Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico / In the occidental philosophical tradition, the gnoseological reflection did not conferred to sensibility a prominent role. The sensitive life has value just when it is submitted to the forming power and the structuring of intellect or understanding. Criticizing the intellectualism of our philosophical tradition, Levinas defends the primacy of representation, that is, the theoretical movement and the objectifying movement of consciousness, without which, the sensitive would never mean or to have meaning. To explicit this these by Levinas is the aim of the present dissertation. For that, we will identify some consequences of this representations primacy and to present a way of philosophizing which aims to rehabilitate the sensibility in the philosophy s framework. Therefore, we focused, initially, in the concept of representation, mainly in what regards the gnoseology built by modern philosophers among them, Husserl, the father of phenomenology. He is the philosopher who we studied in a more detail, because, in many ways, he was the master of Levinas. Thus, we present the reading and the further analysis of the work Logical Investigations II (1901), entitled About intentional experiences and their contents . We opted for this logical investigation because of Levinas s several references in his text Theory of Intuition in Husserl's Phenomenology (1930). Initially, this text motivated this search and supported, mainly, the studies developed in the second chapter of this dissertation. Levinas s reflection about Husserl s phenomenology enabled us to resume some critical comments about modern thinkers, as also to glimpse philosophical horizons which open a beyond the theory in the representation. If, on one hand, Husserl could be seen as the culmination of a tradition, which favored the representation instead of sensibility, Husserl is the same who taught Levinas the importance of a phenomenology based on sensibility! In Husserl and Heidegger on Being in the World (1967) Levinas criticizes the primacy of representation and presents the importance of returning to the study of sensibility which is not reduced to the gnoseological status of knowledge. In this sense, we return to the concept of sensibility beyond the submission of the rational and totalizing I . Levinas s attention is focused on an I that do not have a way to exist only guided by the immanent sphere of consciousness, but rather notices himself or herself as being an I next to the world, an I embodied, an I in situation . So, this is, curiously, the teaching of Hurssel! The phenomenology of sensibility developed by him provoked, according to Levinas, the representation s ruin. However, this ruin does not mean, in Levinas s conception, to embrace an anonymous metaphysics (Heidegger), but rather to embrace a new way of making philosophy that is not based on the primacy of ontology and logos. In this sense, it is a philosophy as wisdom of love, that is, it does not come from the logic of yourself , but rather from the alterity (another human being) that come to us as a face , as a concrete presence (someone else). The I in Levinas s concept is immersed in other search: the attitude of respect, of responsibility, of care, of ethos not only in relation to himself or in relation to herself, but also and, especially, to the other , to the world and the unexpected in history. / Na tradição filosófica ocidental, a reflexão gnosiológica não conferiu à sensibilidade um papel de relevo. A vida sensível só possui valor quando submetida ao poder formador e estruturante do intelecto ou do entendimento. Ao criticar o intelectualismo de nossa tradição filosófica, Levinas fala em primado da representação, isto é, do movimento teórico e objetivante da consciência, sem o qual o sensível jamais poderia significar ou possuir sentido. Explicitar esta tese de Levinas será o alvo desta dissertação. Nós o faremos identificando algumas consequências desse primado da representação, bem como apresentando um modo de filosofar que visa reabilitar a sensibilidade no âmbito da filosofia. Para tanto, focalizamos, inicialmente, o conceito de representação, principalmente no que se refere à gnosiologia construída por filósofos do período moderno. Dentre eles, Husserl, o pai da fenomenologia, foi o filósofo que estudamos de forma mais detalhada, pois, sob muitos aspectos, foi o mestre de Levinas. Apresentamos, assim, a leitura e posterior análise da obra Investigações Lógicas II (1901), mais especificamente, da Quinta Investigação, intitulada Sobre vivências intencionais e seus conteúdos . Optamos por essa investigação lógica em função de Levinas referenciá-la inúmeras vezes em seu texto A Teoria Fenomenológica da Intuição (1930), escrito que motivou, inicialmente, esta pesquisa e que sustentou boa parte dos estudos desenvolvidos no segundo capítulo. A reflexão levinasiana sobre a fenomenologia de Husserl nos possibilitou retomar algumas críticas aos pensadores modernos, como também, vislumbrar horizontes filosóficos que abrem um além da teoria e da representação. Se, por um lado, Husserl poderia ser visto como o ponto culminante de uma tradição que privilegiou a representação em detrimento da sensibilidade, é o mesmo Husserl que ensinou a Levinas a importância de uma fenomenologia pautada na sensibilidade. Na obra Descobrindo a existência com Husserl e Heidegger (1967), Levinas critica a primazia da representação e apresenta a importância do retorno ao estudo da sensibilidade não mais reduzida ao estatuto gnosiológico do saber. Trata-se de retomar a noção de sensibilidade, para além da submissão ao eu racional totalizante. A atenção de Levinas recai sobre um eu que não tem seu modo de existir unicamente pautado na esfera imanente da consciência, mas sim que se percebe como sendo um eu junto do mundo, um eu encarnado, um eu em situação . Ora, este é, curiosamente, o ensinamento de Husserl! A fenomenologia do sensível desenvolvida por ele provocou, segundo Levinas, a ruína da representação. Mas esta ruína não significa, no caso de Levinas, aderir a uma metafísica do anônimo (Heidegger), e sim uma nova forma de fazer filosofia, não mais alicerçada no primado da ontologia e do logos. Trata-se de uma filosofia como sabedoria do amor, isto é, que parte não da lógica do mesmo , mas da alteridade (outro ser humano), que vem a nós como rosto , como presença concreta (outrem). O eu em sentido levinasiano se descobre imerso em outra busca: atitude de respeito, de responsabilidade, de cuidado, de ethos não só em relação a si mesmo, mas também e, sobretudo, ao outro , ao mundo e aos imprevistos da história.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufsm.br:1/9153 |
Date | 19 August 2015 |
Creators | Bragagnolo, Felipe |
Contributors | Fabri, Marcelo, Korelc, Martina, Grzibowsk, Silvestre |
Publisher | Universidade Federal de Santa Maria, Programa de Pós-Graduação em Filosofia, UFSM, BR, Filosofia |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Format | application/pdf |
Source | reponame:Repositório Institucional da UFSM, instname:Universidade Federal de Santa Maria, instacron:UFSM |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
Relation | 700100000004, 400, 300, 300, 300, 500, 252873c2-6418-4656-b37f-5589cd2acf8d, f2691ad2-99eb-42b9-b297-bfe3b341fb78, d2007e53-3da6-4d4e-9a96-513f27383580, 20b6e64a-7b2f-4b7e-b0c1-828f89e3aeac |
Page generated in 0.0031 seconds