CoordenaÃÃo de AperfeiÃoamento de Pessoal de NÃvel Superior / Esta tese versa sobre o tempo e Nina Rodrigues, aparece como possibilidade de entendermos as muitas camadas temporais que se entrecruzam e se separam na barafunda de experiÃncias sobre o presente, passado e futuro. NÃo se trata de realizar uma reflexÃo sobre o pretÃrito ou os contextos, mas de um esforÃo que busca entender como o tempo foi mobilizado de diversas maneiras, primeiro, nas construÃÃes de um mÃdico-cientista obcecado pelo futuro no embate com a duraÃÃo lenta atribuÃda ao Outro, para o qual o presente aparece como lugar da aÃÃo, possibilidade de uma missÃo associada à razÃo. Esta experiÃncia foi associada pelos seus leitores ao pessimismo, uma categoria temporal que nos remete ao desencantamento produzido pela certeza de que o vir-Ã-ser estaria marcado pela decadÃncia motivada pela mestiÃagem. O desencantamento nos aparece como um lado desta experiÃncia com o tempo, encantada com as possibilidades advindas da racionalidade, da ciÃncia e seus objetos, dos seus ritmos e rituais, dos prognÃsticos que a racionalidade poderia produzir. E assim, Nina Rodrigues lanÃa-se a promover a ideia de sua prÃpria originalidade, tal como lobo solitÃrio a produzir conhecimento cientÃfico em um ambiente classificado, por ele, como refratÃrio Ãs verdades produzidas pela ciÃncia. A construÃÃo desta ideia o colocava em aÃÃo no presente. Optamos, portanto, pela metÃfora do nÃufrago do tempo para pensarmos a mediaÃÃo entre o desencantamento e a esperanÃa. Entendemos, pois, que ao lanÃar-se para o futuro, a degenerescÃncia e sua esfinge estavam no horizonte ao lado das promessas da ciÃncia moderna. Em segundo lugar objetivamos analisar como as leituras sobre Nina Rodrigues o localizaram em um tempo do legado e da distÃncia a partir de atividades editoriais e comemorativas que exumaram seu corpo escrito muitas vezes, a elaborar memÃrias acerca da produÃÃo do conhecimento antropolÃgico sobre o negro nÃo apenas nos anos de 1930, mas durante todo o sÃculo XX. No escopo desta anÃlise sobre as danaÃÃes do tempo fizemos usos particulares de teorias que, à primeira vista, se separam, tais como os estudos sobre a experiÃncia temporal moderna em Reinhart Koselleck e a reabilitaÃÃo do anacronismo no trabalho do historiador proposta por Jacques RanciÃre. PorÃm, o problema do tempo como experiÃncia subjaz as propostas de ambos os autores e possibilita um emprego singular de pensamentos tÃo distintos.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:www.teses.ufc.br:10107 |
Date | 28 September 2015 |
Creators | Joelma Tito da Silva |
Contributors | Francisco RÃgis Lopes Ramos, KÃnia Sousa Rios, Antonio Luiz MacÃdo e Silva Filho, Durval Muniz de Albuquerque Junior, TemÃstocles AmÃrico CorrÃa Cezar |
Publisher | Universidade Federal do CearÃ, Programa de PÃs-GraduaÃÃo em Historia, UFC, BR |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
Format | application/pdf |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFC, instname:Universidade Federal do Ceará, instacron:UFC |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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