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O desenvolvimento da justiça distributiva em crianças

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Previous issue date: 2004 / O objetivo principal desta pesquisa foi investigar os tipos de princípios de
justiça distributiva utilizados por crianças de diferentes idades. Além deste objetivo
geral, pleiteava-se também verificar a influência de variáveis como o sexo e a idade,
na escolha do tipo de princípio de justiça que justificasse o raciocínio utilizado pelas
crianças durante a distribuição.
Foram participantes deste estudo 120 crianças, com idades variando entre 5 e
10 anos, de ambos os sexos. Suas concepções sobre justiça distributiva foram
avaliadas através de um dilema constituído por quatro histórias, nas quais dois
personagens (CA e CV) tinham que decidir dar ou não mais blocos de brinquedo a
um personagem que chegava atrasado à escola (CR ou CL). As quatro histórias
utilizadas foram: (A) o CR pedia educadamente mais blocos; (B) o CL era mais novo
que os outros dois; (C) o CR gritava com os outros dois e bagunçava a brincadeira
deles; por fim, na história (D), se solicitava que as crianças dividissem todos os
brinquedos entre o CV, o CA e o CR, que haviam chegado à escola ao mesmo
instante.
A análise dos resultados mostra que, de uma maneira geral, o modelo teórico
proposto por Piaget (1932) foi corroborado, pois tendências ao igualitarismo absoluto
foram identificadas, sobretudo, entre crianças de 5 a 6 anos, enquanto que a
utilização de julgamentos eqüitativos tornou-se cada vez maior, à medida que se
avançou nas faixas etárias. Observou-se ainda que as informações contextuais
influenciaram os julgamentos das crianças mais velhas, de maneira que elas
consideraram, mais do que as crianças mais novas, o comportamento do
personagem atrasado como fator relevante na hora de fazer a divisão dos
brinquedos. Outros resultados apontam para a confirmação de que os julgamentos
infantis sobre justiça distributiva podem ser bem mais complexos do que Kohlberg
sugeriu, assim como foi apontado por Damon. Neste sentido, observou-se que
julgamentos que levam em consideração a importância da cooperação e do respeito
mútuo os quais, segundo Kohlberg, seriam esperados somente em idades
avançadas puderam ser identificados mesmo em crianças de 5 a 6 anos. Não se
identificou influência significativa do sexo sobre a escolha de princípios distributivos.
Por fim, julga-se que apesar de terem sido identificadas tendências de evolução nos
raciocínios sobre justiça distributiva, os resultados desse estudo são insuficientes
para que se possa falar em estágios de desenvolvimento propriamente ditos

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufpe.br:123456789/8875
Date January 2004
CreatorsRodrigues Sampaio, Leonardo
ContributorsRoazzi, Antonio
PublisherUniversidade Federal de Pernambuco
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFPE, instname:Universidade Federal de Pernambuco, instacron:UFPE
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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