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Mulheres no universo cultural do boxe : as questões de gênero que atravessam a inserção e a permanência de atletas no pugilismo (2003-2016)

A presente pesquisa tem como objetivo analisar as questões de gênero que atravessam a inserção e a permanência de atletas na Federação Rio-Grandense de Pugilismo. O trabalho centra-se na investigação acerca da existência de barreiras legais e simbólicas para a inserção de mulheres no Universo Cultural do Boxe; na análise da forma como as boxeadoras interpretam as transformações corporais e os ferimentos oriundos da prática esportiva; e, por fim, em como questões sociais e econômicas influenciam na permanência das atletas no pugilismo. A metodologia utilizada baseia-se na realização de entrevistas de História Oral com atletas e treinadores de boxe, tendo a preocupação de analisar os sentidos que estes constroem sobre suas experiências no pugilismo e sobre as questões de gênero que perpassam suas trajetórias esportivas. O estudo está fundamentado nos pressupostos teóricos da História Cultural e nos Estudos de Gênero, trabalhando com as representações sociais que as pessoas produzem sobre sua realidade e sobre a forma como socialmente corpos e subjetividades são construídos com base na dicotomia de gênero. O exercício analítico foi realizado considerando os objetivos da pesquisa e os referenciais teóricos, emergindo, assim, dois eixos de investigação: i) o processo histórico de inserção das mulheres no universo das lutas e ii) as representações de corpo e de gênero no meio esportivo. A partir das análises, foi possível verificar o processo recente de inserção de mulheres no boxe quando comparado a outras artes marciais, evidenciando uma maior resistência da sociedade. Também foi possível observar que os corpos das boxeadoras tencionam representações normativas de gênero, trazendo à tona discursos que colocam em xeque a feminilidade e a sexualidade das atletas, o que as leva a controlar seus treinamentos, em especial os de potencialização muscular, de modo a adequar suas corporalidades a padrões estéticos valorizados socialmente. Conclui-se que o gênero, longe de ser uma exigência do sexo biológico, é uma construção sempre inacabada, passível de ser controlada por discursos e por práticas, de modo a não exacerbar as barreiras impostas pela dicotomia de gênero. / The present research has as its purpose to analyse the issues of gender that go through the insertion and permanance of athletes in the Pugilism Federation of Rio Grande do Sul. The study centers itself in the investigation around the the existence of both legal and symbolic barriers for the insertion of women in the Cultural Universe of Boxing; in the analysis of how the boxers interpret the body transformations and the wounds arising from the the practicing of the sport; and at last, in how social and economic issues influence the permanence of these athletes in pugilism. The methodology used is based on the attainment of interviews of Oral History with boxing athelets and coaches, having the concern to analyse the senses in which they build their experiences in pugilism and the gender issues that pervade their sportive paths. The study is grounded in the theoretical assumptions of the Cultural History and the Studies of Gender, working with the social representations that people produce over their reality and how bodies and subjectivities are socially built on the basis of gender dichotomy. The analytical exercise was done considering the purposes of the research and the theoretical referentials, emerging, hence, two pivots of investigation: i) the historical process of the insertion of women in the fighting universe and ii) the representations of body and gender in the sportive field. From the analysis, it was possible to verify the recent process of insertion of women in boxing when compared to other martial arts, evidentiating a greater resistence from society. It was also possible to observe that the boxers' bodies propose normative representations of gender, surfacing speeches that put the athletes femininity and sexuality into question, which drives them to control their trainings, especially the muscular potentiality ones, in order to adjust their bodily ways to socially valued aesthetic patterns. It is concluded that gender, far from being a biological demand of the sex, is always an unfinished construction, liable of being controlled by speeches and by practices, in order not to exacerbate the barriers imposed by the gender dichotomy.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:lume.ufrgs.br:10183/163299
Date January 2017
CreatorsBerté, Isabela Lisboa
ContributorsGoellner, Silvana Vilodre
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS, instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul, instacron:UFRGS
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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