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A Narrativa como espaço de construção de identidades raciais e tradutórias

Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão, Programa de Pós-Graduação em Estudos da Tradução, Florianópolis, 2011 / Made available in DSpace on 2012-10-26T07:48:02Z (GMT). No. of bitstreams: 1
295136.pdf: 657285 bytes, checksum: fa9dfdffa980555f3ca605e62f68d3af (MD5) / Esta dissertação analisou a relação entre narrativa, identidades e tradução na obra O Tradutor: memórias de um homem que desafiou a guerra de Daoud Hari. A hipótese que norteou o estudo sugere que os fenômenos da narrativa pós-colonial, juntamente com valores culturais africanos e ocidentais, estão na origem geradora das identidades do narrador e providenciam o conteúdo linguístico/cultural para o estudo da tradução. Os objetivos estabeleceram quatro tipos específicos de análise: (1) as semelhanças e diferenças culturais que relacionam os mundos Africano e Ocidental; (2) as identidades nacionalista, assimilacionista e catalista do narrador; (3) as associações entre essas modalidades de identidades e as categorias de narrativas ontológicas e públicas presentes no O Tradutor; e (4) os fenômenos culturais que distinguem texto-fonte e texto-alvo. A metodologia estipulou quatro capítulos: o primeiro discutiu as modalidades narrativas ontológica e pública, com base nos escritos de Baker (2006) sobre o assunto; o segundo relacionou o pós-colonialismo à caracterização das identidades, buscando em Hall (2006) o suporte teórico; o terceiro se valeu de Chesterman (1997), para construir uma visão de tradução como meme; o quarto e último capítulo, tomou excertos de O tradutor para construir relações entre narratividade, identidade e tradução. Para a análise comparativa do texto de origem e destino, 30 excertos da obra O Tradutor foram selecionados - quinze ontológicos e quinze públicos. Os resultados mostraram diferenças entre as narrativas ontológicas e públicas: a primeira se concentrou na vida pessoal do narrador/tradutor Hari; a segunda, nas experiências coletivas do povo sudanês. Os resultados também revelaram distinções identitárias: através da assimilação, Hari se aproximou dos valores culturais do Ocidente: a língua Inglês/Europeu, literatura e tecnologia; por meio do nacionalismo Hari enfatizou o seu apego aos valores culturais africanos como, por exemplo, a família, o idioma nativo zaghawa, e o povo sudanês que enfrentava o genocídio; com o catalismo, soube fundir os valores ocidentais e africanos, simbolizados pela tradução interlingual entre o idioma zaghawa e o inglês. O uso de estratégias de tradução pelo tradutor brasileiro Moura Filho demonstrou que as diferenças entre os idiomas de origem e de destino derivaram da aplicação das estratégias sintáticas, semânticas e pragmáticas. As conclusões realçaram a validade da aproximação da tradução à narratividade e à construção de identidade, em um ambiente marcado pelo tipo de perspectiva pós-colonial que examina a coexistência de elementos ou fenômenos culturais de africanos e ocidentais em narrativas de autores africanos.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufsc.br:123456789/95991
Date January 2011
CreatorsPinsegher, Mara Lúcia
ContributorsUniversidade Federal de Santa Catarina, Heidermann, Werner
PublisherFlorianópolis, SC
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFSC, instname:Universidade Federal de Santa Catarina, instacron:UFSC
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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