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Estado nutricional e perfil socioeconômico de crianças e adolescentes portadores de neoplasia maligna em dois centros hospitalares de Porto Alegre

Introdução: As neoplasias são responsáveis por uma série de alterações nutricionais, evidenciando a importância da avaliação de crianças e adolescentes ao diagnóstico de câncer para estabelecer metas para recuperar ou manter o adequado estado nutricional durante o período da internação hospitalar. Os fatores socioeconômicos, além de estarem relacionados com as condições de saúde comprometendo o estado nutricional dos pacientes, também colaboram para a desigualdade no acesso aos centros especializados influenciando nas taxas de morbimortalidade do câncer infantil. Objetivo: Descrever o estado nutricional e o perfil socioeconômico de crianças e adolescentes com neoplasia maligna em dois centros hospitalares universitários públicos de Porto Alegre/RS. Métodos: Estudo transversal incluindo 102 pacientes ao diagnóstico ou recidiva de neoplasia, com idade entre zero e 19 anos, internados no Hospital de Clínicas de Porto Alegre e hospitais integrantes do Grupo Hospitalar Conceição. O estado nutricional foi avaliado com base nos critérios preconizados pela Organização Mundial da Saúde 2006/2007, considerando os parâmetros antropométricos estatura/idade, índice de massa corporal/idade, circunferência braquial/idade e dobra cutânea triciptal/idade. A avaliação socioeconômica foi realizada a partir do questionário de classificação econômica, da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa, e por uma ficha sociodemográfica composta por perguntas elaboradas com base no Censo Demográfico 2010. Ambos os instrumentos foram respondidos pelos pais ou responsáveis. Resultados: A mediana de idade da amostra foi de 6,9 (0 a 18,9) anos, predominando o sexo masculino (53,9%) e cor/raça branca (70,6%). Os diagnósticos mais freqüentes foram leucemias (42,2%) e linfomas (15,7%). A maioria dos pacientes era procedente da zona urbana (80,4%) e em mais da metade dos casos o nível de escolaridade predominante dos pais foi o Ensino Fundamental. Em relação ao estado nutricional, 5,9% estavam desnutridos, 7,8% em risco para baixo peso, 59,8% eutróficos, 10,8% em risco para sobrepeso, 6,9% estavam com sobrepeso e 8,8% obesos. Quanto à classe econômica, 3,9%, pertenciam à classe A, 24,5% à classe B, 52% à classe C e 19,6% às classes D e E. Não foi encontrada associação significativa entre estado nutricional e classe econômica. Conclusão: Os achados indicam a necessidade de realizar uma abordagem nutricional precoce e ativa, diante do elevado número de pacientes, tanto com excesso, como deficiência de peso. / Introduction: Neoplasms are responsible for a number of nutritional changes, highlighting the importance of evaluation children and adolescents who are diagnosed with cancer to establish goals to regain or maintain adequate nutritional status during the hospitalization period. Besides being related to health conditions affecting patient nutritional status, socioeconomic factors also collaborate to inequality in access to specialized centers, which influences the morbidity and mortality rates of childhood cancer. Objective: This study aims to describe the nutritional status and the socioeconomic profile of children and adolescents with neoplasm in two public university hospitals centers in Porto Alegre/RS. Methods: A cross-sectional study including 102 patients with the diagnosis or cancer relapse, aged zero to 19 years, admitted at the Hospital de Clinicas of Porto Alegre and hospitals that are members of the Conceição Hospital Group. Nutritional status was evaluated and classified according to the World Health Organization 2006/2007 criteria, considering the anthropometric parameters height/age, body mass index/age, arm circumference/age and triceps skinfold/age. The socioeconomic evaluation was performed by the economic classification questionnaire, the Brazilian Association of Research Companies, and by a sociodemographic record consisting of questions elaborated based on Census 2010. Both instruments were answered by parents or guardians. Results: The median age of the sample was 6.9 (0 to 18.9) years, the predominating male (53.9%) and race/ethnicity white (70.6%). The most frequent diagnoses were leukemia (42.2%) and lymphomas (15.7%). Most patients came from the urban area (80.4%) and the level of parental education was the Elementary School in over half of the cases. Regarding nutritional status, 5.9% were malnourished, 7.8% at risk for low weight, 59.8% normal weight, 10.8% at risk for overweight, 6.9% were overweight and 8.8% were obese. As for the economic class, 3.9%, belonged to the Class A, 24.5% to Class B, 52% to Class C and 19.6% to D-E classes. No significant association between nutritional status and economic class was found. Conclusion: Given the high frequency of deficit or excess weight in children and adolescents, the findings indicate that the establishment of an early nutritional approach in routine care of patients who are exposed to anticancer treatment is essential.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:www.lume.ufrgs.br:10183/139750
Date January 2015
CreatorsValentini, Mariéle
ContributorsGregianin, Lauro José
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS, instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul, instacron:UFRGS
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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