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A prática dos Agentes Comunitários de Saúde na América Latina: origem, contradições e desafios para o cuidado em saúde no começo do século XXI / The practice of Community Health Workers in Latin America: origin, contradictions and challenges for health care in the early twenty-first century

Muitos países da América Latina contam com pessoal de saúde cujas competências ora se aproximam, ora se afastam, do perfil do que no Brasil se vem denominando de Agente Comunitário de Saúde (ACS). Neste artigo, derivado de uma pesquisa qualitativa, ancorada no materialismo histórico e dialético, buscou-se compreender os arranjos que constituem a prática do ACS em suas variantes de atribuições e competências em seis países da região: Bolívia, Brasil, Cuba, Equador, Peru e Venezuela. Apenas como recurso dialógico, neste estudo todos esses trabalhadores são denominados ACS. Os elementos em comum em todos os países são que o ACS: a) aparece como um potente articulador e mobilizador dos interesses da comunidade; b) o processo de trabalho se desenvolve buscando criar estratégias para ampliar a capacidade das comunidades para reagir às desigualdades sociais; c) articula possibilidades internas aos países e as ancora estrategicamente nas diretrizes de órgãos internacionais que apoiam o fortalecimento dessas experiências; d) busca a definição de um espaço específico no quadro de trabalhadores da saúde, priorizando nesse sentido sua participação nas estratégias de cuidado comunitário das políticas de saúde realizadas pelo Estado; e) vivenciam e buscam superar a dicotomia entre a biomedicina e as práticas tradicionais defendendo-as como parte integrante, e não subordinada, das práticas institucionais de saúde. Nesse processo, os ACS buscam a recuperação e valorização, no cotidiano das ações de saúde, de elos e vínculos comunitários, solidariedade entre pessoas e grupos sociais, respeito ao ambiente e às diferentes explicações do mundo e do viver. / Many Latin American countries have health personnel whose skills sometimes converge or diverge, on the profile that Brazil defines of Community Health Workers (CHW). In this article, derived from a qualitative research, anchored in historical and dialectical materialism, we sought to understand the arrangements that constitute the practice of ACS in variants of powers and tasks in six countries in the region: Bolivia, Brazil, Cuba, Ecuador, Peru and Venezuela. Just as dialogical resource, in this study all these workers are called ACS. The common elements in all countries are the ACS: a) appears as a powerful community\'s interests in coordinating and mobilizing ; b) the work process develops seeking to create strategies to increase the capacity of communities to respond to social inequalities; c) provides an internal possibilities to countries and strategically anchored in the guidelines of international organizations that support the strengthening of these experiences; d) seeks to define a specific space in the health workers framework, prioritizing accordingly their participation in community care strategies of health policies made by the State; e) experience and seek to overcome the dichotomy between biomedicine and traditional practices defending them as an integral part, and not subject, institutional health practices. In the process, the ACS seek recovery and recovery in the daily health activities, links and community ties, solidarity between people and social groups, respect the environment and offer different explanations of the world and living.

Identiferoai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-28042015-130244
Date14 April 2015
CreatorsQueiros, Agleildes Arichele Leal de
ContributorsNarvai, Paulo Capel
PublisherBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Source SetsUniversidade de São Paulo
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
TypeTese de Doutorado
Formatapplication/pdf
RightsLiberar o conteúdo para acesso público.

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