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Previous issue date: 2017-02-17 / CAPES / FACEPE / Neste trabalho investigamos o ativismo ecológico enquanto um caminho de politização e de construção identitária. Objetivamos analisar a construção discursiva da identidade de militantes do movimento ambientalista das regiões Norte e Nordeste do Brasil, buscando, especificamente, identificar, em suas narrativas, as especificidades dos recursos discursivos institucionais, sociais e/ou culturais, que foram apresentados como dispositivos na construção de suas identidades de militantes ambientalistas; identificar e analisar os diferentes discursos mobilizados quando definem a si mesmos e o movimento do qual fazem parte; identificar e analisar os recursos retóricos utilizados para justificar o engajamento no movimento ambientalista e combater o discurso antiambientalista. Realizamos entrevistas de Relato Oral de Vida com 23 voluntários de ambos os sexos, com história pessoal de militância no ambientalismo, cujas idades variaram entre 20 e 67 anos e que residiam nos estados do Amazonas (AM), Paraíba (PB) e Pernambuco (PE). Eles atuavam em organizações de iniciativa do poder público ou da sociedade civil, envolvidos na defesa do meio ambiente nas suas mais diversas vertentes. Os relatos foram gravados, transcritos na íntegra e analisados com o método de análise do discurso desenvolvido pelos teóricos da psicologia social discursiva. As narrativas dos entrevistados evidenciam a heterogeneidade do campo discursivo do ambientalismo, marcado por conflitos e tensões entre perspectivas distintas de homem e natureza, e pela integração de questões sociais a um movimento ambiental diversificado. De modo geral, se posicionam a favor de uma aproximação entre preservação do meio ambiente e desenvolvimento socioeconômico (socioambientalismo), em detrimento de propostas de proteção ambiental por meio da exclusão do homem dos espaços naturais (preservacionismo). Os depoentes compreendem o ambientalismo como um caminho de sensibilização de outros sujeitos, que oportuniza um espaço no qual se pode discutir e disseminar a ideia da participação cidadã e do engajamento coletivo. Suas narrativas falam de agentes políticos e sociais que, de diferentes maneiras, são posicionados como estando na origem do trabalho ecológico que viriam a realizar mais tarde: 1) Um contexto familiar que propiciou um contato e um bem estar com a natureza; 2) espaços escolares que possibilitaram interlocuções que foram importantes no processo de construção das suas identidades; e 3) a Igreja Católica como um agenciador das identidades de militantes dos nossos entrevistados. As definições e descrições que construíram a respeito do ambientalista e do ambientalismo foram agrupadas em categorias tais como Preservacionistas e Conservacionistas, Socioambientalistas, os Espiritualistas, os Missionários, os Apaixonados pela natureza e o Outro. Eles ainda constroem a identidade dos ambientalistas como pessoas que possuem um espírito missionário e uma preocupação com a coletividade, sendo pró ativos no engajamento político e na busca por melhorias na relação que o homem estabelece com a natureza. Os nossos depoentes abordam o ambientalismo como uma pluralidade, composto por várias posições identitárias, como um sujeito político que é constituído em meio às várias práticas articulatórias e abordagens discursivas nos cenários das relações políticas e sociais contemporâneas. Isso nos leva a concluir que é inadequado falar desse agente social como se estivéssemos nos referindo uma entidade unificada e homogênea. / In this work we have investigated environmental activism as a path to politicizing and identity construction. We aim to analyze the discursive construction of the environmental movement activists’ identity from North and Northeast regions of Brazil, specifically seeking to identify the specificities of the institutional, social and / or cultural discursive resources that were presented as devices in the construction of their identities of environmentalist militants; to identify and to analyze the different mobilized discourses when they define themselves and the movement which they make part of; to identify and to analyze the rhetorical resources used to justify engagement in the movement and to combat anti-environmentalist discourse. We have made interviews of Oral Life Report with 23 volunteers of both genders, with personal history of activism in environmentalism, whose ages ranged from 20 to 67 years-old and who lived in the states of Amazonas (AM), Paraíba (PB) and Pernambuco (PE). They worked in organizations of public initiative or civil society, involved in the defense of the environment in its most diverse aspects. The reports were recorded, transcribed in full and analyzed using the method of discourse analysis developed by discursive social psychology theorists. The interviewees' narratives highlight the heterogeneity of the discursive field of environmentalism, marked by conflicts and tensions between different perspectives of man and nature, and by integrating social issues with a diversified environmental movement. In general, they are in favor of an approximation between preservation of the environment and socioeconomic development (socio-environmentalism), to the detriment of proposals for environmental protection through the exclusion of man from the natural spaces (preservationism).The deponents understand environmentalism as a way of raising awareness of other subjects, which provides room for discussion and dissemination of the idea of citizen participation and collective engagement. Their narratives speak of political and social agents who, in different ways, are positioned as being at the origin of the ecological work that would come later: 1) A family context that provided a contact and a well-being with nature; 2) school spaces that enabled important interlocutions in the process of constructing their identities; and 3) the Catholic Church as an agent of the identities of militants of our interviewees. The definitions and descriptions they constructed regarding the environmentalist and environmentalism were grouped into categories such as Preservationists and Conservationists and Socioenvironmentalists, Spiritualists, Missionaries, Passionates of the Nature and the Others. They still build the identity of environmentalists as people who have a missionary spirit and a concern for the community, being proactive in political engagement and the search for improvements in the relationship that man establishes with nature. Our deponents approach environmentalism as a plurality, composed of several identitarian positions, as a political subject that is constituted among the various articulatory practices and discursive approaches in the scenarios of contemporary political and social relations. This leads us to conclude that it is inappropriate to speak of this social agent as if we were referring to a unified and homogeneous entity.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufpe.br:123456789/25968 |
Date | 17 February 2017 |
Creators | DINIZ, Larissa Raposo |
Contributors | http://lattes.cnpq.br/2268597352863613, OLIVEIRA FILHO, Pedro de |
Publisher | Universidade Federal de Pernambuco, Programa de Pos Graduacao em Psicologia, UFPE, Brasil |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
Source | reponame:Repositório Institucional da UFPE, instname:Universidade Federal de Pernambuco, instacron:UFPE |
Rights | Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil, http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/, info:eu-repo/semantics/openAccess |
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