This study aimed to understand the process of constructing meanings on female seropositivity
and the care offered to these women through interpretative repertoires. We interviewed 14
professionals of different specialties that comprise a health team in a city within the Triângulo
Mineiro. Discourse analysis as proposed by social constructionism was used. A full transcription
of interviews and careful reading of the material, which allowed the pointing out of the
repertoires were performed. During analysis, it was observed that the meanings of the
seropositive women significantly influenced the descriptions of care offered, and so recognizing a
conjunction of meanings. Therefore, a division of repertoire analysis was performed in two
moments: (1) in which they talk about women bearing the disease, infection and their experience
with the disease and (2) in which they talk about the service. We observed how the professionals
in their daily actions described, discussed and constructed meanings on seropositive women and
their care from theoretical concepts disseminated by epidemiology. These repertoires were named
as: (1) Two women, victims and guilty, (2) Irresponsible women, (3) Women who have difficulty
in negotiating condoms and (4) Women who live in a vulnerable context. We can say that when
these professionals talk about female seropositivity, the discourse of epidemiology goes beyond
the issues of prevention, to the experience of the disease and the care offered. Each discourse
retaken to talk about female seropositivity promoted different assistance strategies for these
women. At the same time, we perceived that this practice does not track the movement of the
epidemiology and discursive discussions in general health. There is difficulty in recognizing the
situation of vulnerability of these women, from the use of other discourses in which the broad
concept of "risk" is involved. The use of this concept promotes the omission of the participation
of men when speaking of female seropositivity and the care that is offered. When the
vulnerability context is recognized, the discourse of professionals does not include the service
and health policies that guide these women. Furthermore, we recognize that this is a practice still
marked by the biomedical model and professional expertise. It was possible to reflect on how the
concepts of epidemiology are embedded and appropriated by health professionals specialized in
HIV/AIDS and their implications for health care assistance. / Este estudo teve como objetivo compreender o processo de construção de sentidos sobre a
soropositividade feminina e sobre o atendimento oferecido a estas mulheres por meio da
descrição dos repertórios interpretativos utilizados em situação de entrevista por profissionais de
uma equipe de saúde. Foram entrevistados 14 profissionais, de diversas especialidades, que
integram esta equipe de saúde em uma cidade do Triângulo Mineiro. Na análise do corpus foram
utilizadas as propostas de análise do discurso influenciadas pela perspectiva construcionista
social que envolveu a transcrição íntegra das entrevistas e leitura cuidadosa do material,
possibilitando a nomeação dos repertórios. Durante a análise observou-se que os sentidos sobre a
soropositividade feminina influenciam, significativamente, as descrições de atendimento
oferecido, reconhecendo-se uma articulação de sentidos. Por isso, realizou-se a divisão da análise
dos repertórios nomeados em dois momentos: (1) em que se conversa sobre a mulher portadora,
sua infecção e vivência da doença e (2) em que se conversa sobre o atendimento. Observamos
como os profissionais em suas ações cotidianas têm descrito, falado e construído sentidos para
soropositividade feminina e seu atendimento a partir dos conceitos teóricos difundidos pela
epidemiologia. Estes repertórios foram denominados como: (1) Duas mulheres: vítimas e
culpadas, (2) Mulheres irresponsáveis, (3) Mulheres que tem dificuldade de negociar o
preservativo e (4) Mulheres que vivem num contexto vulnerável. Podemos dizer que quando
estes profissionais conversam sobre a soropositividade feminina, o discurso da epidemiologia
ultrapassa as questões de prevenção, indo até a vivência da doença e o atendimento oferecido.
Cada discurso retomado para se falar de soropositividade feminina promove estratégias diferentes
de assistência a essas mulheres. Ao mesmo tempo, percebe-se que essa prática não acompanha o
movimento discursivo da epidemiologia e os debates gerais em saúde. Nota-se a dificuldade de
reconhecer a situação de vulnerabilidade dessas mulheres a partir do uso de outros discursos,
perpassados pelo conceito amplo de risco . Seu uso promove uma omissão da participação do
homem quando se fala da soropositividade feminina e do atendimento que é oferecido. Quando
há o reconhecimento deste contexto de vulnerabilidade, as falas dos profissionais não incluem o
próprio serviço e as políticas de saúde que os orientam. Além disso, reconhecemos que esta é
uma prática ainda marcada pelo modelo biomédico e pela especialização profissional. Foi
possível uma reflexão crítica de como os conceitos da epidemiologia são incorporados e
apropriados pelos profissionais de saúde especializados em HIV/aids e suas implicações para a
prática assistencial. / Mestre em Psicologia Aplicada
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/urn:repox.ist.utl.pt:RI_UFU:oai:repositorio.ufu.br:123456789/17072 |
Date | 22 May 2009 |
Creators | Santos, Lívia Andrade |
Contributors | Rasera, Emerson Fernando, Peres, Rodrigo Sanches, Ferreira, Cíntia Bragheto, Lorenzi, Carla Guanaes |
Publisher | Universidade Federal de Uberlândia, Programa de Pós-graduação em Psicologia, UFU, BR, Ciências Humanas |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Format | application/pdf |
Source | reponame:Repositório Institucional da UFU, instname:Universidade Federal de Uberlândia, instacron:UFU |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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