Return to search

Resiliência e formação humana em professores do ensino fundamental I da rede pública municipal: em busca da integralidade

Made available in DSpace on 2014-06-12T17:16:59Z (GMT). No. of bitstreams: 2
arquivo264_1.pdf: 1834559 bytes, checksum: fb2f90bd76798fb377850268bf256279 (MD5)
license.txt: 1748 bytes, checksum: 8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33 (MD5)
Previous issue date: 2010 / Um ato pedagógico será efetivamente educativo quando o educador, em sua inteireza, assume
o compromisso com a formação humana de seus educandos. Não obstante, o conceito geral de
educação em nossa cultura permanece comodamente associado a um privilégio da cognição e
a uma ilusão de que a racionalidade instrumental esgota por si mesma todas as facetas do
fenômeno humano. A observação do comportamento humano nos remete a reconhecer que há
pessoas que conseguem enfrentar e superar situações adversas, evidenciando uma dignidade
indiscutível e que por um ideal de vida e amor à causa conseguem realizar um intenso
processo de transformação e amadurecimento de si mesmo. A capacidade das pessoas
manterem-se íntegras e conseguirem superar as adversidades do caminho chama-se
resiliência. Na perspectiva da resiliência, a experiência formativa tem como objetivo despertar
as potências do humano que habitam em cada um de nós, através de uma visão integral ou
multidimensional. Yunes (2003) considera a espiritualidade como um dos processos-chave da
resiliência, encarando-a como uma rica oportunidade de crescimento e descoberta interior.
Frankl (1991, 2007) acredita que podemos descobrir um sentido na vida, mesmo quando nos
vemos numa situação sem esperança e que as condições podem variar na medida em que é
mais fácil ou difícil encontrarmos um sentido para nossa vida. Para ele, a dimensão espiritual
seria o ponto de partida e de chegada para compreensão mais real e total do homem, ou seja,
somente quando se fala do espiritual é que se começa a falar do especificamente humano do
homem. Pertencem à dimensão espiritual todos os princípios éticos e valores humanos não
estando, necessariamente, relacionados a doutrinas ou à prática de rituais religiosos (RÖHR,
2007a). A presente pesquisa destinou-se a estudar os processos da resiliência em professoras
do ensino fundamental I, de um município no litoral norte do Estado de Pernambuco. Para
tanto, utilizamos: questionários, entrevistas (simples, autobiográficas e de autoconfrontação),
observações e filmagens de aulas. Os nossos objetivos eram saber se as características de
resiliência demonstrada pelas professoras haviam sido influenciadas por suas histórias de vida
e de que forma se manifestariam em suas práticas docentes, utilizando, como norteadores da
discussão, os padrões de resiliência apontados por Polk (1997). Os dados indicaram que dada
a complexidade do humano, a resiliência pode ser favorecida, contudo não há garantias de que
seja potencializada ou enfraquecida. Ela está engendrada em um complexo quebra-cabeça que
reúne peças representativas da constituição pessoal e também da interação com o mundo
externo, beneficiada (porém não determinada) por um ambiente que estimule a sua efetiva
manifestação. As professoras que apresentavam características mais resilientes conseguiram
manter mais frequentemente o equilíbrio frente às situações adversas, demonstrando
disposição para superarem as dificuldades, cultivando um ambiente mais prazeroso e
relaxante em sala de aula, considerado favorável ao processo de ensino-aprendizagem.
Posturas mais fortemente resilientes, contudo, não garantiram uma aula tecnicamente mais
eficaz. Assim, mesmo as consideradas com mais características resilientes vivenciaram
momentos contraditórios, porém a intensidade e a frequência com que se abalaram e,
sobretudo, o modo como vivenciam a adversidade fizeram toda diferença, pois comumente se
superaram e pareceram aprender com as situações. Podemos ainda mencionar que a dimensão
espiritual se manifestou mais claramente nas professoras com características mais resilientes.
A busca pelo desenvolvimento da integralidade na prática formativa, apesar de observado em
todas as participantes, esteve mais evidenciado nas que apresentaram características mais
resilientes, possivelmente por possuírem maiores possibilidades de vivenciarem a sua própria
multidimensionalidade

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufpe.br:123456789/3852
Date31 January 2010
CreatorsLúcia Galvão Leal, Ana
ContributorsRörh, Ferndinand
PublisherUniversidade Federal de Pernambuco
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFPE, instname:Universidade Federal de Pernambuco, instacron:UFPE
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

Page generated in 0.0023 seconds