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[pt] O MITO DE SÍSIFO: A MEDIAÇÃO DO PROCESSO DE PAZ NA IRLANDA DO NORTE E A ASSINATURA DO ACORDO DE SEXTA FEIRA SANTA / [en] THE MYTH OF SISYPHUS: THE MEDIATION OF THE NORTHERN IRELAND PEACE PROCESS AND THE SIGNATURE OF THE GOOD FRIDAY AGREEMENT

[pt] A presente dissertação faz uso do instrumental teórico da Resolução de
Conflitos a fim de analisar o gerenciamento do conflito que opõe os grupos
nacionalista católico e unionista protestante na Irlanda do Norte. Tal processo
culminou com a assinatura do Acordo de Sexta Feira Santa em 10 de abril de
1998. A estratégia aplicada nas negociações previa a atuação simultânea em duas
frentes: na elaboração de um acordo que estabelecia o compartilhamento de
instituições políticas e na construção da confiança entre as partes concentrada na
questão da deposição de armas pelos grupos paramilitares. Essa dissertação busca
problematizar a mediação como um processo de resolução de conflitos de
natureza elitista que encara o conflito como um problema essencialmente de
barganha. Compreende-se que a mediação não encoraja a reconciliação entre as
comunidades antagônicas e a geração de uma cultura de cooperação política,
falhando em promover a confiança entre as partes e ocasionando impasses na
implementação do acordo de paz. Embora a mediação tenha sido fundamental
para oferecer uma alternativa política para as partes beligerantes, o conflito na
região permaneceu latente com a escalada da violência em momentos cruciais de
progresso das negociações. Este estudo conclui que a concretização do acordo
deveu-se muito ao esgotamento da sociedade civil e ao reconhecimento das partes
da impossibilidade de vencer o conflito pela via armada. Essa conclusão aponta a
necessidade de se complementar a abordagem elitista com iniciativas de resolução
de conflitos constituídas no seio da sociedade civil para explicar a evolução do
processo de paz na Irlanda do Norte rumo à transformação do conflito e à
construção de uma paz positiva. / [en] This dissertation analyzes from a Conflict Resolution perspective the
process of conflict management between catholic nationalists and protestant
unionists in Northern Ireland. This process ended with the signature of the Good
Friday Agreement in April of 1998. The strategy employed in the negotiations
presupposed a twin track approach: the elaboration of a power sharing political
arrangement and the implementation of confidence building measures for the
decommissioning of arms by paramilitary groups. This dissertation aims to
problematize mediation as an elitist conflict resolution process that considers
conflict essentially in terms of a bargaining problem. Mediation is understood as a
process that does not encourage the reconciliation of antagonist communities and
the generation of a culture of cooperation, failing to promote confidence between
the parties and imposing setbacks in the implementation of the peace agreement.
Although mediation was able to offer to the belligerents parties a political
alternative, the conflict in the region remained latent, with the escalation of
violence during crucial moments when the negotiations were moving forward.
This study concludes that the peace agreement was achieved much due to the
disengagement of civil society in the conflict and the recognition of the parties
that they would not win the conflict by forceful means. This conclusion points to
the necessity of complementing the elitist approach with civil society conflict
resolution initiatives in order to explain the evolution of the peace process in
Northern Ireland towards conflict transformation and positive peace.

Identiferoai:union.ndltd.org:puc-rio.br/oai:MAXWELL.puc-rio.br:15382
Date15 March 2010
CreatorsIVI VASCONCELOS ELIAS
ContributorsNIZAR MESSARI
PublisherMAXWELL
Source SetsPUC Rio
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
TypeTEXTO

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