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A fábula do lugar no samba

Cette étude analyse, sous la lumière de la Géographie Culturelle et de la Géographie Humaniste, en mettant en rélief les paroles de samba, un phénomène géographique brésilien qui complète plus de 100 ans dans la ville de Rio de Janeiro: les favelas. Dans la fable chantée par le sambista (sujet national), ce lieu est symbolisé, desymbolisé et resymbolisé, tout en devenant une Transfavela. Comme part du paysage carioca, brésilien, ces favelas “batucadas” nous représentent et transgressent la géographie, en nous étendant au-delà des limites du local et du national et en redessinant les monts cariocas avec les tonalités de fable de lieu (BESSIÈRE, 1999). Si, dans la littérature, on a des écrivains qui contribuent à composer des fables de villes/régions et/ou pays, en devenant indissociable leur rapport avec les lieux (comme dans le cas de Dublin/Joyce, Sertão/Guimarães, Tropiques/Lévi-Strauss, Prague/Kafka e Lisbonne/Pessoa), cette étude affirme que le rapport entre les favelas et la production musicale des sambistas se montre intrinsèque. Ainsi que dans la littérature, dans les paroles de samba, imaginaire et réalité se trouvent tellement imbriqués, que le lieu référentiel se confond avec le symbolique. Dans ce sens, nous affirmons que comme certains écrivains deviennent auteurs de leur villes, les sambistas peuvent être considérés, eux aussi, les auteurs des favelas. Dans cette fable chantée au son du “cavaco”, “pandeiro” e tamburin, on constate l´impossibilité de la fixité du lieu, dans la mesure où, à travers la samba, les favelas se déplacent et entreprennent des traversées qui vont du périphérique au centre, tout en établissant une réinvention et transmutation comme Favela-Mundi qui répercute, dans l´oreille du monde, la voix des bambas qui y vivent ou ont vécu. / O presente estudo comparatista analisa, sob o viés da Geografia Cultural e da Geografia Humanística, com foco no estudo de letras de samba, um fenômeno geográfico brasileiro contemporâneo que completa mais de 100 anos na cidade do Rio de Janeiro: a favela. Na fábula cantada pelo sambista (sujeito nacional), a favela é simbolizada, dessimbolizada e ressimbolizada, transformando-se em Transfavela. Como parte da paisagem carioca, brasileira, essa favela batucada nos representa e transgride a própria geografia, expandido-nos para além dos limites do local e do nacional, redesenhando os morros cariocas com as tonalidades de fábula do lugar (BESSIÈRE, 1999). Se, na literatura, temos escritores que contribuíram para a composição de fábulas de cidades, regiões e/ou países, tornando indissociável sua relação com os lugares (como no caso de Dublin/Joyce, Sertão/Guimarães, Trópicos/Lévi-Strauss, Praga/Kafka e Lisboa/Pessoa), o presente estudo afirma que se revela intrínseca a relação entre a favela e a produção musical dos sambistas. Assim como na literatura, nas letras de samba, imaginário e realidade estão tão imbricados, que a favela referencial acaba se confundindo com a simbólica. Nesse sentido, é possível afirmar que, como certos autores se tornaram autores de suas cidades, também os sambistas podem ser considerados autores da favela. Na fábula cantada ao som de cavaco, pandeiro e tamborim, constata-se a impossiblidade da fixidez do lugar, uma vez que, pela mediação do samba, a favela se desloca e empreende travessias que vão do periférico ao centro, estabelecendo-se sua reinvenção e transmutação em Favela-Mundi, que repica, no ouvido do mundo, a voz dos bambas que nela vivem ou viveram.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:lume.ufrgs.br:10183/81380
Date January 2013
CreatorsMachado, Cristiane Marques
ContributorsSilva, Maria Luiza Berwanger da
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageFrench
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS, instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul, instacron:UFRGS
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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