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Autoajuda, trabalho e novas subjetividades em tempos de incerteza: anÃlise do discurso de "O monge e o executivo" e "Seja lÃder de si mesmo" / SELF-HELP, WORK AND NEW SUBJECTIVITIES IN TIMES OF UNCERTAINTY: DISCOURSE ANALYSIS OF THE MONK AND THE EXECUTIVE AND BE LEADER OF YOURSELF

CoordenaÃÃo de AperfeiÃoamento de Pessoal de NÃvel Superior / A sociedade contemporÃnea à marcada por grandes e constantes mudanÃas. Vivemos num mundo veloz, fluido e dinÃmico, onde as certezas herdadas da tradiÃÃo e da primeira modernidade dÃo lugar Ãs incertezas, aos riscos e à imprevisibilidade. SÃo mudanÃas socioeconÃmicas, tecnolÃgicas e culturais que implicam novas formas de o indivÃduo pensar, sentir, agir, viver. Tais mudanÃas ocorrem de modo singular na vida laboral, acompanhando as transformaÃÃes no modo de produÃÃo capitalista. O novo estÃgio do capitalismo pÃs-industrial produz novas ideologias e ordens de discurso que interpelam fortemente as subjetividades. Essas ideologias e ordens de discurso sÃo materializadas e disseminadas em manuais de autoajuda e outros gÃneros hÃbridos, que tendem a favorecer certas representaÃÃes do trabalho, da empresa e do trabalhador, e tambÃm a inculcar certos modos de ser e agir dentro e fora do Ãmbito laboral. Esta pesquisa investigou como esse tipo de literatura fornece recursos que pretendem habilitar o sujeito a lidar com a nova configuraÃÃo do trabalho hoje e tambÃm com os dilemas existenciais decorrentes desse novo cenÃrio. Assumindo aqui a linguagem como prÃtica social, nosso objetivo geral foi investigar como os livros autoajuda estÃo relacionados com o sentimento de incerteza que marcam a experiÃncia contemporÃnea do trabalho e de outras esferas da vida. Para tanto utilizamos o enfoque da AnÃlise de Discurso CrÃtica (ADC) com o intuito de identificar os principais investimentos ideolÃgicos do discurso de autoajuda, tal como se apresentam em dois livros do gÃnero: O monge e o executivo, de James Hunter (2004) e Seja lÃder de si mesmo, de Augusto Cury (2004). A anÃlise revelou que as obras estudadas tendem a disseminar certas representaÃÃes de problemas atuais (por exemplo, o trabalho precÃrio e instÃvel, as dificuldades da lideranÃa) como problemas de natureza pessoal e subjetiva, da exclusiva alÃada do indivÃduo. Ambas deslocam as questÃes e problemas sociais para a esfera da interioridade, propondo teorias sobre o funcionamento da mente e tÃcnicas de intervenÃÃo para o desenvolvimento pessoal e para a mudanÃa de comportamentos e hÃbitos. Ao representarem esses problemas como questÃes da interioridade e das relaÃÃes interpessoais, as obras tendem a responsabilizar a pessoa pela soluÃÃo de tais problemas e pela busca e alcance de seu sucesso e felicidade. Afim a uma sociedade de consumo despolitizada e frÃgil na crÃtica ao sistema e Ãs macroestruturas sociais e econÃmicas, o discurso da autoajuda dirige sua âcrÃticaâ ao indivÃduo. Este se và obrigado a voltar-se para si mesmo e intervir em suas prÃprias atitudes, sentimentos e condutas para gerar mudanÃa e alcanÃar Ãxito. O discurso da autoajuda, nesse contexto, atende Ãs novas demandas e exigÃncias da ordem capitalista vigente: de pessoas empenhadas no constante autoexame e auto-regulaÃÃo e dispostas a se reorganizarem diante da incerteza e do risco que fazem parte de sua vida. Os manuais de autoajuda contribuem para a constituiÃÃo de novas subjetividades e para a inculcaÃÃo do ânovo espÃrito do capitalismoâ, com novos modos de ser, agir e interagir que se adequam Ãs novas realidades laborais e à ordem capitalista em vigor / Contemporary society is marked by large and constant changes. We live in a fast, fluid and dynamic world, where the inherited certainties of tradition and first modernity give place to uncertainties, risks and unpredictability. Changes are socioeconomic, technological and cultural involving new forms of individual thinking, feeling, acting, and living. Such changes occur singularly in working life, accompanying the changes in the capitalist production mode. The new stage of post-industrial capitalism produces new ideologies and orders of discourse that strongly challenge subjectivities. These ideologies and orders of discourse are materialized and disseminated through self-help manuals and other hybrid types, which tend to favor certain representations of work, the company and the employee, and also to inculcate certain ways of being and acting inside and outside of the workplace. This research investigated how this type of literature provides resources that claim to enable the individual to cope with the new work configuration nowadays and with the existential dilemmas arising from this new scenario. Assuming here the language as a social practice, our main objective was to investigate how the self-help books are related to the sense of uncertainty that characterize the contemporary experience of work and other spheres of life. For this we use the approach of Critical Discourse Analysis (CDA) in order to identify the main ideological investments of self-help speech, as presented in two books of the genre: The Monk and the executive, James Hunter (2004) and Be the leader of yourself, Augusto Cury (2004). The analysis revealed that the works studied tend to disseminate certain representations of current problems (for example, unstable and precarious work, the difficulties of leadership) problems as personal and subjective nature, the exclusive purview of the individual. Both take issues and social problems to the sphere of interiority, proposing theories about how the mind works and intervention techniques for personal development and for changing behaviors and habits. To represent these problems as issues of interiority and interpersonal relationships, the works tend to blame the person for the solution of such problems and the pursuit and achievement of your success and happiness. In according to a consumer society depoliticized and fragile in criticizing the system and the social and economic macrostructures, the discourse of self-help drive its "critical" to the individual. This individual feels forced to turn to himself and to interfere on their own attitudes, feelings and behaviors to create change and achieve success. The discourse of self-help in this context meets the new demands and requirements of the existing capitalist order: people engaged in constant self-examination and self-regulation and willing to reorganize while facing uncertainty and risk that are part of their lives. The self-help manuals contribute to the formation of new subjectivities and the inculcation of the "new spirit of capitalism", with new ways of being, acting and interacting that adapt to new labor realities and to the capitalist order in force

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:www.teses.ufc.br:6916
Date17 June 2013
CreatorsDanielle RebouÃas SÃ
ContributorsIdilva Maria Pires Germano, Luciana Lobo Miranda, Ariane PatrÃcia Ewald
PublisherUniversidade Federal do CearÃ, Programa de PÃs-GraduaÃÃo em Psicologia, UFC, BR
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFC, instname:Universidade Federal do Ceará, instacron:UFC
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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