Após a disponibilização dos antirretrovirais (ARV), a sexualidade dos portadores de HIV/Aids passou a ser mais freqüentemente estudada, especialmente com enfoque na prevenção e no risco. Objetivos: Descrever a vida sexual de portadores de HIV/Aids e identificar as associações da piora na vida sexual após o diagnóstico de HIV com variáveis relativas às características socioeconômicas, à vida sexual, ao uso do ARV e dos serviços de saúde. Métodos: Os dados utilizados procedem de dois estudos transversais com 250 homens e 729 mulheres portadores de HIV/Aids (amostras consecutivas), realizados em dois centros de referência para o HIV/Aids da cidade de São Paulo, entre setembro de 1999 e fevereiro de 2002.A resposta para a questão sobre a mudança na vida sexual, após o diagnóstico de HIV/Aids de cada questionário, foi avaliada e categorizada como piora ou não. A comparação foi realizada entre os grupos de homens e mulheres em relação à piora na vida sexual após o diagnóstico de HIV. Fatores associados foram estimados por regressão múltipla de Poisson. Os testes foram conduzidos em nível de significância de 5 por cento. Resultados: Os homens relataram mais mudança negativa que as mulheres 59 por cento e 41 por cento, respectivamente (p<0,001). Para mulheres, os fatores associados às mudanças negativas na vida sexual, após o diagnóstico, foram: passar por dor ou desconforto físico no atendimento recebido no serviço de saúde, não ser atendida por enfermeiro, dificuldade de falar com ginecologista sobre a vida sexual, desejo de ter filhos/estar grávida, ausência de desejo de ter filhos e abstinência sexual. Fatores negativamente associados foram: renda entre 2 e 4 salários mínimos, via sexual de infecção para o HIV. Para homens, os fatores associados a mudanças negativas na vida sexual após o diagnóstico foram: desemprego e facilidade moderada de falar com psicólogo sobre a vida sexual. Fatores negativamente associados foram: número de parcerias sexuais durante a vida (pelo menos 6) e uso prévio de maconha. Conclusões: Os resultados parecem apontar para uma vulnerabilidade programática elevada das mulheres portadoras em relação ao desfecho, bem como vulnerabilidades individuais e sociais que acompanham roteiros de gênero específicos / After Highly Active AntiRetroviral Treatment (HAART) became available, the sexuality of people living with HIV/Aids has been more frequently studied, especially focusing prevention and risk. Objectives: Describe sexual life of people living with HIV/Aids and identify the associations between worsening in sexual life after serodiagnosis and variables such as sociodemographic, related to sexual life, use of HAART, use and relation to healthcare services. Methods: The data came from two previous cross-sectional studies with 729 women and 250 men living with HIV/Aids in São Paulo (consecutive samples), carried out in two reference centers in the city, between September 1999 and February 2002. The answer to the question about changing in sexual life after the diagnosis of HIV/Aids in each questionary was rated and categorized as worsening or not. Comparison was done between men and women groups that showed worsening of sexual life after serodiagnosis. Associated factors were estimated by Poissons Multiple Regression. The tests were conducted with a 5 per cent significance level. Results: Men reported more negative changes in sexual life after diagnosis than women 59 per cent and 41 per cent, respectively (p<0.001). Associated factors for women were: experiencing pain or physical discomfort when being attended by healthcare services, not being attended by a nurse, difficulty in talking about sexual life with the gynecologist; desire to have children/being pregnant, absence of desire to have children and sexual abstinence. Negatively associated factors were: monthly income of 2-4 minimum wages, sexual infection for HIV. In men, the associated factors were: unemployment, moderate easiness to talk to a psychologist about sexual life. Negatively associated factors were; sexual partnership through life (at least 6), previous or current use of marijuana. Conclusions: The results seem to point out to a high programmatic vulnerability of women regarding the outcome, as well as individual and social vulnerabilities of men and women, that accompany specific gender scripts
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:teses.usp.br:tde-22102010-133208 |
Date | 05 October 2010 |
Creators | Lígia Polistchuck |
Contributors | Ivan França Junior, Jose Ricardo de Carvalho Mesquita Ayres, Vera Silvia Facciolla Paiva |
Publisher | Universidade de São Paulo, Saúde Pública, USP, BR |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP, instname:Universidade de São Paulo, instacron:USP |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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