Introdução: A prática de atividade física tem sido crescentemente indicada como tratamento não medicamentoso para a hipertensão arterial sistêmica (HAS), doença de alta prevalência e um dos principais fatores de risco para as maiores causas de mortalidade mundiais atualmente, as doenças do sistema cardiovascular. O crescente uso de medicamentos na população idosa deve motivar a busca por formas alternativas de tratamento dos elevados valores pressóricos na população, objetivando um envelhecimento com menos agravos e maior qualidade de vida. Objetivo: Avaliar a relação entre a prática de atividade física e o uso de medicamentos anti-hipertensivos em população de 65 anos ou mais no Município de São Paulo. Metodologia: Este trabalho decorre da pesquisa de Saúde, Bem Estar e Envelhecimento, SABE. O estudo em questão utilizou um corte transversal para os dados de 2010, coletados por entrevista domiciliar. Investigou-se o uso de medicamentos anti-hipertensivos e a prática de atividade física por meio do IPAQ versão curta. A análise de dados utilizou modelos multivariados de regressão de Poisson. Resultados: A amostra total do estudo foi de 978 indivíduos com idade de 65 anos ou mais. Observou-se nessa população prevalência de autorrelato de HAS em 71,2 por cento dos idosos, sendo que 69,4 por cento fazem uso de medicamentos anti-hipertensivos. A população apresentou baixa prática de atividade física, 62,9 por cento dos idosos foram considerados insuficientemente ativos. O uso de anti-hipertensivos teve associação com maior faixa etária, viver sem companheiro atualmente, relato de cor de pele preta e histórico de tabagismo no passado. Não foi encontrada associação significativa entre uso de medicamentos e atividade física na população. Conclusões: Observou-se diferentes associações entre o uso de medicamentos anti-hipertensivos e as características demográficas, socioeconômicas e comportamentais da população, mas não se encontrou relação estatística entre uso de anti-hipertensivo e atividade física. Ressalta-se a importância de novas contribuições na temática do tratamento não medicamentoso relacionado ao controle da hipertensão arterial na população idosa. As reflexões sobre os desdobramentos do tema, como as consequências do uso de fármacos em grande quantidade na saúde do idoso e a baixa prática de atividade física na população, servem como fomento para a discussão sobre as formas de tratamento não medicamentoso, controle de doenças crônicas de alta prevalência, além de contribuir na discussão a respeito de programas de manutenção, tratamento e promoção de saúde / Introduction: Physical activity has been progressively indicated as a non-pharmacological treatment to high blood pressure (HBP), a highly prevalent condition, and one of the main risk factors for cardiovascular diseases, the major causes of death worldwide. The growing use of medicines by the elderly population should motivate the search for alternative ways of dealing with high blood pressure, aiming a healthful aging and improved life quality. Objective: To assess the relation between physical activity and the use of antihypertensive drugs among individuals aged 65 years or older in São Paulo. Methods: We assessed the database of the SABE (Health, Wellbeing and Aging) study. We used cross-sectional information gathered by household survey in 2010. We investigated the use of antihypertensive medicines and physical activity by the short version of IPAQ. Data analysis used multivariate Poisson regression models. Results: The study sample comprised 978 individuals aged 65 or older. 71.2 per cent of the elderly reported hypertension; 69.4 per cent of the study sample reported the use of antihypertensive medication. Practice of physical activity was low in this population, 62.9 per cent of the elderly were considered insufficiently active. The use of antihypertensive drugs was associated with older age groups in the study sample, living without a partner, the self-report of having black skin color and previous experience of smoking. The use of antihypertensive medicines was not significantly associated with physical activity in this population. Conclusions: Different associations were observed between the use of antihypertensive medications and demographic, socioeconomic and behavioral characteristics of the population. However, this study observed an absent statistical relation between the use of antihypertensive medicines and physical activity. This study highlights the importance of new contributions on non-pharmacological treatments for high blood pressure among the elderly. These findings, in addition to the observation of a high prevalence of use of antihypertensive medicines by the elderly, should foster the proposition of alternative methods for controlling chronic diseases, and should be considered in the discussion of programs aimed at treatment and health promotion.
Identifer | oai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-25102013-162622 |
Date | 25 September 2013 |
Creators | Massa, Kaio Henrique Corrêa |
Contributors | Antunes, Jose Leopoldo Ferreira |
Publisher | Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
Source Sets | Universidade de São Paulo |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | Dissertação de Mestrado |
Format | application/pdf |
Rights | Liberar o conteúdo para acesso público. |
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