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O que pode um geocorpo? saúde, doença e morte atravessados nas linhas vitais de pacientes terminais

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Previous issue date: 2016-02-25 / A pesquisa surgiu do interesse em compreender como os pacientes terminais criam forças para viver mesmo com as inúmeras dificuldades e com as limitações ocasionadas pela doença e pelos efeitos colaterais dos tratamentos radicais. Com uma metodologia meio movediça que se constituiu ao longo do trabalho, a pesquisa contou com o acompanhamento de dois pacientes terminais e seus familiares e com o relato de duas pessoas que cuidaram de seus genitores, também diagnosticados como pacientes terminais, até o óbito. Dentre os procedimentos, houve o uso de entrevistas, de diários de familiares, de observações durante as visitas aos pacientes em suas residências e em suas várias idas aos hospitais em busca de tratamento médico. A imersão e produção do pensamento se deram nas confluências e conexões entre as experiências dos pacientes terminais, acumuladas durante os encontros com esses pacientes, com familiares e com a leitura atenta às teoriazações de Deleuze, de Guattari e de Nietzsche, dentre outros. As questões a seguir ajudaram a dar algum norteamento para o trabalho de pesquisa: como os pacientes em estado terminal experienciam o seu corpo no intermezzo vida e morte? Que acontecimentos são suscitados entre desacreditar de tudo e acreditar em momentos possíveis de saúde, ou seja, o que emerge entre a impotência e a potência do corpo? Que subjetivações/individuações nebulosas são criadas ou inventadas nesse entre vida e morte na superfície do corpo? Como esses corpos provocam/problematizam ou impactam as nossas noções tradicionais de corpo saudável e de corpo doente? E, o que mais importa para esses pacientes, quando experimentam o adoecimento de seu corpo? Tais questões foram desdobradas nos objetivos de detectar os modos como os pacientes em estado terminal experienciam possíveis momentos de velocidades lentas e/ou frenéticas de saúde para seus corpos, mesmo no estado de doença no qual se encontram; discutir os processos de subjetivação que se inscrevem nos corpos desses pacientes que são atravessados pelos estados de saúde, de adoecimento, de vida e de proximidade com a morte e problematizar os modos de reinvenção do corpo saudável criados por esses pacientes com os conceitos tradicionais de corpo, de saúde e de doença oriundos principalmente da biomedicina. Como principais resultados a experimentação do pensamento levou a criação do conceito de geocorpo e outros que o compõem como saúde possível, solidão rodeada, solidão miserável e corpo apaziguado corroborando a tese de que os pacientes em estado terminal inventam e reinventam suas subjetividades e percorrem um nebuloso movimento entre vida e morte, entre saúde e doença, que os forçam o repensar de outros modos de entendimento do corpo, da vida e da saúde. O corpo nesse intermezzo fomenta um movimento de dobras e de redobramentos percorrido por experiências de momentos de velocidades lentas e/ou frenéticas de saúde, (mesmo no estado de doença no qual se encontram, através da eliminação ou exclusão mental dos órgãos comprometidos) e tendem a providenciar uma saúde provisória para a sua própria existência. Um geocorpo que experiencia transmutar ou ver e dizer de si outros modos. O que possibilita comunicar com o desmanchamento do idêntico para dobrar o “outramento” (um outro de si, um outro de outro). A tese fomenta outras perspectivas de corpo humano para além do modelo orgânico, o que pode vir a ser uma contribuição para o Ensino de Ciências e para a com-vivência com/dos pacientes terminais. / The research came from the interest to comprehend how terminal patients get strength to live even they have many difficulties and limitations caused by the disease and the side effects of radical treatment. Considering a methodology that seems like a quicksand which was formed during the work, the research accompanied two terminal ill patients and their families and with the story of two people who cared for their parents, also diagnosed as terminal ill patients, until death. During the procedures, there were interviews, family diaries, observation during visits to patients in their homes and in their various visits to hospitals for medical treatment. Immersion and production of thought gave the confluences and connections between the experiences of terminal ill patients, accumulated during encounters with these patients and their families, and reading carefully the theories of Deleuze, Guattari, Niatzsche and other authors. The following questions helped to give some direction for the research: how terminal ill patients live their body in the intermezzo life and death? What events are raised between discredit everything and believe in possible times of health, in other words, what emerges between impotence and the power of the body? Which subjectivities / individualities nebulae are created or invented in this intermezzo between life and death on the body surface? How these bodies cause / problematize or impact our traditional notions of body healthy and diseased body? And what matters most for these patients when they experience illness of your body? Such questions were unfolded in the objectives of detecting the ways in which terminal ill patients experience possible times of slow speeds and / or frenetic health to their bodies, even in the disease state in which they find themselves; to discuss the subjectivity processes which are recorded on the bodies of these patients crossed by the states of health, illness, life and proximity to the death and to debate the healthy body reinvention modes created by these patients with traditional concepts of body , health and disease arising mainly from biomedicine. The main results experimentation of thought led to the concept of geocorpo and others that compose it as healthy as possible, surrounded by accompanied loneliness, miserable loneliness and appeased body supporting the thesis that terminal ill patients invent and reinvent their subjectivities and run a cloudy movement between life and death, health and disease, forcing these patients to rethinking about other body understanding modes of life and health. The body in that intermezzo fosters a movement of folds and new folds run by experiences related to moments of slow speeds and / or frantic health, (even in the disease state in which they are, by eliminating or mental exclusion of affected organs) and tend to provide a temporary health for its own existence. A geocorpo that experiences to transmute or view and tell it about ways of existence. It makes possible to communicate with the identical dismantlement to bend the "outramento" (another itself, another from another). The thesis promotes other prospects beyond human body in its organic model, which can prove to be a contribution to science education and a way to live besides terminal patients.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufpa.br:2011/8932
Date25 February 2016
CreatorsNASCIMENTO, Lucineide Soares do
ContributorsBRITO, Maria dos Remédios de
PublisherUniversidade Federal do Pará, Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências e Matemáticas, UFPA, Brasil, Instituto de Educação Matemática e Científica
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFPA, instname:Universidade Federal do Pará, instacron:UFPA
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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