[pt] A tese investiga a relação entre design, imaginação, sentidos e emoções. Questiona-se: como os objetos e/ou espaços se expressam para o homem e vice-versa? Quais sentidos regem esta comunicação? Como aproximar arte, ciência, imaginação, design e magia? Como criar objetos e espaços que criam encantamento? A partir dessas perguntas, o trabalho mergulha nos conceitos teóricos dos poetas românticos Friedrich Schlegel e Novalis sobre a influência dos fragmentos no pensamento e na criatividade, assim como nas teorias de Richard Holmes a respeito do período histórico conhecido como Age of Wonder — uma época marcada por grandes descobertas, movidas pelo desejo, um certo descompromisso com as regras, e o prazer da descoberta — visando compreender como essa fluidez entre desejo, imaginação, ciência, arte e filosofia influenciava o gênio criativo. Inspirada neste momento do romantismo, a hipótese defendida é a relevância destes elementos, imaginação e sentido, para o desenvolvimento da criatividade e, assim, a criação de um vínculo intuitivo entre sujeitos, artefatos e espaços. Para tal, percorre-se, em especial, o trabalho de Thomas Hankins e Silverman sobre instrumentos e imaginação; as ideias de Pallasmaa sobre sentidos e arquitetura; as teorias de De Cruz e De Smedt sobre analogias distantes; Stafford acerca da educação visual e sensorial existente no século XVIII e XIX, e Sarah Tindal Kareem que aponta como a literatura do século XVIII trouxe a volta da crença no wonder. Embebida por esses juízos, a pesquisa conceitua a ideia central do Wonder Design: a busca por estimular o pensamento criativo fragmentário e não-linear inspirado na associação entre romantismo, encantamento, imaginação e sentidos. Através disso, buscamos estimular a criação de conceitos e projetos que estimulem a imaginação, a criatividade e o senso de wonder. Por wonder entende-se encantamento e maravilhamento, ou seja, elementos que despertam sentidos, emoções e curiosidades no indivíduo. Nossa ideia, foi remover certas amarras racionais no processo do design e permitir uma maior liberdade de criação. O Wonder Design também busca a materialização do abstrato - imaginação e sentidos - em artefatos
denominados Objetos Vivos. Para corporificar tais noções, um instrumento da imaginação foi desenvolvido: as Wonder Cards, uma ferramenta criativa em forma de card game para a conceituação de projetos que têm imaginação, sentidos e emoções como parâmetros primordiais. Também foram realizadas experiências iniciais com o que denominamos de Wonder Places, que são elementos conceituais que alteram o espaço e buscam criar uma experiência que influencia o pensamento criativo. As dinâmicas no qual trabalhamos esses conceitos foram realizadas em workshops com públicos variados. Os resultados e as reflexões dessas experiências são apresentados, assim como os possíveis desdobramentos futuros de estudos sobre o que denominamos de Wonder Design. / [en] The following thesis investigates the connection between design, imagination, senses and emotions. We wonder: how are objects and/or spaces expressed for men and vice versa? What senses rule this communication? How to bring art, science, imagination, design and magic closer? How to create objects and spaces that produce enchantment? From these questions onward, we delve into theoretical concepts of romantic poets Friedrich Schlegel and Novalis about the influence of fragments on thinking and creativity, as well as on Richard Holmes theories regarding the historical period known as Age of Wonder- a time period famous for its great discoveries, driven by desire, a kind of disregard to the rules, and the pleasure of discovery-- aiming to fully understand how this fluidity between desire, imagination, science, art and philosophy influenced the creative genius. Inspired by this moment of romanticism, we defend the hypothesis that the relevance of these elements, imagination and sense, for the development of creativity, and thus, the formation of an intuitive link between subjects, artefacts and spaces. To that end, we analyzed mainly the work of Thomas Hankins and Silverman about instruments and imagination; Pallasma s ideas about senses and architecture; De Cruz and De Smedt s theories about distant analogies, Stafford s theories about visual and sensorial education present on the XVIII and XIX centuries, and Sarah Tindal Kareem who points out how the literature of the XVIII century brought back the belief in wonder. Instilled by these judgements, the research conceptualizes the main idea of Wonder Design: the aim to stimulate fragmentary and nonlinear inventive thinking inspired by the association between romanticism, enchantment, imagination and senses. Thereby, we aim to stimulate the creation of concepts and projects that boost imagination, creativity and sense of wonder. By wonder, we mean enchantment and amazement, that is, elements that awaken senses, emotions and curiosity on the individual. Our idea was to remove some rational tethers of the design process and to allow greater freedom of creation. Moreover, Wonder Design aims to materialize the abstract -imagination and senses - through artefacts named Living Objects. To embody these notions, an instrument of imagination was developed: The Wonder Cards, an ingenious tool shaped as a card game to conceptualize projects that use senses, emotions and imagination as primordial baselines. We performed initial experiments with what we named Wonder Places, that are conceptual elements that change space, intending to create an experience that influences creative thinking. We worked with these concepts in dynamics held at workshops with a diversified public. We presented here the results and the reflections of these experiences, as well as possible future developments from studies about what we call Wonder Design.
Identifer | oai:union.ndltd.org:puc-rio.br/oai:MAXWELL.puc-rio.br:46601 |
Date | 27 January 2020 |
Creators | RIAN OLIVEIRA REZENDE |
Contributors | DENISE BERRUEZO PORTINARI |
Publisher | MAXWELL |
Source Sets | PUC Rio |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | TEXTO |
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