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A infância resiste à pré-escola?

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Previous issue date: 2014-02-28 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / Our objectives consisted in understanding what the role of school practices and experiences is in the constitution of the child being and childhood; as well as analyzing how children live their childhood condition in the institution of early childhood education and how they reproduce and produce culture in the school environment. The starting point to develop this research was the following thesis: the design of early childhood education as children socialization has been hegemonic; therefore, very early he/she needs to become a student, be formed / shaped by the grammar school. However, children as individuals produced in and through culture act, transgress the rules and construct own meanings and own cultures inside the school environment, intervening in this specific context and in the social reality as a whole. To develop this research we chose the interpretive epistemological paradigm, conducting a research with characteristics of a case study, inspired by the ethnographic method. The techniques of systematic observation, document analysis and informal interviews were used in order to produce the used data. The participant observation happened in an early childhood institution in Campina Grande - PB, which attends children from 2 to 5 years old in the nursery (maternal) and in preschool stages. The observation period was from July 2011 to May 2012 totalizing 57 days and 160 hours of observations, and in order to record data, it were used field journal, camera and video. Twenty eight (28) children from two classes of preschool stage and 4 teachers participated directly in the research. In general, the research results indicated a pedagogical practice with explicit goals of preparation / literacy, leaving aside and / or naturalizing other key languages to the child, such as playing, drawing and painting, animated cartoon, musicality, body expression and fantasy. It was also found other less explicit curricular practice, called pedagogy of control, which aims to control/limit children orality, thought, body, desires, imagination, creativity and fantasies. This implicit, but tangible practice, places children exactly in the place which was historically and culturally established for them: the underage, subalternity, domination, subservience. The collected data also indicated a perspective of school work permeated by extensive reading and writing activities thereby shortening children s free time and revealed some of the nuances of children's peer relationships: such as friendship, fragility and inequality in peer relationships, which in general reproduce the adult values and criteria. However, despite the pedagogy of control, children build cultures during the class activities schedule (free and directed), at the park, through games and diverse actions. Finally, our data indicate a clear children willingness in resisting the pedagogy of control, this is because they, as individuals who monitor their own actions, at the same time they are coerced by the institutional structure to assume the passive and subservient student identity, they create strategies to resist the preschool shape / frame , in other words , the structure. Regarding what was said above, we conclude that there is no place for childhood in the searched preschool. The pedagogy of control does not provide childhood experience; however, children while social agents, act to contrast the grammar school, they resist this curriculum, these practices and they are able, ad hoc basis, to reproduce and produce childhood cultures modifying the current structure. In summary, children live / assume their status of childhood in preschool. It is confirmed, in this sense, our initial thesis. / Constitui-se por objetivo geral deste trabalho compreender o papel das práticas e vivências escolares na constituição do ser criança na fase da infância, analisando como as crianças vivem sua condição de infância na instituição de educação infantil e como produzem e reproduzem culturas no ambiente escolar. O ponto de partida para desenvolver a pesquisa foi a concepção de educação infantil como socialização da criança de maneira hegemônica, portanto, desde cedo, ela precisa tornar-se aluna e ser formada/conformada pela gramática escolar. Porém, as crianças enquanto indivíduos produzidos na e pela cultura agem, transgridem as regras e constroem sentidos e culturas próprias no ambiente escolar, intervindo neste contexto específico e na realidade social como um todo. Para o desenvolvimento da investigação, optou-se pelo paradigma epistemológico interpretativo, realizando uma pesquisa inspirada no método etnográfico. Para a produção dos dados, foram utilizadas as técnicas de observação sistemática, análise documental e entrevistas informais. A observação participante ocorreu em uma instituição de educação infantil de Campina Grande - PB, que atende crianças com idade entre 2 e 5 anos, nas etapas creche (maternal) e pré-escola. O período de observação ocorreu de julho de 2011 a maio de 2012, totalizando 57 dias e 160 horas de observações, nas quais se utilizou para registro dos dados: diário de campo, câmera fotográfica e de vídeo. Participaram diretamente da pesquisa 28 crianças de duas turmas da etapa pré-escolar e 4 professoras. Em linhas gerais, os resultados da pesquisa indicaram uma prática pedagógica com objetivos explícitos de preparação/alfabetização, deixando a margem e/ou naturalizando outras linguagens fundamentais para a criança, a exemplo do brincar, do desenhar e do pintar; do desenho animado, da musicalidade, da expressão corporal e da fantasia. Constatou-se, também, outra prática curricular menos explícita, denominada pedagogia do controle, que visa disciplinar/limitar a oralidade, o pensamento, o corpo, os desejos, a imaginação, a criatividade e as fantasias das crianças. Esta prática implícita, mas tangível, coloca as crianças exatamente no lugar que foi instituído histórica e culturalmente para elas: a menoridade, a subalternidade, a dominação, a subserviência. Os dados indicaram, também, uma perspectiva de trabalho escolar permeada por exaustivas tarefas de leitura e escrita, encurtando o tempo livre das crianças, e revelaram algumas nuances das relações de pares infantis: a amizade, a fragilidade e a desigualdade nas relações de pares, onde, em geral, reproduzem os critérios e valores adultos. Todavia, a despeito da pedagogia do controle, as crianças constroem culturas no horário das atividades em sala (livres e dirigidas) e no parque, por intermédio das brincadeiras e de ações diversas. Enfim, os nossos dados apontam para uma clara disposição das crianças em resistir à pedagogia do controle, isto porque elas, como sujeitos que monitoram suas ações, ao tempo que são coagidas pela estrutura institucional a assumirem a identidade de aluno passivo, subserviente, criam estratégias para resistir à forma/moldura da pré-escola, enfim, da estrutura. Em face do exposto, conclui-se que não há lugar para a infância na pré-escola pesquisada. A pedagogia do controle não propicia a vivência da infância. No entanto, as crianças, como agentes sociais, agem a contrapelo da gramática escolar, resistem a este currículo, a estas práticas e conseguem, de forma fortuita, reproduzirem e produzirem culturas infantis modificando a estrutura vigente. Em síntese, as crianças vivem/assumem sua condição de infância na pré-escola. Confirma-se, neste sentido, a nossa tese inicial.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:tede.biblioteca.ufpb.br:tede/4779
Date28 February 2014
CreatorsMacêdo, Lenilda Cordeiro de
ContributorsDias, Adelaide Alves
PublisherUniversidade Federal da Paraí­ba, Programa de Pós Graduação em Educação, UFPB, BR, Educação
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFPB, instname:Universidade Federal da Paraíba, instacron:UFPB
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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