O rápido envelhecimento populacional faz com que a saúde mental da população geriátrica venha tomando uma importância cada vez maior na saúde pública. Os objetivos deste estudo foram:(1) investigar a prevalência de transtornos mentais ao longo da vida, analisando possíveis fatores sócio-demográficos associados (2) pesquisar a possível relação entre prevalência de transtorno mental ao longo da vida e desempenho cognitivo. Foram estudados 82 sujeitos acima de 60 anos da área de captação do Hospital das Clínicas da cidade de São Paulo. O instrumento utilizado para investigação diagnóstica foi o Composite International Diagnostic Interview (CIDI), sendo a avaliação do desempenho cognitivo obtida através do Mini Exame do Estado Mental (MEEM) e do Informant Questionnaire on Cognitive Decline in the Elderly (IQCODE). Os resultados mostraram que os transtornos mentais de maior prevalência ao longo da vida foram Depressão (16%), Transtorno de Humor Recorrente (10%) e Transtorno de Ansiedade Generalizada (8,5%). Os demais transtornos observados foram Distimia (6%), Transtorno Doloroso Persistente (5%), Uso Nocivo de Álcool (5%) e Transtorno Dissociativo (2,4%). Não foram identificados casos de Transtorno Afetivo Bipolar, Esquizofrenia e outras psicoses, assim como dependência de Álcool ou de psicotrópicos. Apesar de haver uma maior prevalência nas mulheres dos quadros de Depressão (18,5%), Transtorno de Humor Recorrente (12%), Distimia (6%), Transtorno Doloroso Persistente (7%) e Transtorno Dissociativo (3,5%), e por outro lado uma maior prevalência de Abuso de Álcool (9%) e Transtorno de Ansiedade Generalizada (9%) nos homens, não houve correlação estatisticamente significativa entre gênero e transtornos mentais. Na amostra, os sujeitos de maior escolaridade demonstraram maior associação com prevalência de distimia (p=0,01) e transtorno de ansiedade generalizada (p=0,03). Houve maior associação entre baixa escolaridade (p=0,000) e idade mais avançada (p=0,007) com pior desempenho cognitivo pelo MEEM. A presença de disfunção cognitiva pelo MEEM foi de 11% e pelo IQCODE 16%. Não foi identificada asssociação entre prevalência de transtornos mentais ao longo a vida e pior desempenho cognitivo. Os resultados da prevalência de transtornos mentais ao longo da vida desta amostra foi similar aos achados de outros estudos que utilizaram o CIDI, exceto pela maior prevalência de Transtorno do Humor Recorrente no presente estudo que nos demais. Maior atenção deve se dar a associação entre maior escolaridade e prevalência de distimia e transtornos de ansiedade generalizada ao longo da vida em populações idosas de regiões urbanas / With a rapidly aging society, geriatric mental health is emerging as important public health concern.The study objectives were: (1) investigate the lifetime prevalence of psychiatric illnesses and the association between sociodemografic characteristics (2) investigate the possible relationship between the prevalence of mental disorder throughout life and cognitive performance. We studied 82 subjects over 60 years older from the catchment area of Hospital das Clínicas de São Paulo. The instrument used for diagnostic investigation was the Composite International Diagnostic Interview (CIDI), and the assessment of cognitive performance achieved by the Mini Mental State Examination (MMSE) and Informant Questionnaire on Cognitive Decline in the Elderly (IQCODE). The results showed that the most prevalent lifetime ICD-10/CIDI disorders were major depression (16%), followed by recurrent mood disorder (10%), and generalized anxiety disorder (8,5%). Other disorders were observed such as dysthymia (6%), persistent pain disorder (5%), alcohol abuse (5%) and dissociative disorders (2.4%). There were no identified cases of bipolar affective disorder, schizophrenia and other psychoses, as well as dependence on alcohol or psychotropic substances. Women had higher prevalence of depression (18.5%), recurrent mood disorders (12%), dysthymia (6%), persistent pain disorder (7%) and dissociative disorder (3.5%). On the other hand, men have higher prevalence alcohol (9%) and generalized anxiety disorder (9%). However, these differences were not statistically significant. In this sample, subjects with higher education showed an association with prevalence of dysthymia (p = 0.01) and generalized anxiety disorder (p = 0.03). There was a higher association between low education (p = 0.000) and older age (p = 0.007) with worse cognitive performance by the MMSE. The presence of cognitive impairment evaluated by the MMSE was 11% and the result based on the IQCODE was 16%. There was not a relationship between lifetime prevalence of mental disorders and impaired cognitive performance. The results of lifetime prevalence of mental disorders in this sample were similar to the findings of other studies using the CIDI, except for a higher prevalence of recurrent mood disorder in this study than the others. Close attention are required to address the relationships between higher educational level and dysthymia and generalized anxiety disorder in urban elderly population
Identifer | oai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-08022012-093929 |
Date | 05 December 2011 |
Creators | Santana, Claudia Martins |
Contributors | Bottino, Cassio Machado de Campos |
Publisher | Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
Source Sets | Universidade de São Paulo |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | Dissertação de Mestrado |
Format | application/pdf |
Rights | Liberar o conteúdo para acesso público. |
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