) and in the Zona da Mata of Pernambuco (ZMP) between 2000 and 2001. Analysis was performed conditional logistic regression for socioeconomic variables, familyrelated issues of gender and experience of the ASI. We estimated odds ratios (OR) and confidence intervals (95 per cent ). We proposed two statistical models: one with variables temporally previous or next to the CSA for the total sample and one without restriction of temporality to SP and the ZMP. RESULTS: The prevalence of SP was 7.67 per cent and 4.68 per cent in the ZMP. The violence occurred most often between 12 and 15 years. The main perpetrator was male relative 30 to 39 years. The abuse occurred on multiple occasions in approximately one third of cases. Proportion of women had forced sexual initiation, even before age 15. In the first model, associated variables were: mother had been assaulted by fellow parents not living together or not knowing the violence. In the second model for SP were: sexual abuse after 15 years, first sexual relations before this age, use of medications for pain, sadness, or sleep in the last four weeks, only to suffer physical violence by an intimate partner and husband/partner have suffered physical violence by family members in childhood. On the other hand, for ZMP were: sexual abuse after 15 years, first sexual relations before this age, daily alcohol use, suffer physical, psychological and sexual abuse combined or exclusively sexual violence perpetrated by an intimate partner and mother suffering partner violence intimate, the woman does not remember this violence or parents not living together. CONCLUSIONS: The first model tested here, which sought to further explore the causes of the CSA, indicates that the CSA is determined by the violence against the child\'s mother. We conclude that gender violence affects women and their adult daughters. In the second model, aimed to identify risk markers for CSA retrospective, I conclude that there are many variables that can serve to identify women who have experienced the CSA, who can provide psychosocial care. Reducing the prevalence of CSA, high in urban and rural areas in Brazil, requires a halt to the violence suffered by women, particularly intimate partner in Brazilian urban areas

Identiferoai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-24042012-134445
Date16 September 2011
CreatorsCastro, Gabriela Brito de
ContributorsFrança Junior, Ivan
PublisherBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Source SetsUniversidade de São Paulo
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
TypeDissertação de Mestrado
Formatapplication/pdf
RightsLiberar o conteúdo para acesso público.

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