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História evolutiva de Conepatus (Carnivora: Mephitidae): padrões biogeográficos de diversificação, investigação filogenética e revisão taxonômica do gênero

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Previous issue date: 2013 / Conepatus (Mammalia: Carnivora) comprises one of the least known groups of Neotropical mammals. Despite its broad distribution, ranging from southern North America to southernmost South America, few studies have been conducted on this genus. The lack of knowledge regarding the ecology, morphology and distribution of different populations hampers comparative studies, resulting in much of the group’s diversity remaining unknown. The most basic problem, however, seems to be the lack of studies regarding the evolutionary history and phylogenetic relationships among its populations, which are the main grounds for modern taxonomic classifications. A solid taxonomic arrangement is critical, since it is the principle that guides the description of all other aspects of a given population. Finally, understanding the evolutionary history of a taxon is important not only due to taxonomic concerns, but also because it is the cumulative knowledge on the diversification of different groups that allows the description of major biogeographic patterns. Attempting to shed light on several of these aspects, this study investigated phylogenetic patterns, evolutionary history, population structure, morphological variation and general distribution of Conepatus, which altogether led to a taxonomic revision. To accomplish this, molecular analyses were performed, based on 1,902 base pairs of the mitochondrial DNA and eight microsatellite loci. We also conducted two types of morphological surveys. The first one was based on a panel of 29 craniodental measurements, while the second one investigated the differentiation of external body features among previously identified populations. Finally, we performed an extensive search for geographic records in original publications and scientific collection databases. Overall, the results indicated that Conepatus is a highly structured genus, encompassing at least 10 distinct geographic groups. In addition, at least some of these groups presented a noticeable level of morphological differentiation in terms of general body aspects, which reinforces the identified population structure. With respect to distributional aspects, Conepatus seems to inhabit almost exclusively open habitats and dry forests, rarely being found in moist dense forests. Some distributional discontinuities could be identified, which may be directly linked to the complete or partial isolation between groups. The evolution of the genus is complex, and appears to be linked to broad biogeographic patterns. The coalescence of Central and South American groups was estimated in ca. 3. 2 million years ago (MYA), supporting the hypothesis that this genus colonized South America right after the complete closure of the Panama Isthmus, ca. 2. 8 MYA, during the Great American Biotic Interchange. The coalescence of the South American populations, however, is far more recent (ca. 0. 85 MYA), suggesting a complex evolutionary history, possibly linked to the peculiar vegetation dynamics that took place in South America during the cycles of Pleistocene ice ages. Finally, a new taxonomic arrangement is proposed, suggesting that all 10 identified groups could be elevated to the rank of species, due to the observed pattern of differentiation among these lineages. / Conepatus (Mammalia: Carnivora) compreende um dos grupos de mamíferos neotropicais menos conhecidos. Apesar de apresentar uma extensa área de distribuição, indo do sul da América do Norte ao extremo sul da América do Sul, poucos estudos foram conduzidos até o momento sobre o gênero. A falta de conhecimento envolvendo ecologia, morfologia e distribuição das diferentes populações dificulta estudos comparativos, fazendo com que grande parte da diversidade do grupo permaneça desconhecida. O problema mais básico, contudo, parece ser a falta de estudos envolvendo sua história evolutiva e relações filogenéticas, disciplinas balizadoras da taxonomia moderna. Uma classificação taxonômica sólida é primordial para o estudo de qualquer grupo, já que é o princípio que norteia a descrição dos demais aspectos de uma determinada população. Além das contribuições taxonômicas, conhecer a história evolutiva de um táxon é importante também por que é a partir do entendimento cumulativo da estrutura da diversidade de vários grupos que se pode entender grandes padrões históricos. Assim, para contribuir com o conhecimento relativo a essas questões fundamentais, este estudo procurou revisar vários aspectos deste gênero. Entre eles estão padrões filogenéticos, evolutivos, morfológicos, de distribuição e de estrutura populacional, culminando assim em uma revisão taxonômica. Para tanto, foram realizadas análises moleculares baseadas em 1. 902 pares de base pertencentes a três fragmentos do DNA mitocondrial, além de oito locos de microssatélites nucleares. Também foram conduzidos dois tipos de análise morfológica.A primeira baseou-se em um painel de 29 medidas de crânio e dentes para identificar padrões de estrutura populacional, enquanto a segunda procurou por diferenças no padrão corporal geral entre algumas das populações identificadas. Finalmente, realizou-se uma extensa busca por registros de ocorrência geográfica do gênero em publicações originais e bases de dados de coleções científicas. Os resultados obtidos indicam que Conepatus é um gênero bastante estruturado geograficamente, apresentando, no mínimo, 10 grupos distintos. Também é possível afirmar que ao menos alguns dos grupos identificados apresentam um nível perceptível de diferenciação morfológica em termos de aspectos corporais gerais, o que reforça a idéia de estruturação neste grupo. A respeito dos padrões de distribuição, fica claro que o gênero habita quase que exclusivamente áreas de campo e florestas secas, sendo raramente encontrado em florestas densas. Algumas descontinuidades de distribuição podem ser percebidas, podendo estar diretamente ligadas ao isolamento total ou parcial dos grupos. A história evolutiva do gênero é complexa, e parece estar ligada a padrões biogeográficos amplos. A coalescência dos grupos da América do Sul e Central é de cerca de 3,2 milhões de anos atrás (MAA), apoiando a hipótese de que o gênero invadiu o continente sul-americano logo após o fechamento do Istmo do Panamá, há 2. 8 MAA. A coalescência das amostras sul-americanas, contudo, é bem mais recente (cerca de 0. 85 MAA), sugerindo uma evolução complexa, possivelmente ligada à dinâmica vegetacional intrincada da América do Sul ao longo das eras glaciais do Pleistoceno. Finalmente, a revisão taxonômica proposta sugere que os 10 grupos identificados sejam elevados à categoria de espécie, devido ao padrão observado de diferenciação entre estas linhagens.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/urn:repox.ist.utl.pt:RI_PUC_RS:oai:meriva.pucrs.br:10923/5515
Date January 2013
CreatorsRodrigues, Manoel Ludwig da Fontoura
ContributorsEizirik, Eduardo
PublisherPontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da PUC_RS, instname:Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, instacron:PUC_RS
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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