Made available in DSpace on 2016-12-08T16:35:04Z (GMT). No. of bitstreams: 1
maristela.pdf: 1536157 bytes, checksum: 6581f86ab7d982311e4808108ad3bd5a (MD5)
Previous issue date: 2013-02-21 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / This research proposes a socio-historical microanalysis which attempts to understand the social trajectory of social and educational practice of Eglê Malheiros through, especially her memoirs. It is questionable to what extent the choices and actions of this woman were conditioned by their social trajectory marked by the admission in renowned schools, high level of accumulated cultural capital and political activism. The methodology option for oral history is made through semi-structured interviews in which the teacher reminisces about her social family origin, the school courses, the career and about the teaching practice that she developed in the State College Dias Velho between the 1947th and 1964th years in Florianópolis (SC). Therefore, there is a theoretical support in Pierre Bourdieu, especially to operationalize the concepts of habitus, field, cultural and social capital, both essential to understand the concept of social trajectory that sets the number of positions occupied successively by the same agent during her life. Communist militant, modernist, Eglê Malheiros graduated in Laws, but she chose to be a History teacher. In her memoirs states to have appropriated the prescribed curriculum for the teaching of this subject in a unique way, by opting for a critical theoretical and methodological bias based on historical dialectical marxism, while the normative text prescribed by national legislation had as a mark the conservatism that New State prevailed through the Organic Law on Secondary Education. To understand how the teacher reframed the curriculum position, moves the concepts of appropriation and curriculum. The first one from Roger Chartier and the second one from Tomaz Tadeu da Silva and Thomas Popkewitz. From these references analyzes the prescribed curriculum for the teaching of History as a text that was read, interpreted and
reframed by a sui generisteacher. Through some recalled examples by Eglê Malheiros it can be seen how she translated in classroom her theoretical and methodological marxist option. In teaching the History of Brazil, she wondered the contents presented in officers textbooks and she even added reflections that were not part of the formal curriculum. To teach about the economical formation of Brazil, the teacher included in her classes concepts such as Colonial Pact. Inspired by marxist authors, mainly in Caio Prado Junior, she was intended to make students reflect on History of a critical way, noting the condition of submission that the brazilian colony lived in relation to their cities. Take also as an example, the performance of Calabar at the time of the dutch invasion in Pernambuco. At the time, he was considered by brazilian historiography as a traitor to the country. Eglê Malheiros doubts about "betrayal" creating conditions for reflection about the clash between two metropolises (Portugal and the Netherlands) which had a common interest in exploring the brazilian colony. Daughter of a lawyer and a teacher, both political activists, Eglê Malheiros did the magisterium her main activity and her teaching practice crossed her being with her way of teaching, and unveiled in her way of teaching, her way of being. / Esta pesquisa realiza uma microanálise sócio-histórica que intenta compreender a trajetória social e a prática docente de Eglê Malheiros por meio, especialmente, de suas memórias. Questiona-se em que medida as escolhas e ações dessa mulher foram condicionadas por sua trajetória social marcada pelo ingresso em estabelecimentos de ensino renomados, alto nível de capital cultural acumulado e militância política. A opção metodológica pela história oral efetiva-se através de entrevistas semiestruturadas, nas quais a professora rememora a origem sociofamiliar, os percursos escolares, a carreira e a prática docente que desenvolveu no Colégio Estadual Dias Velho entre os anos de 1947 e 1964 em Florianópolis (SC). Para tanto, encontra-se respaldo teórico em Pierre Bourdieu, para operacionalizar os conceitos de habitus, campo, capital cultural e social, ambos imprescindíveis na compreensão da concepção de trajetória social que configura a série de posições sucessivamente ocupadas por um mesmo agente durante sua vida. Militante comunista e modernista, Eglê Malheiros graduou-se em Direito, mas escolheu ser professora de História. Em suas memórias, afirma ter se apropriado do currículo prescrito para o ensino dessa disciplina de forma singular, optando por um viés teórico-metodológico crítico fundamentado no marxismo histórico dialético, enquanto o texto normativo prescrito pela legislação nacional tinha como marca o conservadorismo estadonovista que vigorava através da Lei Orgânica do Ensino Secundário. Para compreender como a professora ressignificava o currículo posto, movimentam-se os conceitos de apropriação e currículo. O primeiro a partir de Roger Chartier, e o segundo de Tomaz. Tadeu da Silva e Thomas Popkewitz. A partir dessas referências, faz-se a análise do currículo prescrito para o ensino de História como um texto que foi lido, interpretado e ressignificado pela professora de forma sui generis. Por meio de alguns exemplos rememorados por Eglê Malheiros é possível perceber como ela traduzia em sala de aula sua opção teórico-metodológica marxista. Ao ensinar História do Brasil, ela questionava conteúdos apresentados nos livros didáticos oficiais e, inclusive, acrescentava reflexões que não faziam parte do currículo prescrito. Para ensinar sobre a formação econômica do Brasil, a professora incluía em suas aulas conceitos como o de Pacto Colonial. Inspirada em autores marxistas, principalmente em Caio Prado Junior, ela procurava fazer com que os alunos refletissem sobre a História de uma forma crítica, atentando para a condição de submissão que a colônia brasileira vivia em relação às suas metrópoles. Toma-se também como exemplo, a atuação de Calabar quando da invasão holandesa em Pernambuco. À época, ele era considerado pela historiografia brasileira como um traidor da pátria. Eglê Malheiros põe em dúvida essa "traição", criando condições para a reflexão acerca do embate entre duas metrópoles (Portugal e Holanda), que tinham o interesse comum em explorar a colônia brasileira. Filha de um advogado e uma professora, ambos militantes políticos, Eglê Malheiros fez do magistério sua principal atividade, cuja prática docente cruzou a sua forma de ser com a de ensinar e desvendou, na sua forma de ensinar, a sua forma de ser
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:tede.udesc.br #179.97.105.11:handle/990 |
Date | 21 February 2013 |
Creators | Rosa, Maristela da |
Contributors | Dallabrida, Norberto |
Publisher | Universidade do Estado de Santa Catarina, Mestrado em Educação, UDESC, BR, Educação |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Format | application/pdf |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UDESC, instname:Universidade do Estado de Santa Catarina, instacron:UDESC |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
Page generated in 0.0015 seconds