Tese (Doutorado)—Universidade de Brasília, Instituto de Psicologia, 2006. / Submitted by wesley oliveira leite (leite.wesley@yahoo.com.br) on 2009-11-10T22:17:24Z
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Previous issue date: 2006 / Os guardiões da memória se constroem - e aceitam ser posicionados - como narradores privilegiados das histórias da família. Suas práticas narrativas são acompanhadas, transformadas e reforçadas pela coleção de objetos: cachinhos de cabelo, fotografias, cartas, cartões postais etc. Assim, objetivo deste estudo foi identificar os significados que orientaram a identificação de mulheres guardiãs da memória, entendendo que o self é formado pelo conjunto de posicionamentos, ou seja, pelas identificações que o EU assume no espaço interativo. Para tanto, realizamos entrevistas, individuais, narrativas e episódicas com cinco mulheres guardiãs da memória, com idade entre 38 e 70 anos, em quatro encontros. No primeiro, ouvimos as histórias de vida; no segundo, as entrevistas episódicas foram gravadas; na terceira, trabalhamos com os guardados e gravamos os comentários sobre eles e, no quarto encontro, ouvimos as histórias de cada fotografia selecionadas por elas. Os dados totalizaram 15 horas e 43 minutos de gravação em áudio que foram totalmente transcritos. Os dados foram submetidos a uma leitura intensiva e a uma análise temática dialógica que resultou na construção de um mapa de significados da história de vida de cada guardiã. As fotografias e os objetos foram analisados e quantificados e, finalmente, um mapa comum as cinco guardiãs foi construído. Os resultados indicaram que: a) as histórias de vida de mulheres guardiãs da memória estavam fortemente ligadas às histórias de sua família e a diferentes noções de tempo e espaço; b) as mulheres se tornam guardiãs em momentos de mudança da sua história, mudanças que individual e coletivamente são importantes e repercutem não só para a pessoa em si, mas também para o grupo familiar e c) estas mulheres se posicionam como guardiãs a partir de suas práticas de colecionar objetos. Os objetos são a concretização da memória. Portanto, podemos dizer que as identificações como guardiãs da memória foram construídas pela atividade que elas desenvolviam em suas famílias e pelas conseqüências do seu posicionamento como guardiãs. Finalmente, podemos afirmar que para falar de si, essas mulheres costuraram o tempo-espaço para trazerem personagens da família para compor suas histórias, além de evidenciar o processo dialógico da identificação. Falar sobre si envolve um processo dialógico e, por isso, uma prática polifônica que requer a participação de diferentes personagens posicionados em muitos contextos que ajudam o EU, como self-dialógico, a se posicionar na história. ________________________________________________________________________________________ ABSTRACT / Memory guardians build themselves - and accept to be - positioned as their family’s histories privileged narrators. Their narrative practices are followed by, transformed in and strengthen by a collection of objects – hair curls, photographs, letters, postcards and so on. This study aimed at identifying the meanings that oriented women identifications as memory guardians. Self is formed by a set of positions, that is, by the identification the I assume in the interaction space. Five 38 to 70 years old women guardians of memory participated in four sessions of individual narrative and episodic interviews. In the first session we listen to their life histories. In the second the episodic interviews were tape recorded. In the third meeting we worked with their kept safe objects and recorded their commentaries about them. In a fourth meeting we listen to each ones history about the photographs they had selected. Data totalized 15h43m of tape recording which were thoroughly transcribed. Data were then submitted to intensive reading and to a dialogical thematic analysis which resulted in the building of a life history meanings map to each guardian. Photographs and objects were then analyzed and quantified and finally a unified map common to the five guardians was constructed. Results indicated that: a) the guardian women´ life histories were strongly linked to their families´ histories and to a different notion of time and space; b) women became guardians in a transitional moment of their histories, those changes had personal and collective importance and were reflected in the person and the family group; and c) those women positioned themselves as guardians through their object collecting practices. Objects are then the concretization of memory therefore we may assert that the women´ identifications as guardians of memory were built in the activity they developed in their families and by the consequences of their positioning as guardians. Finally, we may state that in order to talk about themselves, those women wove time and space to bring in family characters that compose their histories to evidence the dialogical process of identification. Talk about oneself is a dialogical and, therefore, a polyphonic practice that requires the participation of different characters placed in many contexts that support the I - as a dialogical self - to position herself in history.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.unb.br:10482/6213 |
Date | January 2006 |
Creators | Caixeta, Juliana Eugênia |
Contributors | Barbato, Silviane Bonaccorsi |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
Source | reponame:Repositório Institucional da UnB, instname:Universidade de Brasília, instacron:UNB |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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