Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Florianópolis, 2016. / Made available in DSpace on 2016-10-11T04:02:18Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2016 / Os transtornos mentais e comportamentais (TMC) são definidos como síndromes individuais identificadas por distúrbios significativos na cognição, regulação emocional ou no comportamento. Agravos à saúde mental têm sido caracterizados como determinantes de Licenças para Tratamento de Saúde (LTS) e de benefícios de saúde e previdenciários, marcando a necessidade de maior atenção às condições laborais. O objetivo deste estudo foi correlacionar características do trabalho policial e o afastamento do trabalho por diagnóstico de transtorno mental, no período de 2010 a 2013. A hipótese é que o trabalho gera impactos na saúde mental do policial. Trata-se de um estudo epidemiológico, descritivo, quantitativo e transversal, cuja variável dependente foi a ocorrência de LTS por diagnóstico de transtorno mental e as variáveis independentes foram; características sociodemográficas, ocupacionais e clínicas. Análise descritiva e inferencial foi realizada utilizando o teste estatístico Qui-quadrado de Pearson (?2), com significância estatística de 5% (p<0.05). A magnitude das associações foi estimada pela odds ratio (OR) com intervalos de confiança acima de 95% (IC 95%). A prevalência de TMC em policiais afastados foi 6,4% e os homens com maior tempo de serviço apresentaram 80% a mais, a chance de se afastarem por TMC [OR=1.80 (1.22-2.62)] quando comparados com os não afastados. Após ajuste do modelo, a chance passou a ser de 2.44[OR=3.44(2.25-6.80)]. As mulheres tiveram 1.50[OR=2.50(1.61-3.90)] a mais, a chance de se afastar por transtorno mental após 15 anos de serviço quando comparadas às não afastadas. Após ajuste, a chance passou a ser de 3.95[OR=4.95(2.12-11.54)]. O transtorno de humor foi prevalente (16%), seguido do transtorno de ansiedade e estresse (12,6%). As mulheres se afastaram mais por transtorno de humor (58%) e os homens por transtorno de ansiedade e estresse (47,6%). Os transtornos de humor foram prevalentes em policiais com idade acima de 60 anos (75%) que não trabalhavam na Grande Florianópolis (62,2%). Os de ansiedade e estresse ocorreram mais frequentemente entre aqueles com 25 e 36 anos de idade (65,8%), que trabalhavam na Grande Florianópolis (57,7%). Homens e mulheres com transtorno de humor tiveram 1.25[OR=2.25(1.24-4.06)] a mais a chance de se afastar quando trabalhavam fora da região da Grande Florianópolis, comparados aos que se afastaram por transtorno de ansiedade e estresse. Os com tempo de serviço entre 20 a 29 anos tiveram 1,06[OR=2.06(1.04-4.10)] a mais, a chance de afastamentos por transtornos de humor quando comparadosàqueles com transtornos de ansiedade e estresse. O ajuste do modelo manteve a região de trabalho associada positivamente aos afastamentos por transtornos de humor, com chance de 1.56[OR=2.56(1.33-4.95)] a mais para aqueles cuja região de trabalho estava fora da Grande Florianópolis. Os resultados permitem identificar perfis de grupos alvos para prevenção e promoção da saúde e evidenciam a relevância da continuidade de pesquisas, especialmente as longitudinais para compreensão do nexo entre o trabalho e o adoecimento mental em policiais.<br> / Abstract : Mental and behavioral disorders are defined as individual syndromes identified by cognition significant disturbances, and emotional or behavioral regulation. The worsening of mental health has been characterized as a factor of sickness leave and for Health insurance benefits. They therefore imply a need for special attention to working conditions. The aim of this study was to correlate characteristics of police work and their work leave due to diagnosis of mental disorder, in the period of 2010 to 2013. Our hypothesis is that the work impacts the mental health of police officer. This is an epidemiological, descriptive, quantitative and cross-section study. The dependent variable was the presence of sickness absence (SA) due to mental disorders. The independent variables were sociodemographic, occupational and clinical characteristics. Descriptive and inferential analyses have been conducted using the statistical Pearson's chi-square test (?2), with statistical significance of 5% (p <0.05). The magnitude of the associations was estimated using odds ratio (OR) and its respective 95% confidence interval (CI 95%). The prevalence of police officers on sick leave due to mental disorder was 6,4% and male police officers who had seniority presented 80% higher chance of leaving due to mental disorders [OR=1.80 (1.22-2.62)] when compared to police officers who were not on sick leave. After adjusting the model, this chance increased to 2.44[OR=3.44(2.25-6.80)]. Women had 1.5[OR=2.5(1.61-3.90)] higher chances to leave due to mental disorder after 15 years of service when compared to women not on sick leave. After adjusting, women increased to 3.95 [OR=4.95(2.12-11.54)] their chance to leave work due to mental disorders compared to those who were not on sickness absence. Most prevalent mental disorders were mood disorders (16%) and anxiety and stress disorders (12,6%). Women were more prone to leave due to mood disorders (58%) and men for anxiety and stress disorders (47,6%). Mood disorders were more prevalent in police officers whose age were above 60 (75%) and that did not work in the main island of Florianopolis (62,2%). Stress and anxiety disorders occurred more frequently in police officers ages between 25 and 36 (65,8%), who worked at the main island of Florianopolis (57,7%). Police officers (men and women) with mood disorders had 1.25 [OR=2.25(1.24-4.06)] higher chance to leave when working away from the main island of Florianopolis, compared to those who left due to anxiety and stress disorders. Police officers with seniority between 20 and 29 years had 1,06 [OR=2.06(1.04-4.10)] higher chance of sick leavedue to mood disorders when compared to those with anxiety and stress disorders. After adjusting the model, only work place remained positively associated with mood disorder sick leaves, with a chance of 1.56 [OR=2.56(1.33-4.95)] higher compared to the ones whose work area were out of the main island of Florianopolis. The results allow us to identify profiles of target groups for prevention and health promotion, and highlight the importance of further research, especially longitudinal ones for understanding the link between work and mental illness in police officers.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufsc.br:123456789/169073 |
Date | January 2016 |
Creators | Castro, Maria Cristina D' Avila de |
Contributors | Universidade Federal de Santa Catarina, Cruz, Roberto Moraes, Wagner, Gabriela |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
Format | 129 p.| il., tabs. |
Source | reponame:Repositório Institucional da UFSC, instname:Universidade Federal de Santa Catarina, instacron:UFSC |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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