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Previous issue date: 2011-06-08 / Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo / The emergence of the author function in the 19th century, as pointed out by
Michel Foucault, was characterized by the investment in organizing, affiliating
and homogenizing the diffusion of discourses from previous centuries. The
author signature has risen as an existence entitled with a different status from
those that used the word ordinarily at the same time that it was identified as
the possible danger to be fought. Considering Foucault s suggestions, I have
followed Roberto Freire s writings, with no intent of explaining it, while
articulating it with his life experiences since the liberation of DOPS s dungeons,
in 1965, a year after the military coup of 1964, until the publication of his last
writings in the end of the 20th century. Freire s writings update the exercise of
social literature undertaken by some libertarians in the beginning of the 20th
century in Brazil. However, his books are not inspired by the thought of the socalled
classical anarchists, but by the practices that have emerged with the
protests, particularly those connected to customs, triggered by the events of
1968. Freire, dissociating himself from the projects of revolution, began to value,
in the 1970s, through his books and life, certain experiences with the body, in
the present, associating it to an anarchist sensualization of the existence. The
analysis of his journey since 1960 when he was an activist in Ação Popular
and through his experiences with The Living Theater, Wilhem Reich and the
anarchism in the 1980 and 1990 was possible given the distance he kept from
the notion of author. Freire s writings have been developed in movement.
Therefore, one cannot impose on it a unity or explanatory restrain. Freire has
dangerously sailed with his literature in the late 20th century. The navigation,
according to Michel Foucault, was a privileged metaphor to those immersed in
an ethical and aesthetical life in the Hellenistic and Roman antiquity. By
affirming this navigation, this existence, he moved like a libertarian pilot, like
an anarchist pirate / A emergência da função autor , no século XIX, como salientou Michel
Foucault, caracterizava-se pelo investimento em organizar, filiar e
homogeinizar a dispersão dos discursos oriunda dos séculos anteriores. A
assinatura do autor irrompia como existência que possuía um status distinto
daqueles que utilizavam a palavra ordinariamente, ao mesmo tempo, em que
era identificada como um possível perigo a ser combatido. Seguindo as
sugestões de Foucault, observei a escrita de Roberto Freire visando não explicar
mas acompanhá-la em seu movimento, articulando-a às experiências da vida de
Freire, desde a liberação no porão do DOPS, em 1965, um ano após o golpe
militar de 1964, até a publicação de seus últimos escritos no final do século XX.
A escritura de Freire atualiza o exercício da literatura social empreendida por
certos libertários do início do século XX, no Brasil. Entretanto, seus livros não
são animados pela reflexão dos anarquistas considerados clássicos, mas pelas
práticas que irromperam com as contestações, sobretudo as ligadas aos
costumes, detonadas pelos acontecimentos de 1968. Afastando-se ao longo da
vida dos projetos de revolução, Freire passou a valorizar a partir da década de
1970, em seus livros e na vida, certas experiências com o corpo, no presente,
associando-as a uma sensualização anarquista da existência. A análise do
percurso traçado por ele desde a década de 1960, quando ainda militava na
Ação Popular, passando pela descoberta do Living Theater, Wilhem Reich e
afirmação do anarquismo nas décadas de 1980 e 1990, foram possíveis
precisamente por um afastamento da noção de autor. A escrita de Freire se
desenhou em movimento. Portanto, não há como lhe impor uma unidade, um
travão explicativo. Freire navegou, junto com sua literatura, durante a segunda
metade do século XX, perigosamente. A navegação, segundo Michel Foucault,
era metáfora privilegiada para aqueles que se ocupavam com a vida ética e
esteticamente na antiguidade helenística e romana. Afirmando essa navegação,
a existência, ele deslizou como um piloto libertário, um pirata anarquista
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:leto:handle/2249 |
Date | 08 June 2011 |
Creators | Simões, Gustavo Ferreira |
Contributors | Passetti, Edson |
Publisher | Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Ciências Sociais, PUC-SP, BR, Ciências Sociais |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Format | application/pdf |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_SP, instname:Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, instacron:PUC_SP |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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