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Entre o desejo e a culpa

Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em História, Florianópolis, 2015. / Made available in DSpace on 2016-04-15T13:15:38Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2015 / O objetivo deste trabalho é analisar a construção da noção de risco nas campanhas de prevenção à aids produzidas pelo Ministério da Saúde no Brasil, desde 1980 e produzidas nos Estados Unidos durante a década de 1980. Um dos aspectos deste trabalho é compreender como esta noção de risco, cada vez mais presente na Saúde Pública, tenta educar a população sobre a importância do uso do preservativo. Para tanto, essa noção de risco tornou-se um investimento no autocontrole e mudança de comportamentos considerados de risco com ações centradas na prevenção, que, porém, partem do pressuposto que deve haver uma responsabilidade individual nas escolhas. Considera-se assim que, o comportamento do sujeito que contraiu o vírus da aids é resultado de ?más? escolhas referentes a seu estilo de vida. Essa noção de risco, pode ser compreendida como um dos dispositivos da chamada biopolítica, que para Michel Foucault é a gestão da vida, que se desenvolveu a partir da metade do século XVIII, que fez com que a vida e seus mecanismos entrem para o domínio dos cálculos explícitos, e fez do poder-saber um agente de transformação da vida humana. No decorrer da década de 1980, a epidemia rompeu as fronteiras e chegou ao Brasil iniciando uma história de medo, pânico social e transformações no campo da saúde. Assim, é possível perceber as mudanças de perfil epidemiológico de cada década. A primeira década da epidemia da aids enfatizou muito morte. Já na década de 1990, o foco mudou não só para o cuidado com a educação priorizando o uso do preservativo, mas também com o uso do termo, ?feminização da aids?, para explicar o número de mulheres infectadas pelo HIV/aids. Por fim, a partir dos anos 2000, o cenário das campanhas passou a investir em um tipo de publicidade sem a forte associação com a morte que a caracterizava sob os preceitos da chamada Promoção da Saúde, que busca que o próprio sujeito tenha autonomia para o cuidado da saúde.<br> / Abstract : The objective of this study is to analyze the construction of the ?notion of risk? in AIDS prevention campaigns produced by the Ministry of Health in Brazil since 1980 and by the United States Government during the 1980s. One goal of this work is to understand how this notion of risk, increasingly present in Public Health, tries to educate the public about the importance of condom use. Therefore, this notion of risk has become an investment in self-control and behavioral change of the subjects themselves with actions focused on prevention, based on the assumption that there must be an individual responsibility, that the individual?s behavior who contracted the HIV virus is the result of ?bad? lifestyle choices. This notion of risk, can be understood as one device of the so called biopolitics, that Michel Foucault defined as the management of life, which developed from the middle of the eighteenth century, put life and its mechanisms in the domain of explicit calculations and made the power-knowledge an agent of human life transformation. During the 1980s, the epidemic crossed frontiers and arrived in Brazil also as a history of fear, panic and social transformations in the health field. Thus, it is possible to notice the epidemiological profile changes in each decade: the first one emphasized the death on the AIDS epidemic. In the 1990s, the focus has shifted not only to the education for the use of condom, but also, with the use of the term ?feminization of AIDS?, to explain the number of women infected with HIV / AIDS. Finally, from the 2000s, the scenario of the campaigns started to invest in an advertising without the strong association with death and using the precepts of the so called Health Promotion, that focus on the individual?s autonomy for health care.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufsc.br:123456789/160558
Date January 2015
CreatorsArraes, Graziele Regina de Amorim
ContributorsUniversidade Federal de Santa Catarina, Neckel, Roselane, Caponi, Sandra Noemi Cucurullo de
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Format319 p.| il., grafs.
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFSC, instname:Universidade Federal de Santa Catarina, instacron:UFSC
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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