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A educação profissional em saúde em um setor de educação corporativa: “criação de monstros áridos, de olhos ágeis e mãos firmes?”

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Previous issue date: 2010 / Fundação Oswaldo Cruz. Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio. Biblioteca Virtual em Saúde - Educação Profissional em Saúde / Em tempos neoliberais, a educação é utilizada pelas instituições empresariais como um dos
fatores para agregar valor à corporação. Buscando a sociabilização dos indivíduos à ótica
hegemônica, emergiu no início da década de 1990 no Brasil, os setores de educação
corporativa, buscando conformar os trabalhadores através de “ações educativas”, e a
comunidade a partir das atividades de responsabilidade social. Neste estudo, analisamos as
ações empregadas pela Fundação Unimed, que se constituí enquanto setor de educação
corporativa para o Sistema Unimed. Esta instituição iniciou-se na década de 1960 como uma
cooperativa médica de saúde que alegava pretender resgatar o papel social da medicina, ao
longo dos anos sua estrutura cooperativista é substituída por ações de cunho empresarial.
Assim, no trilho das instituições de negócio, a FU passou a investir na conformação
ideológica de seus trabalhadores, fornecedores, clientes e comunidade social, ou seja, sua
“cadeia de valor”, na concepção de Perelman (2005) denominamos de “auditório”.
Contextualizamos nosso objeto de estudo a partir da entrada do neoliberalismo no contexto
nacional, onde o capital passa a desqualificar o papel do Estado no tocante as questões sociais,
e falaciosamente afirma assumir estas atividades denominando-se até mesmo como “agente
educador”. Objetivando criar um consenso ao seu “auditório” a partir das atividades que
desenvolve (Pós-Graduação Latu Sensu, Cursos de Capacitação, Cursos de Aperfeiçoamento,
Educação a Distância e Responsabilidade Social), a FU se vale da persuasão, onde objetiva a
“adesão dos espíritos” a fim de materializar seu processo de sociabilidade hegemônica.
Compreendemos que estas ações de cunho neoliberal estão pautadas no âmbito da Teoria do
Capital Intelectual (Capital Humano, Capital Estrutural e Capital de Marca) que busca
(con)formar os indivíduos à ótica dominante. Apoiamo-nos nas reflexões teóricas do autor
italiano, Antonio Gramsci, para sustentar nossa crítica ao modelo de conformação
desenvolvido pelas empresas. Em meio ao crescimento do setor saúde sob o respaldo do
neoliberalismo, compreendemos que a formação desenvolvida no interior da FU está
arraigada a uma dominação societal que utiliza a educação profissional numa perspectiva
“interessada”, onde limita a formação humana aos interesses da corporação. Assim sendo,
compreendemos que a educação profissional em saúde não deve se limitar a “criação de
monstros áridos, olhos ágeis e mãos firmes” (GRAMSCI, 2004a), ao contrário
compreendemos a educação como um espaço contra-hegemônico de formação críticoemancipatória. / In neoliberal times, education is used by business institutions as a factor to add value to the
corporation. Looking for the socialization of individuals to the hegemonic perspective, have
emerged in the early 1990s in Brazil, the education enterprise, seeking to conform workers
through “educational actions”, and the community from social responsibility activities. In this
study, we examined the actions employed by Unimed Foundation, which is constituted as a
corporate education sector for the Unimed System. This institution was started in the 1960s
as a medical health cooperative which intended to rescue the social role of medicine; over the
years its cooperative structure is replaced by shares of stamp business. Thus,in the rail of
business institutions, the Unimed Foundation needed to invest in the ideological shaping of its
workers, suppliers, customers and social community, ie its "value chain" that in Perelman’s
(2005) conception is called "audience". We have contextualized our study object from the
entry of neoliberalism in the national context, where capital disqualify the state's role on
social issues, and fallacious claims to assume these activities calling itself even as an
“educator agent”. Aiming to build a consensus to its "audience" from the activities that
develops (Graduate Latu Sensu, Capacity Courses, Training Courses, Distance Education and
Social Responsibility), the UF makes use of persuasion, aiming the "adhesion of spirits" in
order to materialize its process of social hegemony. We understand that these actions are
guided in the neoliberal framework of the Theory of Intellectual Capital (Human Capital,
Structural Capital and BrandCapital) that seeks to (con)form individuals to the dominant
perspective. We support our theoretical reflections on the Italian writer, Antonio Gramsci, to
support our criticism of the model developed by companies conformation. Amid the growth
of the health sector under the support of neoliberalism, we understand that the training
developed within the UF is rooted in a societal rule that uses the professional education in an
“interested” perspective, where the human formation is limited to the interests of the
corporation. Therefore, we understand that professional education in health should not be
limited to "creating arid monsters, agile eyes and steady hands” (GRAMSCI, 2004a), but we
understand education as a counter-hegemonic space of critical-emancipatory formation.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:www.arca.fiocruz.br:icict/8903
Date January 2010
CreatorsRibeiro, Nayla Cristine Ferreira
ContributorsSantos, Aparecida de Fátima Tiradentes dos, Rodrigues, José dos Santos, Vieira, Mônica, Santos, Aparecida de Fátima Tiradentes dos
PublisherEPSJV
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ, instname:Fundação Oswaldo Cruz, instacron:FIOCRUZ
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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