Dissertação (mestrado profissional) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Saúde Mental e Atenção Psicossocial, Florianópolis, 2016. / Made available in DSpace on 2017-06-27T04:15:34Z (GMT). No. of bitstreams: 1
345598.pdf: 1528697 bytes, checksum: c5e563d3e60b6ca37cecedbcf783178d (MD5)
Previous issue date: 2016 / O uso abusivo de drogas e a medicalização da vida - principalmente no que tange à infância através do uso de psicotrópicos - são dois fenômenos de grande relevância na contemporaneidade. O primeiro, entendido como um problema de saúde pública e contemplado aqui sob uma lógica multidimensional de leituras e entendimentos, numa postura ética de entender o uso problemático de substância de forma multifacetada, sem a culpabilização ou patologização do usuário; o segundo também se refere à uma posição ética diante do sujeito e sua existência, entendendo a medicalização da vida como uma ameaça aos processos de subjetivação salutares e ainda mais preocupante quando focada sobre a criança. Na articulação destes dois marcos teóricos - uso abusivo de drogas e medicalização da vida - este estudo teve como objetivos discutir a relação entre o uso de substâncias psicoativas na infância e o uso abusivo de drogas na vida adulta; entender a percepção que o usuário de álcool e outras drogas tem sobre o uso de substâncias psicoativas na sua infância e os efeitos/impactos sobre a sua vida; e Identificar qual estratégia foi construída pelos usuários que utilizaram medicação psicotrópica na sua infância, após a interrupção do uso de psicofármaco, para lidar com suas dificuldades e limitações supostamente antes "tratadas" pela medicação. Participaram do estudo oito usuários de um CAPSad de um município de Santa Catarina que fizeram uso de substâncias psicoativas na infância e uso abusivo de drogas na vida adulta. Como instrumento foi utilizado uma entrevista semiestruturada. Os dados foram submetidos à análise de conteúdo e geraram cinco categorias. Os resultados demonstram que os usuários têm uma trajetória de vida marcada por situações de vulnerabilidade desde a infância até o momento atual, revelando que práticas medicalizantes na infância não oferecem subsídios capazes de construir estratégias de enfrentamento aos problemas de ordens psíquica, social, econômica e cultural. Revelou-se que o uso de substâncias psicoativas na infância não tratou os problemas ora enfrentados e que, muitos deles, permanecem até o momento de vida atual dos usuários. A maioria dos usuários avaliou que o uso de medicação psicotrópica na infância foi positivo, porém, ao ser interrompido, o uso abusivo de drogas eclodiu como uma das estratégias para lidar com as dificuldades e limitações próprias de suas histórias de vida.<br> / Abstract : The abusive use of drugs and the medicalization of life - especially with regard to childhood through the use of psychotropic drugs - are two phenomena of great relevance in the contemporary world. The first, understood as a public health problem and contemplated here under a multidimensional logic of readings and understandings, in an ethical posture to understand the problematic use of substance in a multifaceted way, without the accuse or pathologization of the user; The second also refers to an ethical position before the subject and life, understanding the medicalization of life as a threat to healthy subjectivation processes and even more worrying when focused on the child. In the articulation of these two theoretical frameworks - abusive drug use and medicalization of life - this study aimed to discuss the relationship between the use of psychoactive substances in childhood and drug abuse in adult life; Understand the user's perception of alcohol and other drugs on the use of psychoactive substances in their childhood and the effects / impacts on their life; And Identify which strategy was built by users who used psychotropic medication in their childhood after stopping their use of psychoactive drugs to deal with their difficulties and limitations supposedly "treated" by medication. Eight users of a CAPSad from a municipality of Santa Catarina who used psychoactive substances in childhood and drug abuse in adult life participated in the study. A semi-structured interview was used as instrument. The data were submitted to content analysis and generated five categories. The results show that the users have a life trajectory marked by situations of vulnerability from childhood to the present moment revealing that medical practices in childhood do not offer subsidies able to build coping strategies to the problems of psychic, social, economic and cultural orders. It was revealed that the use of psychoactive substances in childhood did not deal with the problems that are being dealt with and that many of them remain until the current life of the users. Most users evaluated that the use of psychotropic medication in childhood was positive, but when interrupted, drug abuse broke out as a strategy to deal with the difficulties and limitations inherent in their life histories.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufsc.br:123456789/176723 |
Date | January 2016 |
Creators | Kapitansky, Rebeca Chabar |
Contributors | Universidade Federal de Santa Catarina, Schneider, Daniela Ribeiro |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Format | 112 p.| il., tabs. |
Source | reponame:Repositório Institucional da UFSC, instname:Universidade Federal de Santa Catarina, instacron:UFSC |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
Page generated in 0.0015 seconds