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O encontro das psicólogas com o "social" no CRAS/SUAS: entre o suposto da igualdade e a concretude da desigualdade

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Previous issue date: 2013 / Este trabalho teve por objetivo analisar como a desigualdade social, materializada no contato com populações pobres e vulneráveis socialmente, repercute na profissional psicóloga e em sua atuação no CRAS/SUAS. Utilizou-se como aporte teórico a teoria da subjetividade proposta por González Rey e produções brasileiras sobre a desigualdade social, com ênfase na teoria de Jessé Souza. Optou-se pela metodologia qualitativa para estudo da subjetividade, a partir da perspectiva sócio histórica, uma vez que esta incorpora a dialética entre objetividade e subjetividade, no esforço para articular o sujeito ao seu processo social e histórico. Considerando o envolvimento da pesquisadora com o tema, recorreu-se a análise da implicação enquanto recurso metodológico e mecanismo ético-político para interlocução com a pesquisa. A definição do instrumento seguiu a lógica da dinâmica conversacional, almejando transformar a pesquisa em um espaço de construção de sentido. A coleta de dados ocorreu no ambiente laboral das seis psicólogas participantes, requerendo entre dois e três encontros individuais. As conversas foram estimuladas através de comentários e inserção de temas e reflexões, de modo aberto, ainda que contemplassem quatro eixos norteados: 1) trajetória pessoal e familiar; 2) trajetória profissional; 3) o trabalho na assistência social básica; 4) hipóteses explicativas da desigualdade social. A análise dos dados desenvolveu-se como um processo construtivo-interpretativo, no qual após transcrição das conversações, foram conduzidas várias leituras do material coletado, visando seleção de indicadores, destacados pelo aspecto emocional e simbólico que revelavam. Foram então construídos os núcleos de sentido das configurações subjetivas de cada participante, para posteriormente elaborar as zonas de sentido, articulando elementos das subjetividades individuais e social. As sínteses das vivências singulares foram agrupadas em seis zonas de sentidos: 1) hipóteses explicativas sobre a desigualdade social; 2) enfrentamentos da desigualdade social; 3) a dicotomia social X psicológico; 4) a atuação no CRAS frente à concretude da desigualdade social; 5) o (des)preparo das psicólogas para atuar na assistência social básica; 6) a má fé institucional na assistência social básica. A análise destes dados permitiu perceber que o trabalho na assistência social insere as psicólogas em dinâmicas laborais, nas quais vivenciam posições subjetivas referentes à condição de oprimidas e opressoras, construindo práticas
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atravessadas por sentidos subjetivos que culpabilizam os usuários por sua condição social e naturalizam o fenômeno da desigualdade social. As participantes apresentaram sentimentos de frustração, impotência, angústia e sofrimento, numa dinâmica que alia compaixão e conformação frente às hipóteses explicativas de uma realidade social com forte estratificação. A visão dicotômica, em que demandas sociais não são vistas em relação com as demandas psicológicas, leva a uma atuação fragmentada, influenciada pelos modos de enfrentamento da desigualdade social. Os resultados indicam a necessidade de reposicionar as práticas para atuar na dimensão subjetiva dos problemas sociais, produzindo novas tecnologias e reflexões sobre o lugar social das técnicas, aliado a um trabalho que oportunize espaços de expressão para os usuários, visualizando potências sem perder de vista os limites impostos pelos determinantes sociais e compreendendo a transformação da realidade social como responsabilidade coletiva e cotidiana.

This study aimed to investigate how social inequality - manifested in the contact with socially vulnerable populations - has repercussions in psychologists and their work at CRAS/SUAS. González Rey's theory of subjectivity was the theoretical basis used, along with Jessé Souza's papers on social inequality. The study of subjectivity has been done using the qualitative methodology with a socio-historical perspective. Such frame of reference has been chosen due to an effort to relate the subject to its social and historical process, it incorporates the dialectic between objectivity and subjectivity. Considering the researcher's involvement with the theme, implication analysis has been employed both as a methodological resource and ethical-political mechanism to dialogue with the study. The definition of the research instrument followed the Conversational Dynamics Model, which has transformed the study into a process in which meaning could be built to its participants. Data collection took place at the participant Psychologists' workplace and required about two and three individual meetings. The conversations were stimulated through comments and the presentation of themes and reflections that contemplated four different topics: 1) personal and family related trajectory; 2) professional trajectory; 3) professional practice at basic welfare; 4) explanatory hypothesis of social inequality. The data analysis has been developed as a constructive-interpretative process, where the transcripted conversations were read several times in order to select indicators that stood out by the emotional and symbolic aspects they revealed. The following step was the formulation of meaning nuclei of the subjective configurations of each participant, which lead to the elaboration of zones of meaning that articulates elements of social and individual subjectivities. The summaries of the singular experiences were grouped in six zones of meaning: 1) explanatory hypothesis concerning social inequality; 2) confrontation of social inequality; 3) the social vs. psychological dychotomy; 4) working at CRAS while facing the reality of social inequality; 5) the psychologists' unpreparedness to work at basic welfare; 6) the institutional disbelief in basic welfare. The data analysis showed that the professional practice at welfare places the psychologists in labor dynamics in which they experience the subjective positions of being at once the oppressors and the oppressed. Through such positions, the psychologists have built practices that are affected by subjective meanings that blame their clients for their social condition, thus naturalizing the phenomenon of social inequality. The participants have showed feelings of frustration, impotence, anguish, and suffering, while showing compassion and resignation when faced with the explanatory hypothesis of a strongly stratified social reality. A dichotomous point of view - in which social demands are not seen as related to psychological demands - leads to a fragmented profissional practice. The study's results suggest the need to change the professional practice in order to operate on the subjective dimension of social problems, yielding new technologies and reflections on the social place of techniques. Furthermore, the professional practice should provide spaces where the clients can express themselves and can be understood in their possibilities and limitations provided by social determinants. / Salvador

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:192.168.11:11:ri/12252
Date January 2013
CreatorsSantos, Luane Neves
ContributorsSilva, Marcus Vinicius de Oliveira
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFBA, instname:Universidade Federal da Bahia, instacron:UFBA
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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